19. Natalia

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Ele era tudo o que sempre imaginei em um homem. Gentil, engraçado, divertido e dedicado. Lucas sabia o momento exato de pegar minha mão e acolher minha ansiedade. 

Nos eventos que participávamos juntos, ele sempre me olhava com admiração e eu ficava horas vendo vídeos e fotos na internet para amar cada pedacinho desse homem incrível. 

Eu estava triste. Decepcionada. Mas ainda o amava...

- Nat, você acha que consegue ouvir tudo o que tenho a dizer?

- Eu deveria né? Mas não sei...

- E o que a gente faz? Como podemos ser nós mesmos?

- Eu queria ser uma versão reinventada de nós. Essa é a verdade. Uma versão de dois amigos que descobriram o amor e mergulharam em uma vida juntos. Sem dificuldades, sem terceiros, sem problemas.

Ele estava destruído mas... não fazia sentido priorizar a sua saúde mental quando eu também estava em um turbilhão de emoções. Precisávamos caminhar juntos a partir de agora. Mesmo que esse junto, significasse separado.

- Eu também queria, Nat. Mas a vida real é... complicada.

- Será que é?

Ele virou seu corpo para mim com a fagulha de um brilho no olhar.

- O que você quer dizer?

- E se... a gente pausasse o tempo?

Nos olhamos com esperança e tristeza. Estávamos entrando em um campo perigoso demais. Ignorar a realidade não poderia ser uma opção.

- Acho mais fácil pausar o tempo do que a imprensa.

Ele sorriu de lado e passou a mão pelos meus cabelos. 

Senti uma vibração percorrer meu corpo. Ele era tudo o que eu precisava e, também, tudo o que deveria evitar a partir de agora. Por que o destino decidiu ser tão cruel com o nosso amor?

- A imprensa se guia pelo nosso tempo.

- Nat, eu só posso falar por mim, mas... você conseguiria abrir mão de tudo o que nos machuca para viver uma pausa no tempo?

- Com você eu posso viver eternamente em uma pausa no tempo.



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