Dangerous Attraction / 𝒋𝒆𝒐𝒏 𝒋𝒖𝒏𝒈𝒌𝒐𝒐𝒌 - 𝒎𝒂𝒇𝒊𝒂 𝒌𝒊𝒏𝒈

𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑢𝑙𝑜 6

Jungkook
~•~

— Droga, cara, aqui faz muito frio. Se eu soubesse que teria que ficar agasalhado o tempo todo, teria ido para o Brasil — a voz de Jimin ecoava pelo viva-voz do celular, enquanto eu me concentrava em ajustar a mira da minha pistola.

O drama dele era típico, e eu revirei os olhos quase por reflexo. Foi pra Rússia por que quis.

O meu quarto era um verdadeiro santuário de armas. As paredes estavam adornadas com uma coleção meticulosa de pistolas, rifles e facas, cada uma em seu lugar preciso.

O cheiro de fumaça do cigarro que eu fumava se misturava com o aroma metálico das armas, me dando uma sensação quase opressivo e familiar.

— Você só toma decisões que te ferram, Jimin. É impressionante essa sua habilidade — falei, soltando uma baforada de fumaça que se dissipou lentamente no ar.

— Falando assim, parece até meu pai — ele replicou com a voz levemente distorcida pelo alto-falante. — Eu posso tomar decisões erradas, mas pelo menos todo mundo me acha legal e agradável para conversar.

Soltei um riso anasalado, achando seu comentário quase ofensivo. Dei mais uma tragada no cigarro, sentindo a nicotina acalmar meus nervos.

— O que está insinuando, Jimin? — perguntei, franzindo a testa enquanto continuava a calibrar a pistola, sentindo o peso do metal frio nas minhas mãos.

Do outro lado da linha, Jimin gargalhou, claramente se divertindo às minhas custas.

— Não me leve a mal, cara. Não é que você seja desagradável. Além de ser bonito, você tem muitas qualidades, como... — ele fez uma pausa dramática, claramente procurando o que dizer. — Bem, deixa pra lá.

Se esse filho da puta não fosse meu amigo, eu já teria dado fim na vida dele por me insultar. Ele fala como se todo mundo me odiasse. Nem todos me odeiam. Bem, pelo menos não as mulheres.

— Eu não acredito que me ligou só para me dizer essas coisas — falei, apagando o cigarro no cinzeiro de vidro que estava sobre a mesa de madeira escura.

— Claro que não.

— Ah, é mesmo? — zombei, levantando-me da cadeira estofada e caminhando até a parede ao lado para recolocar a pistola em seu lugar.

— Liguei pra dizer que, apesar de um lugar frio pra cacete, você precisa ver as mulheres aqui na Rússia. Todas são lindas e têm um apetite sexual bem peculiar. São profissionais no boquete...

Ergui uma sobrancelha, como se ele pudesse me ver, e coloquei a pistola de volta na sua posição exata, admirando a simetria da minha coleção.

Eu já devia saber que Jimin diria algo assim. Pelo estresse que eu estou acumulando esses dias, um bom sexo resolveria meu problema, como sempre. Mas, infelizmente, não estou com cabeça nem para isso.

— É por isso que seu pai não queria deixar você administrar a empresa dele — comentei, voltando a sentar na minha cadeira.

Jimin era filho de um empresário famoso aqui da Corei, um dos homens que tenho aliança. Por ser um mulherengo inconsequente o pai dele não deixou a empresa pra ele, mas sim para seu irmão mais velho Jin.

— Talvez, Jimin, se você fosse mais profissional, sua vida não se resumiria apenas em bocetas.

Uma vez, um sábio disse; se for para ser um filho da puta, seja um filho da puta profissional assim como eu sou. E, bom, esse sábio sou eu mesmo.