Acordo de Paz

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Capítulo I

Sukuna Ryomen.

Antes mesmo de vir ao mundo, devorou seu irmão gêmeo no útero da própria mãe, essa que morreu no parto, deixando-o sem escolhas se não viver com sua mentalidade de que apenas uma coisa importava no mundo.

Força.

Se ele fosse o mais forte, assim moldaria o mundo a sua forma, buscando o próprio prazer e nada mais. Pouco importava o amor, isso não era necessário, uma vez que poder era a real razão de sua própria existência.

Sua aparência se tornou algo quase que obsceno quando comparado a forma humana. Em busca do corpo perfeito, com quase quatro metros de altura, criou quatro braços robustos, estes sempre empunhando uma adaga e lança, quatro olhos num tom de azul turquesa ainda capazes de causar horror em cada uma de suas vítimas, com os dois olhos direitos angulados de forma diferente numa placa de carne escura do lado de seu rosto, uma boca larga, grande e normalmente sorridente em sua barriga e cabelos róseos curtos. Seu corpo era marcado por diversas tatuagens, como pontos pretos em seus ombros e linhas pretas em seus pulsos, braços e parte superior de seu corpo, abdômen e face. Ironicamente, essas tatuagens eram semelhantes às que eram feitas em criminosos como forma de identificá-los.

Essa aparência grotesca e monstruosa fazia muitos o descreverem como um demônio de quatro braços e dois rostos.

Sukuna caminhava com Uraume, sua serva mais confiável e leal, uma monja de cabelos brancos na altura do queixo e uma mancha vinho numa linha irregular correndo pela parte horizontal de trás da cabeça e olhos escuros, sendo protegidos por cílios longos, dando uma aparência angelical a mulher. Ela usava uma túnica de monge simples azul marinho, sendo branca na parte interna.

Chegava a ser cômico como Uraume se vestia sempre de maneira tão formal e Sukuna, por outro lado, de forma vulgar e despojada, vestindo uma calça branca e folgada com sandálias claras, exibindo seu dorso, peitoral e braços bem trabalhados com suas tatuagens enfeitando seu corpo aparente.

Estavam indo de encontro ao clã dos Itadori. Um clã consideravelmente fraco e fácil de ser dominado, mas com uma técnica amaldiçoada poderosa, podendo se tornar uma ameaça mais tarde, já que cresciam de forma desenfreada e quem sabe onde poderiam chegar se masterizassem seus conhecimentos mais tarde.

Ofereceram um acordo em troca de paz, o sucessor do clã, o próximo a governar aquele povoado local, onde se escondiam tantos feiticeiros. Não tinha ideia do que faria com o homem que encontraria ali, provalvemente o torturaria a fim de extrair todo o conhecimento e poder dessa pobre alma sendo oferecida.

Caminhavam de maneira tranquila, apreciando a paisagem enquanto seguiam a trilha de cascalho no chão. Era manhã, uma manhã nublada, com nuvens cinzentas cobrindo todo o céu e árvores altas espalhadas por todo lugar, ainda fazendo daquele um local que agradava os olhos de quase qualquer um.

Após longos minutos de caminhada em silêncio, Sukuna e Uraume chegam a um templo comum, mas marcado pelo jardim extenso de lírios da aranha vermelha, uma flor de simbolismo pesado, fazendo alusão a despedidas finais, como a morte. Não haviam outras flores, o vermelho das flores pintavam o chão numa cor tão bonita que quase chegava a ser hipnotizante. Sukuna reparou nisso facilmente, uma vez que tinha um bom olho para arte e afins.

Uma mulher de cabelos escuros abriu o portão, sentindo sua espinha gelar e segurando sua respiração em frente a imponente presença do rei a sua frente, sendo deveras apavorante estar diante de um homem mais próximo de uma maldição do que de um humano, fora que a diferença de tamanho era bizarra.

Ao entrar no humilde templo, a presença esmagadora de Sukuna no ambiente escuro atordoou todos os sete homens já de idade sentados ali dentro. Homens barbados e claramente desesperados por suas vidas, chegava a ser algo nojento de se ver. Mesmo assim o rei das maldições se divertia imaginando o que seriam capazes de fazer por suas vidas miseráveis. 

To my Dear BrattOnde histórias criam vida. Descubra agora