Primeiro Dia

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Capítulo II

Yuuji acordou.

Seu corpo ainda estava fraco.

Talvez concentrar todas as suas forças e energia amaldiçoada num único golpe para impressionar Sukuna não tenha sido uma boa ideia.

Mesmo assim, o peso veio a tona quando percebeu que não era um sonho ruim, mas parte da realidade ao ver suas mãos e vestes ainda sujas de sangue seco.

Sentiu o choque bater feito uma pancada forte, tendo noção do que havia acontecido e como tudo que conheceu até agora provavelmente foi destruído num piscar de olhos.

Àquela altura só desejava que ainda estivesse num pesadelo, não que sua vida toda não passasse de um.

Olhou ao redor e percebeu estar num futon macio, mas ainda assim desconfortável. As portas eram grandes e delicadas, o piso era de madeira escura e havia um armário alto do outro lado da parede.

Perguntava-se o porquê de estar sendo poupado, mas não conseguia sequer chegar numa conclusão.

O que sabia sobre o mundo afinal?

Não passava de uma criança e sua única preocupação deveria ser a de permanecer vivo.

Ouviu passos se aproximarem com seus ouvidos atentos, agradecendo mentalmente por não serem passos pesados, mas leves e sutis, como os de uma mulher.

— Jovem Itadori? — uma doce voz ecoou através da porta.

— O-oi? — respondeu relutante.

— Posso entrar? — perguntou educadamente.

— Sim — permitiu, ainda amedrontado.

Viu a mesma mulher que acompanhou Sukuna anteriormente. Ela era alta, com cabelos brancos curtos e uma mancha escura nele, fazendo Yuuji achar graça por um momento, mas apesar disso, ainda achava ela uma mulher muito bonita.

— Seu nome é Uraume, não é? — o garoto perguntou com a voz trêmula e banhada em incertezas.

— Vejo que você é atencioso! — respondeu com ternura.

Ternura essa que parecia falsa aos ouvidos do menino.

Yuuji ainda segurava sua curiosidade e guardava tantas perguntas, mas as palavras não saíam de sua boca enquanto mal organizava os próprios pensamentos.

— As pessoas...? — perguntou, buscando saber de seu povo. — Você...

— Mortos — respondeu com frieza.

Aquilo ainda fora um choque, tendo o pior sendo confirmado naquele exato momento. O menino se encontrava confuso, abalado por saber que tudo que conheceu até hoje fora destruído.

Então por que Yuuji ainda era incapaz de chorar?

Sequer conheceu sua família, o único que esteve ali por si foi seu avô, morto por Sukuna. Não conseguia pensar em amigos ou qualquer familiar porque àquela altura não existia um só.

Por que tudo era tão complicado?

— Por quê...?! — Itadori questionou aflito.

— Você é grande o suficiente para entender — respondeu calmamente, sem ao menos entender a que "porquê" a pergunta foi direcionada.

— Mas eu não entendo... — soltou num murmúrio quase inaudível.

— Escute, Yuuji — Uraume chamou, ignorando o sofrimento da criança a sua frente. — É melhor que se esqueça de sua antiga casa.

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⏰ Última atualização: Nov 09 ⏰

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To my Dear BrattOnde histórias criam vida. Descubra agora