Capítulo 1 - O Cristal roubado

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Em uma certa noite, no reino de Lóng Yú, da dinastia Ming, um cristal foi roubado. Mas aquele não era apenas um cristal, ele era o Cristal de Jade. Ele é a fonte de toda energia vital do reino de Lóng Yu, era conhecido como Jade do Dragão.

O reino é distribuído em 6 províncias e uma ilha, sendo que cada uma exerce sua função para contribuir com a economia do reino.

O Cristal ficava no castelo Longjing, na cidade de Lótus, responsável por toda a parte turística e hoteleira.

Ninguém sabe o paradeiro da jade ou quem a roubou, tudo que havia no local do crime era um pedaço do grande Cristal de Jade. Alguém a quebrou propositalmente ou deixou cair sem querer? Não havia respostas para tais perguntas. Os guardas do castelo Longjing, perplexos, não conseguiam entender como alguém poderia ter superado as defesas meticulosamente planejadas e levado o Cristal sem deixar nenhum rastro.

A notícia imediatamente se espalhou, e uma sombra de desespero pairou sobre os habitantes locais e de reinos próximos. Sem a Jade, a vitalidade das colheitas, a saúde dos seres vivos e a prosperidade do reino estavam em risco.

Dentro do castelo, vivia um mago extremamente conhecido por suas habilidades com flautas. Como o reino não havia um soberano eleito, a proteção do reino ficava nas mãos desse mesmo mago, que assumiu a responsabilidade de encontrar o Cristal roubado.

O pedaço do Cristal era importante, por menor que seja esse pedaço, sem ele inteiro, nenhuma das partes poderiam usá-lo, seja para o bem ou para o mal, apenas com elas juntas, o poder da Jade estaria completo.

Noites em claro, o mago, com suas habilidades tentou rastreá-lo, mas não obteve resposta entre as 7 regiões do reino.

O mago é Li Wei, um homem jovem de cabelos longos e negros, como o anoitecer, não se sabe muito sobre o seu passado, apenas que ele é tão famoso quanto o reino, sempre carrega uma flauta negra com uma pluma vermelha em seu cinto, cujo nome era Yǔfēng, também possuí uma espada, chamada Mòyǎ Jiàn, que utilizava em combates corpo a corpo. Porém tinha preferência por sua bela flauta.

Depois de percorrer todo o reino, Li Wei pediu ajuda aos sábios conselheiros do Castelo Longjing que lhe disseram que no Reino do Sul haveria uma pessoa a qual o ajudaria em sua busca, um renomado espadachim, Ji Xíang, conhecido por realizar cortes tão rápidos e frios quanto o gelo com sua espada Hànjiàn.

Wei então partiu para o Porto de Jade, cidade ao leste do reino. Lóng Yú era formado por arquipélagos, sendo assim a única maneira de se locomover entre as cidades era por meio de barcas, que ficavam ancoradas em cada porto, Porto de Jade era a cidade com o maior porto, pois estava em uma posição favorável para receber mercadorias e pessoas de todas as regiões.

Quando chegou ao local, esperou até que a primeira embarcação do dia atrasasse, ofereceu três yuans e embarcou. Passaram-se três dias de viagem até finalmente avistar o tão renomado, mas misterioso, Reino do Sul.

Quando chegará já era noite então decidiu que iria procurar a hotelaria mais próxima. E assim o fez.

O Reino do Sul tinha belas paisagens, repletas de segredos entranhados em casa rocha e até mesmo nas folhas de suas árvores, a o misterioso Reino que fabricava guerreiros samurais e espadachins lendários, como Shen Long, o lendário espadachim cujo nome ecoava por todos os cantos. Shen Long não era apenas habilidoso com a espada, ele também possuía um conhecimento profundo sobre a natureza e os segredos do Reino do Sul. Dizia-se que ele podia ouvir as histórias sussurradas pelo vento e decifrar os segredos escondidos nas sombras das montanhas. As lendas falavam de suas façanhas em batalhas épicas, protegendo o reino de invasores e desvendando mistérios antigos que podiam mudar o destino de Nánfāng wángguó.

Mas como o próprio Li Wei sabia, lendas nem sempre são verdadeiras.

Em uma longa noite, semanas depois do desaparecimento da Jade, encontrava-se Ji Xìang, sentado em uma rocha, à sua frente avista-se um rio onde o som era tão calmo quanto o instrumento musical que o jovem estava tocando, uma Qugin. Suas vestimentas eram brancas como roupas de um enlutado na tradição chinesa, e sua delicadeza ao tocar as notas, eram tão leves quanto uma pluma.

Ele vivia em Nánfāng wángguó (Reino do Sul) e era um dos espadachins mais renomados daquela região. Sua habilidade com a espada era lendária, e muitos vinham de terras distantes para aprender com ele. Seus movimentos eram rápidos e precisos, como se a espada fosse uma extensão de seu próprio corpo. Além de sua destreza, ele era conhecido por sua sabedoria e integridade, sendo frequentemente chamado para aconselhar o rei em questões de estratégia militar e diplomacia. A paisagem das redondezas eram deslumbrantes e uma paz imensa.

A música do Qugin flui como a água do rio, enquanto a espada que o jovem possuía brilhava como o sol, o nome dela era Hànjiàn e fazia juz ao nome que tinha ''Espada fria", pois seus cortes eram tão afiados como gelo. A cor dela era como a de Ji Xìang, branca e com desenho de nuvem em sua bainha. A espada do jovem era conhecida por todos os reinos, principalmente o dono.

Ele não era uma pessoa muito amigável, normalmente não conversava muito, e quando abria a boca para falar algo, eram curtas e diretas palavras, ele era tão elegante quanto sua aparência, mas tão frio quanto gelo.

Naquela mesma noite ele parou os toques sobre a Qugin, erguendo seu corpo um pouco para trás e ajeitando sua postura, fechando lentamente seus olhos, ele apenas se permitiu ouvir o som da água em movimento, até que ele escuta um movimento nas moitas atrás dele, ele abriu os olhos e permaneceu na posição que estava, apenas em alerta.

- Ah, esse lugar é enorme! - Resmungou Li Wei, saindo das moitas em sua caminhada noturna.

Naquele exato momento em que ele havia aberto a boca, Ji Xíang de imediato se levantou e segurou firme sua espada, a tirando metade da bainha, nem mesmo falou nada.

- Eu não sabia que tinha alguém aqui. Perdão! - Alega com surpresa, colocando no peito e suspirando, mas logo recompondo sua postura

O Jovem ergueu suas mãos para frente, juntando-as e curvou-se levemente. Ambos não se conheciam, mas estranhamente se encararam, por serem pessoas conhecidas pelos reinos, mas nunca terem se visto pessoalmente.

- Oh! Você me é familiar. - Li Wei apontou sua flauta para ele e logo brincou com ela, passando-a entre os dedos e dando passos próximos a ele.

- Roupa brancas, cara bonita e fechada, homem frio como um gelo. Só pode ser Ji Liàn! - Ele falautilizando o nome de nascimento do outro.

Ji Xíang jogou imediatamente a vestimenta de seu pé para trás e saiu andando, de volta para o Clã Ji, enquanto Wéi Ying fica parado onde estava, observando-o se afastar.

Suspirou, com os ombros para baixo.

- Teria várias em cima dele, se não fosse por essa cara como se tivesse chupado um limão.

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