𝘼 𝙛𝙡𝙤𝙧𝙚𝙨𝙩𝙖 𝙚 𝙤 𝙡𝙤𝙗𝙤 𝙫𝙚𝙨𝙩𝙞𝙙𝙤 𝙙𝙚 𝙘𝙤𝙧𝙙𝙚𝙞𝙧𝙤.

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Alicia's vision


Cubro meu rosto com minha camisa ao ter raios solares incomodando meu sono, que era grande por ter dormido muito tarde e o local onde eu estava, não ajudava muito; minhas costas doíam e minha cabeça latejava um pouco por conta da grande corrida que fiz de minha casa até aqui.

Pelo jeito que o sol estava, eram 07:00 da manhã. Sei disso, já que não tinha relógio em casa e precisava saber quando dar a comida para minha mãe.

Ouço vozes conhecidas se aproximando de onde eu estava. Que droga, me encontraram? Nem ligo mais para o sol em meus olhos, que estavam um pouco sensíveis por eu ter acabado de acordar. Levanto rapidamente, sentindo minha cabeça meio tonta, pelo movimento repentino. Pego minha mochila e sai rapidamente de onde estava; não poderia fazer com que toda a minha caminhada tenha sido em vão.

Começo a correr, meus pés batendo rapidamente contra as folhas secas, sem me atrever a olhar para trás. O medo tomava conta da minha mente. Meu peito se apertava, como se uma mão invisível segurasse meu coração e o apertasse sem piedade. Sentia meu pulmão queimar, minha respiração quase inexistente, e as solas dos meus pés rasgavam-se nas raízes soltas e nas pedras pelo caminho. Parei por um momento, tentando recuperar o fôlego, o que era bastante difícil; as batidas do meu coração eram rápidas e fortes, e minha mente não descansava. Mesmo de dia, a floresta mal tinha luz. As árvores cobriam quase todo o lugar, mergulhando-o na escuridão, o que tornava tudo ainda pior. Olhei em todas as direções, com olhos selvagens e paranoicos, tentando perceber se ainda estava sendo seguida e orando a Deus para que isso não estivesse acontecendo.

"Quem estará nessa floresta? Será meu pai ou algum de seus amigos? Não. Não posso ser pega, não posso, não posso. Ele vai me levar, ele vai me torturar."

O medo só aumentava dentro de mim. Quando penso em correr novamente, sinto uma mão gélida e firme tocar meu ombro, e um grande e estridente grito escapa da minha boca antes que eu pudesse me conter. Sou virada para encarar a pessoa, e o homem à minha frente levanta as palmas em direção ao peito, mostrando que estava desarmado, tentando acalmar meu pânico, como se eu fosse um animal encurralado.

Era um padre?!

"Bom, padres são bons, né? Ele não me faria mal, certo?"

Ao perceber que o havia assustado, o pânico me invade novamente, e eu só consigo pensar em maneiras de me desculpar com o bom homem à minha frente. Ele parecia um senhor de mais ou menos 40 anos de idade.

- Ai, meu Deus! Me desculpe pelo grito, eu acabei me assustando com sua aparição repentina, não queria assustar o senhor. Não foi minha intenção, me desculpa.

Digo rapidamente, atropelando algumas palavras. Estava totalmente nervosa. Às vezes olhava para trás, vendo se não estava sendo seguida.

- Está tudo bem, minha querida. Você se perdeu? Precisa de algo?

O homem de cabelos grisalhos sorri simpaticamente para mim.

Se eu tivesse observado mais, talvez veria a falsidade naqueles dentes amarelados.

Ele leva sua mão até meu cabelo, passando como um tipo de carinho, o qual eu estranhei um pouco, mas não impedi aquele ato; talvez ele só queira ser legal comigo.

- Eu...

Tentava pensar em alguma desculpa para dar, não poderia dizer a verdade. Na minha mente passava um monte de coisas e soltei algumas sem pensar muito. Só esperava que ele acreditasse na minha história, pois, tinha medo de contar a verdade e fizerem eu voltar para aquela maldita casa, eu não voltaria, não sem minha mãe, ela era a razão de estar ali, não posso viver naquele ambiente sem ela.

- Meus pais... eles.. eles..foram atacados por caçadores.. foi.. foi tão assustador.. eu consegui fugir.. mas.. tenho medo de está sendo seguida....

Faço com que lágrimas apareçam em meus olhos, querendo convencer o padre da história mal contada.

- Não acredito que isso tenha acontecido com essa bela criança. Vamos, vou te levar até o convento; lá você estará segura. Venha.

Sorrio, animada com a ideia de ter uma moradia. Mesmo estando meio desconfiada com toda aquela bondade, concordo com a cabeça, sinalizando que aceito a oferta, e vejo o padre, cujo nome ainda não sabia, pegar minha mochila e colocá-la em suas costas. Queria dar uma chance para isso, talvez nem todos sejam iguais ao meu pai. O mais velho começou a andar, pedindo para que eu o seguisse, e assim fiz. Querendo acreditar que eu iria começar uma nova vida, uma vida melhor.

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Espero que gostem, beijos da Yas.

A vingança. Onde histórias criam vida. Descubra agora