Se não fosse tão tarde

Cap. 16 - Marginal

Oi mores, td bem? Mais um capítulo ai! Com o retorno de alguns personagens, praticamente continuando o capítulo anterior. Boa leitura, bjs da autora!

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•Ray

Chegamos na praia, encontramos um lugar para ficar e relaxar, acabamos situando-nos perto de uma área com rede para vôlei. Nos sentamos e ficamos aproveitando aquela vista magnífica e impecável, o sol já estava se pondo, sua luz refletia no mar dando uma atmosfera de tom alaranjado, a brisa batia no corpo gerando pequenos arrepios do corpo tentando se acostumar com a nova temperatura. A praia já estava quase vazia, algumas famílias já se retiravam, outros arrumavam suas coisas, outros aproveitavam seu últimos segundos ali..

Laura: Ray? - Ela me chama, me retirando do meu "transe" e eu a olho - Está tudo bem?

Ray: Uhum, só estou observando a vista - a respondo e ela se senta do meu lado.

Laura: Sério? Tem certeza? Se precisar..

Ray: Sério, está tudo bem, não preciso de nada. - a interrompo e dou um sorriso de canto sem mostrar os dentes.

Laura: Certo.. Ray, eu queria conversar um pouco contigo, eu sei que a gente nunca definiu o que tínhamos, mas tenho uma grande consideração por ti, até porque você é uma de minhas melhores amigas. Você sabe que eu estou saindo, ficando ou sei lá, com o Gabriel. Eu quero saber se está tudo bem por você, se você vai ficar irritada comigo ou algo do tipo..

Ray: Laura? - Ela me encara esperando minhas próximas palavras - Primeiramente, você não me deve satisfação, segundamente, é claro que está tudo bem. Eu não vou ficar irritada com você por algo tão besta, eu quero ver você sendo feliz, ver você com alguém que você realmente goste, e se essa pessoa é o Gabriel, eu espero que tudo dê certo entre vocês. - Digo sincera.

Laura: Que bom, eu fico muito mais tranquila assim.

Ray: Mas agora, sendo bem sincera contigo, acho que você foi uma das pessoas que mais me valorizou. Parece meio simples o que você fez agora, mas foi a primeira vez que isso me acontece, e olha que nós não tivemos nada "sério". - Ela da uma risada.

Laura: É, ta difícil mesmo pro seu lado. - Ela diz e eu dou uma risada - Enfim, eu vou ali jogar um pouco com o pessoal, mas qualquer coisa é só chamar - Concordo com a cabeça e ela sai, me deixando ali sozinha novamente.

Olho mais uma vez a vista e decido ler um livro.

*Quebra de tempo

Depois de um bom tempo na praia, a escuridão tomou conta do local, trazendo consigo um frio refrescante. Dava pra ouvir as ondas do mar quebrando, a tarde aqui havia sido revigorante. Mais uma vez, todos já estão um pouco embriagados, com o rosto ruborizado e falando coisas pouco lógicas. Todos já jogaram, comeram, foram no mar e agora estamos sentados em roda.

Jess: "Genty", alguém lembra porque o seu é azul? - Ela fala tudo embolado, e Matheus ri de seu comentário estúpido.

Gabriel: Menina, a verdadeira pergunta é: Alguém de fato se importa com a cor do céu?! -Fala com dificuldades também.

Maddie: Não, ninguém liga. - Todos riem.

Ray: Gente, eu vou caminhar um pouco pela orla, já já eu estou de volta.

Miguel: Pode deixar Ra-y, eu te "acumpanhu" - Diz claramente chapado, algo que na verdade é bem comum nos nossos rolês é que ninguém fica sóbrio por muito tempo.

Ray: Pode deixar, eu não vou demorar muito. - Rejeito sua "ajuda" e me afasto, dando pra ouvir alguns resmungos enquanto eu caminho.

Vou caminhando pela praia, sentindo os pequenos grãos de areia no meu pé, gerando uma sensação de conforto. Logo estava em minha solitude novamente, na minha mente habitavam alguns pensamentos pertinentes, que cada vez tem se tornado mais comuns. A gravidez ainda me traz grande reflexão, mas não tenho nada a reclamar, porém mentiria se eu dissesse que faria tudo igual. Acredito que gerar uma vida em meu ventre seja de fato um privilégio, porém 𝘴𝘦 𝘯𝘢̃𝘰 𝘧𝘰𝘴𝘴𝘦 𝘵𝘢̃𝘰 𝘵𝘢𝘳𝘥𝘦 eu mudaria algumas coisas. Continuo caminhando, circundada de um grande breu, com algumas luzes dando pra enxergar bem pouco, apenas o necessário para não se perder completamente. Não tão distante de mim vejo um homem ou um jovem sentado na areia, continuando seguindo na mesma direção. Ao chegar mais perto percebo que o conheço.