Nada mais que um experimento

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[capítulo não revisado]


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FALLEN ANGEL
Capítulo 2:
Nada mais que um experimento
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╭━━━━━∙⋆⋅⋆∙━━━━━╮FALLEN ANGELCapítulo 2:Nada mais que um experimento╰━━━━━∙⋆⋅⋆∙━━━━━╯

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          AO ABRIR OS OLHOS encontrou familiaridade com o mesmo teto branco que sempre encarava, ora gritando e pedindo ajuda, ora sofrendo calado, mordendo os próprios lábios tão fortemente no intuito de não deixar nenhum grito escapar que o gosto metálico do sangue se fazia presente em sua boca.

          Era ali, naquela mesma sala, que os minutos se transformavam em horas, as horas se transformavam em dias enquanto permanecia sendo observado pelas câmeras dispostas em todos os lugares capturando cada movimento seu. Quando se comportava, podia sair alguns dias antes como uma espécie de recompensa, quando ia mau apenas recebia a sua comida que parecia ser tão fria e sem gosto. Naquela sala nasciam os piores pesadelos do garoto, assim também como seu anseio pela liberdade que crescia a cada instante.

          ━━━ Buenos días, angelito. Espero que hayas dormido bien. ━━━ a voz masculina ecoou pelo sistema de comunicação da sala.

          A criança se levantou silenciosamente e se sentou na cama apenas balançando a cabeça em concordância. Seus pés nem alcançavam o chão pela sua baixa estatura devido a idade, suas mãos estavam unidas firmemente em seu colo buscando amparo em alguma coisa que o tirasse daquela sensação ruim de vazio.

          ━━━ O que quer fazer hoje? ━━━ o garoto se manteve em silêncio o tempo inteiro apenas olhando para mesma câmera que sempre encarava ━━━ Vamos lá, Isaac. O que combinamos? Não quer ficar aí mais alguns dias, não é mesmo?

          ━━━ Posso ver o céu hoje? ━━━ a voz doce e calma da criança ecoou pelo quarto, cheia de esperança e medo. Era isso que sempre pedia, sempre para ver o céu. Seu único pedido era para manter a familiaridade com a imensidão e manter viva dentro de si a breve sensação de liberdade e esperança que se definhavam lentamente com o passar do tempo naquele lugar.

          ━━━ Hoje eu permitirei, mas antes tem que tomar todos os seus remédios. Entendido? ━━━ Isaac concordou mais uma vez silenciosamente e voltou sua atenção para a porta que havia sido aberta fazendo o menino se encolher involuntariamente ━━━ No tengas miedo, angelito. Sólo soy yo.

          ━━━ Fale na nossa língua, doutor. Não estamos no seu território. ━━━ o comandante entrou na sala seguindo o cientista. Isaac observou em silêncio a postura imponente do comandante Johnson, seus braços cruzados sobre o peitoral na mesma pose de soldado que sempre assustava Isaac ━━━ Como vai o experimento?

          ━━━ Não é um experimento, é uma criança. ━━━ o cientista sussurrou entre dentes com medo de seu superior ouvir ━━━ O que posso dizer? O progresso dele está constante e linear, Isaac se mostrou estável às mudanças e aos soros, o que é muito bom, mas... ━━━ o cientista respirou fundo pensativo.

          ━━━ Acho que não há necessidade para tanto mistério, diga logo. ━━━ Johnson ordenou sem paciência.

          ━━━ Ainda há relutância e falta de êxito em relação ao controle da mente dele.

          ━━━ Justamente o que mais precisávamos. ━━━ o comandante resmungou insatisfeito olhando severamente para Isaac como se a criança fosse responsável pelas falhas do experimento ━━━ Irei realizar uma reunião com os investidores e discutiremos como será nossa nova abordagem para obtermos sucesso. Continue o trabalho. ━━━ sem dizer mais nada, Johnson saiu dali com passos firmes fazendo o garoto soltar o ar do qual nem sabia que estava segurando.

          ━━━ Eu tenho medo dele. ━━━ Isaac sussurrou para o cientista perto de si que o olhou com compaixão.

          ━━━ É, eu também tenho medo dele, angelito. Mas é ele quem manda aqui, não posso fazer nada.

          Javier García, o grande cientista oriundo de Cancún, um grande homem de princípios dos quais podiam facilmente ser mudados com alguns zeros aumentados em seu salário. Javier tinha empatia pelo pequeno garoto naquela sala, mas não era maior que sua ganância e obsessão pelo sucesso e a fama de gênio, considerava Isaac como um filho por tê-lo praticamente criado desde o primeiro dia que o garoto chegou naquela base da HYDRA, mas sabia que não podia deixar seus sentimentos interferirem na pesquisa de sua vida.

          ━━━ Vamos lá, angelito. ━━━ Javier deu um grande sorriso para o garoto e estendeu sua mão em sua direção ━━━ Vamos ver o céu.

          
          ━━━ Nono teste do dia, a cobaia continua apresentando relutância e resistência com o procedimento. ━━━ Javier diz com o semblante tão sério que o garoto jamais havia visto.

          Suor escorria pela testa do garoto, seus pulsos presos naquela cadeira já apresentavam feridas abertas pelo tanto que se mexia na tentativa de resistir e escapar dali, o que era inútil. Sua cabeça estava latejando em uma dor da qual não tinha sentido antes, seu estômago doía pelo longo período de tempo que passou sem comida por se recusar a cooperar. Isaac apenas queria sair dali, queria que tudo aquilo acabasse logo, mesmo que isso significasse a sua morte.

           A morte... O garoto se pegava pensando muito nela ultimamente, sobre todas as possibilidades ou o que aconteceria depois que seu pequeno coração parasse de bater. Será mesmo que existia um céu? Será que ele iria para um lugar melhor? Ele continuaria sofrendo mesmo depois de morrer? O que veria? O que sentiria? Eram muitas perguntas sem respostas, muitos pensamentos confusos, sentimentos estranhos dos quais nunca havia sentido antes. Havia uma emoção em específico que estava sentindo com tanta frequência e normalidade quanto respirar, a raiva. Raiva dos testes, dos soros, de ficar preso, raiva daquela sala branca, raiva do comandante Johnson e até mesmo sentia raiva de Javier. Isaac não só desejava a morte deles, como também queria que isso viesse por suas próprias mãos. Já até sabia como iria fazer isso, passou um tempo observando os soldados da HYDRA em toda a sua fúria enquanto lutavam uns contra os outros naquela sala assustadora de treinamento.

          E foi ali, naquela sala branca que Isaac fez seu primeiro juramento.

          Ele iria matar todos aqueles que lhe fizeram mal e todas as pessoas más que causavam mal aos inocentes.

         

𝐅𝐀𝐋𝐋𝐄𝐍 𝐀𝐍𝐆𝐄𝐋  | MCU [Oc Male]Onde histórias criam vida. Descubra agora