25 _ Colar

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"O amigo ama em todos os momentos;
         é um irmão na adversidade."
                 ♥️Provérbios 17:17

          ー ... E aí ela disse que eu deveria ser expulsa pelos danos que causei a saúde mental dela ー eu disse fazendo um gesto dramático, e meus amigos riram.

          Eu, Ravi, Rute, Thomas e Vincent estávamos sentados nas escadas da escola depois das aulas, e eu contava pra eles do absurdo que aconteceu hoje mais cedo.

  ー Mas falando sério, eu não acredito que ela fez isso, aposto que não deve ter nem procurado direito e já saiu te acusando. Quer saber? Eu vou ter uma conversinha com ela amanhã ー Rute disse com raiva, tentando me proteger.

                          ー Calma Rute, a gente é crente lembra. ー Thomas disse para Rute com um brilho nos olhos, enfim apaixonado.

ー É claro que eu não esqueci, eu só ia falar com ela mesmo, aí me desculpa mas é impossível não sair da graça, essa história é muito injusta! ー Rute cruzou os braços que nem uma crian- ça fazendo birra, e só parou quando Thomas abraçou ela de lado.

   ー É muito injusto mesmo, o que deu na cabeça dessa gente pra te acusar sem provas? ー Vincent perguntou.

             ー O que a gente pode fazer pra te ajudar, Hannah? ー Ravi perguntou preocupado.

      ー É se a gente revirar a escola toda atrás do colar? ー Thomas disse.

                 ー Vamo na casa da Raíssa na inocência falando que a gente só vai beber água e tals, e quando ela bobear a gente conta tudo pra mãe dela ー todos nós rimos da sugestão do Vin- cent.

            ー Muito obrigado gente, mas só de continuarem sendo meus amigos eu já fico feliz não precisam criar planos de invadir a casa de alguém... ー eu disse rindo.

      ー Aí que fofa! ー a Rute falou e nós tivemos um abraço coletivo.

                   Duas meninas da nossa sala, as amigas da Raíssa, passaram na rua no mesmo momento em que nós nos soltamos do abraço e quando me viram começaram a cochichar e rir.

        ー Não liga pra elas ー Ravi disse e me abraçou de lado.

  ー É que não são só elas, todos da sala quando souberam do roubo ficaram com raiva de mim e passaram a aula toda cochichando, se não fosse a pro- fessora Alice não teriam parado, foi terrível ー eu suspirei triste, me lem- brando de hoje mais cedo.

      ー Aí amiga não fica assim, quando a gente provar a sua inocência todos eles vão pagar a língua... É gente então eu...eu vou ter que ir pra casa agora! ー Rute falou.

        ー Vamos juntos... ー eu comecei a dizer mas ela logo me cortou.

              ー Não, não precisa eu posso ir sozinha, tchau quinteto! ー Rute disse sorrindo nervosa e acenando enquan- to ia embora.

    ー O que foi que aconteceu com ela? ー eu perguntei.

                 ー Na verdade eu me lembrei que também tenho que ir... ー Thomas falou, e piscou para Vincent que as- sentiu como se tivesse acabado de se lembrar de algo.

       ー E eu prometi que iria com ele ー Vincent disse se levantando, e ele e Thomas se despediram indo embora às pressas.

  ー Você também tem que sair corren- do como se estivesse tendo diarréia? ー eu perguntei olhando pro Ravi.

   ー Você quer que eu vá pra casa com você?

         ー Pode ir com eles, e fazer seja lá o que estão aprontando, eu vou ficar bem ー eu disse e ele sorriu me dando um beijo na bochecha.

            Depois que ele também se foi eu olhei para o céu me perguntando se os meus amigos poderiam estar se afas- tando de mim ou algo do tipo.

             Suspirei me levantando para ir embora.

                              ☁️🌙☁️

Mais tarde nesse mesmo dia eu decidi voltar pra escola com a tentativa de limpar meu nome.

               Falei com o senhor que fica no portão, explicando a minha história triste e ele acabou me deixando pas- sar pra procurar o tal colar roubado.

                                  A minha carinha de cachorro abandonado com lágrimas nos olhos também foi um fator pra ele me deixar entrar, mas enfim...

       Eu iniciei a minha busca na escola notando com um suspiro o quanto o local estava escuro.

    Liguei a minha lanterna e comecei a andar até o ginásio.

        É óbvio que eu estava me cagando de medo, mas vamos fingir que eu não me assustava com cada barulho do vento batendo as portas e o eco dos meus passos.

             Eu entrei no ginásio e fui até os armários começar a minha procura quando eu me assustei com o barulho da porta se fechando com força atrás de mim.

  Eu me virei pra tentar abrir, mas não consegui, pois infelizmente tive que me esquecer da porta quando outro barulho soou atrás de mim.

          Pareciam as portas dos armários batendo.

       Eu tentei me aproximar um pouco rezando pra ver uma janela aberta por onde estava vindo o vento que abria as portas.

      Até que eu vi uma figura na escuri- dão.

      ー AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! ー eu gritei e voltei correndo pra porta do ginásio que ainda não abria.

De acordo com o som dos passos atrás de mim a figura estava se aproximan- do.

       ー Como Zaqueu eu quero subir. O mais alto que eu puder... ー eu cantei com medo.

                ー Hannah? Você veio aqui de noite pra ensaiar o coral? ー uma voz conhecida perguntou, e eu me virei encontrando:

      ー Thomas?! O que você tá fazendo aqui? ー eu disse com o coração na boca.

      ー Hannah? ー Rute apareceu atrás de Thomas e junto com ela Vincent e Ravi.

ー O que... O que tá acontecendo aqui? ー eu suspirei sem ar devido ao susto.

          ー Nós viemos procurar o colar.

          ー Queríamos provar que você é inocente.

         ー Achamos melhor não te contar porquê você não nos deixaria vir, não queria nos deixar preocupados.

        ー Mas você não precisa lidar com todos os problemas sozinha amiga, estamos aqui pra te apoiar seja lá o que for.

           Eu sorri com lágrimas nos olhos, que não eram de medo, mas sim de gratidão.

                    Gratidão a Deus por me dar amigos tão bons que sairiam de suas casas a noite para vir a escola escura e sombria só pra procurar um colar que poderia provar que eu não sou uma ladra.

Enquanto eu pensei que eles não que- riam mais ser meus amigos, quando na verdade eles estavam fazendo de tudo pra me ajudar.

  E ao invés de dizer qualquer coisa eu saí correndo e todos nós tivemos um abraço em grupo.

𝐓𝐞𝐦𝐩𝐞𝐬𝐭𝐚𝐝𝐞 | 𝑹𝒐𝒎𝒂𝒏𝒄𝒆 𝒄𝒓𝒊𝒔𝒕𝒂̃𝒐 Onde histórias criam vida. Descubra agora