Capítulo 8

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Ray

Ontem, não fomos apenas degustar menus, mesmo que tenhamos dito aos nossos amigos que nos acompanhassem por esse motivo. Passamos o fim da tarde conhecendo um hotel histórico às margens do rio Chao Phraya. Khun Ying foi excelente em marcar as visitas e dar um jeitinho de encaixar todas com urgência. Insisti para que as opções de menu fossem apresentadas de forma adiantada; normalmente, os casais escolhem isso depois de decidirem o local da festa, mas não temos tempo. As opções de catering nos ajudarão na decisão final.

Hoje, acordamos muito cedo para conhecer outro hotel às margens do Chao Phraya. Ainda teríamos dois hotéis em Hua Hin e mais dois nas montanhas de Chiang Mai para analisar, todos já agendados para os próximos três dias. As passagens de avião para Chiang Mai já estão compradas.

Sand ajeitava sua camiseta com a estampa de uma banda tailandesa indie ainda em ascensão. Toquei sua bochecha com a ponta do meu dedo, e seus olhos sorriram para mim.

— Nossa — ele alongou o pescoço —, estou cansado.

— Quando voltarmos, não vou deixar você trabalhar ou fazer as coisas. Deixa que eu cuido do jantar.

Sua risada soou brevemente.

— Ah é? Vai cozinhar hoje?

Um canto da minha boca se curvou para cima:

— Não disse que vou cozinhar.

No elevador do prédio, continuamos nossas conversas; sempre temos muito para falar.

— Nick está trabalhando hoje — ele disse.

— Cheum disse que não levantaria cedo e que iria para o OFS II — (o albergue) —, trabalhar até mais tarde, dependendo da quantidade de hóspedes. Então, seremos só nós dois.

A porta abriu-se no subsolo, onde fica o estacionamento.

— Você tem falado com o Mew, Ray?

— Pra falar a verdade, ontem ele evitou assuntos como Top e o hotel, falou pouco sobre a livraria. Disse que não vai abrir por esses dias.

— Ah — entramos no meu carro. — Espero que ele esteja bem. Até pensei que talvez devêssemos pedir para que ele deixe os assuntos do casamento para Khun Ying. É melhor que ele não se estresse com isso agora.

Eu fui dirigindo. O hotel é relativamente perto da nossa casa, a cerca de meia hora, quando o trânsito está fluindo. Deixei o teto conversível aberto; o sol da manhã, ainda fraco e morno, nos banhava, dando indícios de um dia quente. Sand colocou seu headphone pouco tempo depois de sairmos do estacionamento.

— Você se importa se eu for ouvindo música?

— Não quer usar o rádio?

— Quero bloquear o barulho da rua.

— Ah sim, tudo bem.

Ele tem estado mais sensível ao cansaço devido a toda a agitação desde que voltamos para Bangkok. Mal ficamos em casa; todos os dias temos assuntos para resolver sobre o casamento, o trabalho no albergue — apesar de ser simples —, as coisas de casa, o portfólio de musicista...

Sand fechou os olhos e só os abriu quando estacionei e desliguei o motor. Minutos depois de descermos do carro, Khun Ying ligou avisando que estava presa no trânsito da Ponte Krungthon, há pouco mais de quinhentos metros.

Adentramos o hotel e fomos recebidos por uma brisa suave que passava pelas largas portas de vidro, trazendo o aroma sutil das flores frescas que adornavam o lobby. Um funcionário veio até nós, simpático, se apresentou como o gerente de eventos e nosso guia.

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