Capítulo 21

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Take you like a drugI taste you on my tongueYou ask me what I'm thinking aboutI tell you that I'm thinking aboutWhatever you're thinking aboutTell me something that I'll forgetAnd you might have to tell me againIt's crazy what you'll do for a frie...

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Take you like a drug
I taste you on my tongue
You ask me what I'm thinking about
I tell you that I'm thinking about
Whatever you're thinking about
Tell me something that I'll forget
And you might have to tell me again
It's crazy what you'll do for a friend -
Daddy Issues, Canção de The Neighbourhood

~ Reencontro ~

Armando Aretas

Nunca três disparos me doeu tanto assim, pela tela do computador consigo visualizar o babaca acertar minha mulher três vezes. Seu corpo cai no chão e vejo ela perder a consciência, ele atirou para matá-la, sem hesitar mostrando sua crueldade.

Me levanto e pego uma arma pronto para ir de encontro a ela. Marcus coloca a mão na boca e Mike tem o celular em mãos olhando para o corpo de Elie em sua câmera de segurança.

— Aonde você vai? — Kelly pergunta.

Essa garota não gosta de mim.

— Vou atrás da minha esposa. — Murmuro indo em direção a porta, mas Mike pega o meu ombro e eu me desvinculo dele rapidamente.

Eu só tenho que chegar até ela.

— Armando? — Marcus me chama e me segura pelo braço e eu tenho que puxar novamente.

— Se acalme. — Mike diz me segurando e eu olho para ele e depois para a tela aonde Elie estava no chão gélido aguardando a morte.

— Tá me pedindo para acalmar!? Ela levou três tiros e vocês estão calmos.

— Mike, talvez ele tenha acertado ela com um tiro, olhe. — Kelly aponta para um pequena poça de sangue perto de seu peito. — Mas não parece nada grave ao julgar a quantidade de sangue.

Eu olho para eles como se fossem loucos.

— Está tudo bem, Armando. Elie nunca sairia sem o colete. — Mike sussurra olhando para a câmera. — E você não pode ficar passeando pelas ruas de Miami.

— Gente, ela tá se levantando. — O loiro no qual esqueci o nome alerta e Kelly suspira. — Ela deveria esperar, eu já pedi uma ambulância.

Kelly disca um número de alguém e vejo pela tela Elie pegar o celular e atender com dificuldade.

— Elie fique aí e espere a ambulância. Aonde foi o tiro? No peito? Espere aí. Ah, foi no ombro. — Minha esposa analisava o ombro e pegava um pedaço da sua blusa para amarrar. — Eles estão aqui, é isso. Espero você aqui então.

— Ela vai vim aqui? — Eu pergunto e Kelly acena vendo sua parceira se apressando para ir.

Seu celular toca novamente e ela olha para câmera com tédio. Eu me aproximo para ter uma boa visão dela e dou zoom em seu rosto machucado, minhas mãos vão de encontro ao fone de ouvido na esperança de escutar sua linda voz novamente.

Aquela voz que eu me esforcei para não esquecer .

— Elie, vá para o hospital e retire essa bala! Você não vai ajudar sua tia com uma bala no ombro, garota! Não seja idiota! Pode me xingar em espanhol que eu tô pouco me fudendo, vá agora. — Mike parece alterado enquanto discute com Elie que pela gesticulação das mãos não está nada feliz.

Eu coloco os fones e a escuto totalmente alterada.

— Quem você pensa que é? Eu não sou a sua filha e não preciso que cuide de mim! — Ela exclama e pelo lado de fora consigo visualizar a ambulância. — Eles pegaram a minha tia e eu vou trazer ela de volta!

Marcus pega o celular e começa a falar com ela, instantaneamente ela baixa a guarda.

— Minha sobrinha, assim você mata o tio Marcus do coração. Você quer isso? Preciso que esteja bem.

— Não tio Marcus. — Seu tom de voz é totalmente diferente.

— Então acompanhe eles, minha querida. Estão entrando agora e eu prometo que vou te buscar para fazer parte disso.

Ela acena olhando para a câmera e desliga o celular cedendo. Eu olho para os dois perplexos, Marcus conseguiu convencer Elie tão rapidamente que eu estou me sentindo atentado em perguntar qual era o segredo.

Estou irritado também por não conseguir vê-la pessoalmente, sua personalidade parecia ter mudado assim como sua aparência. Ela estava com cabelos longos e pretos, seu olhos estavam mais intimidantes e seu corpo parecia definido.

Isso deve ser graças aos treinamentos da academia de polícia, provavelmente.

— Mike? — Marcus chama meu pai que vai até a varanda com o celular na mão.

— Eu quero o seu filho, Mike. Quero as evidências do Capitão e em troca eu deixo sua esposa viver, diferente de sua sobrinha.

Era a tia de Elie, sua única família. Ela também era alguém muito importante por aqui e esposa do Mike, eu era somente seu filho bastardo.

— Eu vou... — Me aproximo do meu pai e murmuro aquelas palavras tendo sua total atenção. — Pelo menos a minha vida vai servir para alguma coisa.

Sua mão vai até o meu peito e ele fala com dificuldade.

— Não mesmo...

Respiro fundo e o vejo se afastar junto com Marcus. Como ele poderia saber das evidências? Como ele sabia de tudo? Talvez, seja pelo fato de ter algum informante dentro. Um maldito informante.

~•~

— Eu não confio em ninguém além dos que estão aqui.

Eu olho para o homem algemado longe, namorado da capitã e o informante também.Ele era um verdadeiro babaca!

— Cadê o Yuri e a Elie? — Rita pergunta e Marcus suspira.

— Feridos.

— É muito sério?

— Não muito. — Mike responde. — Não podemos envolver mais ninguém.

— Elie não vai gostar disso. — Kelly diz. — E a tia dela.

Mike balança a cabeça antes de responder:

— Preciso que ela fique em segurança.

Eu aceno e murmuro:

— Eu concordo.

— Estão prontos? — Mike pergunta olhando para cada um daquela roda.

— Estamos.

Não posso negar a ansiedade que estou de reencontrar minha esposa e de fazê-la entender que seu comportamento enquanto estive fora foi inadmissível, e que eu faria ela implorar por misericórdia.

Porque ela pode pedir o que quiser que eu lhe darei, menos o divórcio. Ela era minha e eu não aceito perder o que é meu, e Elie sabia disso muito bem.

Porque ela não foi me enfrentar pessoalmente? Quando tudo isso achar será a primeira coisa que vou perguntar, com certeza.

— Elie, não! — Kelly grita o seu nome e escuto o impacto de um corpo sendo jogado no chão.

— Seu maldito! — Ela exclama com raiva e me viro em sua direção que estava no chão socando o namorado de Rita.

— Eu fiz o que tinha que fazer!

— Minha tia foi levada por sua culpa, eu deveria te matar com as minhas próprias mãos.

Mike corre e pega Elie pela cintura afastando ela do homem agora todo ensanguentado.

Esse reencontro foi mais cedo do que o esperado.

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