Quem queremos enganar?

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— JUNGKOOK'S POV

O farol da Harley Davidson ilumina Sn, parada próxima à parede segurando a sacola da loja de conveniência. Estaciono, dessa vez sem uma quase morte.

Tiro o capacete revelando os fios bagunçados, mas logo arrumo.

— O que deu em você? - questiona se aproximando da moto. — E olha, gostei da roupa. O seu estilo não é nem um pouco de nerdola.

Uma regata preta, jaqueta e calças de couro, realmente não fazem parte do "Alerta! Nerdola na área".

Sn consegue me arrancar uma risada. Está de bom humor, as coisas serão mais fáceis pra mim. Talvez pelo quase beijo que tivemos mais cedo.

— Eu estava sem nada pra fazer e decidi prestar caridade. - pisco e ela revira os olhos. — Não sabia que curtia motos.

— Tem muitas coisas sobre mim que você ainda não sabe.

Tudo o que ela diz parece ter entrelinhas que eu preciso muito me esforçar para ler. E como se desejasse que eu descobrisse sozinho o que quer que signifique.

Foda-se, tenho que ser ágil e acabar com isso o quanto antes. Me aproximo e ela não recua, nossas respirações próximas, pesadas e evidentes no peitoral um do outro.

Ela molha os lábios lentamente, parece um convite. Mas eu não posso me entregar tão rápido assim.

— Você gosta mesmo de estar tão próximo de mim. - ri nasal. — Vou começar a achar que está queren...

Interrompo. — Por que você é assim? - ela me olha confusa. — Sua vozinha serena, me olha de forma diferente quando estamos a sós, lambendo essa boquinha rosada. O que você quer de mim?

— Eu quem deveria perguntar isso, Jungkook.

Ela cerra os olhos, leva suas mãos aos meus ombros, mas quem se arrepiou foi ela. Eu tento me controlar, é inegável que Rowe tem uma beleza que chama atenção.

Se não fosse minha rival, já estaria com uma aliança no dedo há tempos.

A garota me encara examinando cada detalhe, como se achasse graça. O que ela tem pra conseguir manter esse charme?

— Sabe que se não fossem pelas suas atitudes infantis no início, poderíamos ter sido bons amigos.

Mais uma vez, entrelinhas. Ou talvez isso seja algo da minha cabeça. Eu estou confuso desde a noite em que resolvi enviar o vírus. Pensar na possibilidade dela perder tudo o que conquistou e, pior, o grande sonho da vida dela. Acho que estou indo longe demais.

Seguro seu queixo e ela cora. Porra, eu não posso fazer isso. Não mesmo.

Sn segura meu pulso. — Quero que me conte mais sobre aquele jogo. Namjoon está sendo bem gentil comigo, me envie o número dele. Preciso agradecer.

— Hm, eu não vou fazer isso. - minha voz sai baixa e rouca.

— Então deixa que eu agradeço pessoalmente.

Sugestiva demais, deixa um ar de mistério como se já tivesse descoberto o conteúdo do arquivo. Devo estar paranoico.

— Não, você não vai. - desço minhas mãos até sua cintura ao sentir que ela tenta se afastar. — Exclua aquele jogo, entendeu?

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