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Helena

Já era noite, minha mãe pede para mim esvaziar as lixeiras e colocar o lixo para fora. Faço o que a mais velha pede, esvazio as lixeiras e, quando saio para fora para tirar o lixo, vejo Júlio chegando em casa. O mesmo me vê e acena, atravesso a rua e aproveito para tentar puxar assunto com ele.

- Boa noite! - Digo com animação e ele sorri.

- Boa noite. - Responde o rapaz.

- Como foi seu primeiro dia na maravilhosa cidade de Guarulhos? - Pergunto dando um giro com os braços erguidos.

- Foi bom, mas poderia ser melhor. - Ele dá de ombros.

- Melhor como?

- Talvez se eu arranjasse um emprego. - Ele suspira. - Seria ótimo.

- Posso conseguir um pra você. - Sorrio e ele me olha surpreso.

- Você só pode tá brincando, né? - Ele pergunta incrédulo e eu nego com a cabeça.

- Preciso ir, já tá tarde. Até amanhã. - Digo e o rapaz sorri.

- Até, Helena. - Responde ele e eu volto para casa.

Entro em casa já preparada para o interrogatório da minha mãe, do tipo "Onde estava?", "O que estava fazendo?" ou "Com quem estava?". E como esperado, as perguntas vieram todas de uma vez.

- Eu estava conversando com o Júlio, mãe.

- Júlio? Quem é Júlio, Helena? - Ela me olha confusa.

- O vizinho.

- O que se mudou hoje? - Ela pergunta e eu concordo. - Meu Deus, Helena! Você nem conhece ele direito e fica dando assunto. Ainda mais essa hora da noite.

- Ele é uma boa pessoa, mãe. Eu sinto isso. - Explico a ela, que segura minhas mãos e olha em meus olhos.

- Filha - A expressão de pena e preocupação habitava em seu rosto e olhos. - Você tem que entender que, nem sempre pessoas simpáticas são pessoas boas.

- Eu acho que já estou bem grandinha e sei me cuidar muito bem, mãe. - Sorrio, mesmo sabendo que tudo aquilo não machuca só a mim, mas também machuca ela.

- Ok, agora vai dormir, filha. - Ela também sorri, mas consigo ver a tristeza em seus olhos. - Eu te amo!

- Eu também te amo!

Vou para o meu quarto, mas não para dormir, ao invés disso, pego um livro para ler e ali, passo a noite em claro. Meu sonho era ser escritora, mas por alguns motivos, é difícil realizá-lo. Inicio minha nova leitura chamada O Amor Nos Tempos do Cólera. Romance escrito por Gabriel Garcia Marquez, que retrata o romance entre Florentino e Fermina, que trocam correspondências por dois anos até serem proibidos de continuar e Firmina casa-se com outro homem.

Leio tanto que nem percebo o dia amanhecer. Já era de meu costume passar a noite acordada, então me levanto da cama e vou até a cozinha onde meus pais estavam tomando café.

- Bom dia, mãe. Bom dia, pai. - Deixo um beijo no rosto de cada um.

- Bom dia, filha. - Eles respodem e eu me sento na mesa junto deles.

- Dormiu bem? - Meu pai pergunta.

- Melhor impossível. - Minto, pois eles não sabiam que eu passava algumas noites em claro.

- Que bom, meu amor. - Minha mãe diz.

O resto do dia foi normal. Meu pai saiu para trabalhar no horário de sempre, ajudei minha mãe nas tarefas de casa, li meu livro. A única coisa que aconteceu de diferente foi: passei três horas seguidas conversando com o Júlio em frente a casa dele.

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oi oi pessoas, atualizando essa tbmm, beijosss 💕

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⏰ Última atualização: Aug 28 ⏰

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Together for destiny - Júlio Rasec (Mamonas Assassinas) Onde histórias criam vida. Descubra agora