Capítulo 5

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-O que deve ter sido divertido? - Tom perguntou. Seus olhos estavam um pouco desfocados, mas ele não se lembrava de ter contado seu segredo.

-Que? - Bill respondeu, focando seus olhos no loiro. Tom apenas levantou um ombro, sem saber como continuar. -Sabe? Realmente não é tão traumático, a menos que você veja sua mãe e seu pai... - Bill disse levemente.

O rosto de Tom ficou vermelho e seus olhos se arregalaram. -O-o quê?

-Sim. A menos que você tenha visto seus pais, então não é tão traumático. Você viu seus pais?

O rosto de Tom disse tudo. Sim, ele tinha visto seus pais... E com múltiplos parceiros. Tom não tinha certeza se conseguiria mais sangue na cabeça. A expressão em seu rosto fez Bill querer abraçar o pobre garoto e rir ao mesmo tempo.

-Você já pensou que se sente tão traumatizado, porque acha interessante e acha que poderia ser divertido?

-Você está me fodendo!? - Tom gritou, fazendo Simone rir na cozinha. -Não, não, não, não. NÃO. Deus não.

-É muito engraçado Tomi. - Bill informou. Mas ele guardou para si o fato que foi ele quem levou Simone a tudo isso.

-Por favor, pare Bill. - Implorou e praticamente rastejou para fora do armário. Tom se moveu até ficar deitado na cama e descansou sobre o lado esquerdo, com o travesseiro escondendo seu olho daquele lado. O outro olho brilhou com pura inocência.

-Por que eu, Bill? Você não pode atormentar outra pessoa com essas suas... Ideias?

-Não são ideias, só estou tentando expandir seus horizontes. - Bill sentou-se em frente ao olho exposto de Tom.

-Parece que tudo o que você quer é que eu coloque meu pedacinho de carne. - Disse o adolescente com um leve rubor. -No pedacinho de outra pessoa. Não vejo a lógica.

-O que devo fazer para convencê-lo ou fazê-lo compreender meu ponto de vista?

Tom deu um sorriso ao demônio. -Bill, não creio que haja nada que você possa fazer. Eu realmente não estou interessado.

-Sério, acho isso muito difícil de acreditar. Se você não tivesse nenhum interesse nisso, você não teria sido Durão na escola, com as coisas que fiz com você. - Destacou Bill.

Tom enterrou o rosto no travesseiro, antes de espiar novamente. -Talvez eu esteja me salvando. Você já considerou isso?

-Salvar você para quem?

Tom moveu o rosto para que ambos os olhos estivessem em Bill. -Você sabe, pelo "único amor". A pessoa por quem me apaixonarei e casarei. Minha alma gêmea. - O rosto de Tom era suave enquanto ele falava sobre isso. Bill ficou surpreso com isso. Ele nunca conheceu ninguém de quem pudesse se lembrar que tivesse confessado algo assim para ele. Tom mordeu o piercing no lábio. Bill estava quieto. Certamente isso não era uma coisa boa, mas ele continuou falando. -Isso não tornaria especial? Estar com alguém que esperou por você e mais ninguém? - Por alguma razão, Tom não teve vergonha de contar a Bill sobre suas ideias de virgem, como teria acontecido com Georg ou mesmo com Gustav.

-Nunca ouvi isso antes. - Admitiu Bill.

-E aqui eu pensei que você tinha idade p suficiente para ter ouvido tudo. - Brincou Tom. -Mas sério? Nunca?

-Se alguma vez. Geralmente as pessoas que atormento, no fundo, são prostitutas.

Os olhos de Tom brilharam de orgulho. -Eu não sou. Ou pelo menos até onde eu saiba, não sou.

-Não prostitutas como aquelas com quem sempre lidamos, mas no fundo, elas queriam sexo, não tanto quanto a pessoa que atormentei antes de Simone.

O rosto de Tom estava incrivelmente vermelho. -Bill, se eu lhe pedisse um favor, você faria isso?

-Depende do favor, mas há uma chance de eu fazer isso.

Tom se escondeu no travesseiro novamente enquanto falava. -É que... Falar sobre pessoas promíscuas... E relacionamentos... Me deixa muito desconfortável, então se você continuar falando sobre isso, poderia mencioná-lo com isso e eles?

Bill teve a sensação avassaladora de querer acariciar as bochechas de Tom e acalmá-lo para dormir. -Farei o meu melhor.

Dando-lhe um sorriso sadoravel. -Obrigado, Billy.

-Billy? - Repetiu com um sorriso nos lábios.

O rosto de Tom se iluminou novamente. -Eu... Sinto muito. - E seu rosto desapareceu novamente, embora seu pescoço, quase invisível, mostrasse que estava brilhando pelo quão vermelho estava.

-Por que você está se escondendo? - A voz de Bill soou excepcionalmente suave e gentil.

-Mmbuhhsd - Foi a resposta abafada. Tom decidiu que não precisava de ar, então continuou assim.

-Que? Entendo muitos idiomas, mas muf muf não é um deles.

Tom riu baixinho e virou a cabeça, então ainda não conseguia ver Bill, mas podia ouvi-lo. -Eu disse que pena.

-E o que te deixou com vergonha? - Bill perguntou, rastejando sobre o garoto, para poder vê-lo.

-Eu não deveria ter te chamado de Billy. Sinto muito. - Tom moveu Bill para onde estava originalmente, virando a cabeça naquela posição em que ele estava não era confortável.

-Está bem. Na verdade gosto disso. - Bill sorriu.

Tom olhou para ele timidamente. -Ok... Billy. - Ele se enrolou em uma posição mais confortável, achando muito mais agradável conversar com Bill quando eles não estavam fatando sobre... Isso.

-Na verdade meus algozes nunca me deram um apelido antes. Só você até agora.

Tom parecia satisfeito, como se aquela pequena informação tivesse feito o seu dia. Mais ela foi rapidamente afastada por uma expressão brincalhona. -A maioria das pessoas chama você de pé no saco?

-Não! - Bill riu e cutucar Tom no peito, o que pareceu apenas um leve toque.

Rindo e gritando levemente, Tom protestou. -Não é justo! Não me faça cócegas!

-Alguém tem cócegas, certo? - O demônio sorriu e começou a fazer cócegas no Tom.

-Não! - Tom gritou repetidamente, uivando e se contorcendo na cama. Nem Bill nem Tom ouviram quando a porta se abriu, até que o pai dele falou. -Tom? - Um pouco preocupado, pois não conseguia ver Bill, apenas Tom, se mexendo e rindo, tentando escapar de algo que não conseguia ver. -Esta bem?

Bill sorriu e continuou fazendo isso, surpreso Tom não deu a resposta e nem motivo para parar as cócegas. Mas Tom não tinha pensado nisso. Ele se sentiu quando ouviu a voz de seu pai, fazendo Bill tropeçar em cerimônia e cair na virilha. -Estou bem pai.

-Ok, bem, uhm... O jantar está pronto. - Informou o homem mais velho.

Put demons In... - {PT-BR}Onde histórias criam vida. Descubra agora