𝟎𝟎𝟑 | 𝐎𝐇 𝐒𝐇𝐈𝐓!

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— Ganguezinha de merda? — Maraisa se afastou de mim e a vi ficar irritada. — Você está ciente do que você está dizendo? Ou melhor, você está ciente de quem nós somos? Do que nós somos capazes? Garota, eu criei tudo isso, e uma coisa que me deixa puta é alguém cagar numa criação minha, The Canadians passou a ser uma das gangues mais temidas e olha que muitos nem sabem quem realmente são os membros. Você está nos subestimando e isso é algo muito arriscado para sua vida, tem noção disso? — Um silêncio se criou, eu apenas a olhava. — HEIN PORRA, TEM NOÇÃO DISSO? SE EU TE PERGUNTAR ALGO, VADIAZINHA, TU ME RESPONDE. — Maraisa se alterou. — Depois a gente mata, e ainda é considerado crime, eu não entendo isso. — Ela disse, totalmente "emputecida".

— O que menos importa na minha vida é essa gangue de vocês... — Falei algo, finalmente.

— Você é um caso raro. Em vez de querer estar na minha cama, está me desafiando e implorando sua morte.

— Eu nunca ia querer estar na sua cama, D'Angelo, você é suja, podre e de gente assim eu quero distância... —  Levantei do sofá, e tentei me afastar o máximo de Maraisa, mas ela me puxou com toda a força do mundo e mais uma vez a distância entre nós era mínima.

— Tem certeza? — Ela disse e logo apertou minha bunda, aquilo me deixou com mais raiva ainda. — Você é gostosa. — Ela sussurrou em meu ouvido. — Podia ser mais uma das minhas vadias. — Agora ela havia extrapolando, afastei-me dela e com toda a coragem e força do mundo, lhe dei um tapa no rosto.

— SUA VADIA. — Ela gritou com uma das mãos no lado do rosto atingido.

— Você está mesmo brincando com sua vida né? Mas aproveite, porque hoje você teve sorte, não estou a fim de te matar e depois ainda ter que esconder seu corpo. Eu vou dormir, e quando eu acordar não quero mais nenhum rastro seu aqui. — Ela disse se controlando.

— Você não sabe o quanto eu estou feliz em ouvir isso. — Falei indo para o famoso sofá, assim que o sol raiasse, o que não faltava muito, eu me mandaria dali.

______

Três dias se passaram e tudo o que havia acontecido não saía da minha cabeça, pensei até em denunciar aquela ganguezinha para a polícia, mas eles são espertos demais, eu estaria apenas moldando minha morte. Fui obrigada a pisar no meu orgulho e voltar para a casa, fiquei de castigo claro, meu pai me deu um discurso dizendo que o fato de eu ter saído de casa havia sido um exagero e blá blá blá.

Estava em minha cama, lendo algo desinteressante que havia naquelas revistas sem graças que eu adorava comprar, vai entender, a tristeza batia quando eu me lembrava que só havia mais duas semanas de férias. O telefone tocou.

— E ai putinha de GTA, já está na esquina? — Era Luisa, minha melhor amiga.

— Claro, até porque minha esquina é de outro nível, tem até telefone residencial...

— Vai te foder, Marilia. Você não atendia a droga do seu celular, então liguei para o telefone residencial ué.

— Ok, fala...

— Vem aqui, preciso de companhia, estou me sentindo tão sozinha.
— Luisa fez drama.

— Garanto que você não quer uma puta na sua casa. — Falei, e Luisa riu.

— Puta, quem é puta? Eu falei algo? Devo ter confundido a palavra, você é uma princesa... A fiona claro. — Ela me amava.

— Você tem sorte que eu gosto da Fiona, se não você estava ralada Sonza. — Ela odiava que eu a chamasse pelo seu segundo nome. — Vou tomar um banho e daqui a pouco colo aí.

A casa de Luisa ficava a algumas quadras depois da minha, ainda não havia falado a ela o acontecido de três dias atrás. E nem sabia se iria falar, talvez fosse melhor eu guardar um pouco mais para mim.

𝐏𝐎𝐒𝐒𝐄𝐒𝐒𝐈𝐕𝐄 - ᴹᵃˡⁱˡᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora