*Prólogo*

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   Sexta-feira: 08/07/2019

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   Sexta-feira: 08/07/2019

    São uma hora e vinte da manhã quando o despertador toca.

  O frio é absurdo, tão tenebroso que receio levantar da cama.

  Com uma certa relutância, me levanto cambaleando.

  Meus pais querem comemorar o meu aniversário em Nova York - meu pai ganhou uma promoção no trabalho ou subiu de cargo, não me lembro bem.

  Lavo o rosto e me visto extremamente agasalhado.

  Ao descer as escadas, vejo minha mãe tomando o seu café da manhã e o meu pai pegando as malas.

  Ela sorri.

  - Vamos, meu querido. Se apresse! Há muito chão de Chicago até Nova York. - Seus braços me envolvem com força, trazendo-me para perto de seu peito.

  Me sirvo e como em silêncio, mal conseguindo manter os meus olhos abertos.

- Estão prontos? - Meu pai volta para a cozinha.

- Aindanao. - Atropelo as palavras de boca cheia.

- Estamos! - Minha mãe diz empolgada.

- Mas... - Os vejo seguir o caminho até a porta.

- Estamos te esperando no carro, Christopher! - Meu pai grita, envolvendo minha mãe em seus braços cheios de ternura.

- Coma de vagar, meu amor...

- Ele sabe comer, Maya.

  Rio.

  Acabo de comer rapidamente, limpando a boca na blusa enquanto pego o que falta e vou para o carro.

- Todos de cinto? - Assinto. - Bom, vou colocar uma música para animar...

- NÃO! - Eu e minha mãe vociferamos juntos com os olhos arregalados.

  Rimos.

- Qual é o problema? - Responde ofendido.

- Jack, seu gosto musical é horrível, meu amor.

- Prefiro aguentar três horas de compras com a mamãe do que as suas músicas, pai.

  Ele bufa.

- Tudo bem. Escolham vocês.

  Encosto a cabeça no vidro a observar a chuva calma que cai em meio a esse céu completamente escuro.

  Horas se passam. O sol começa a raiar, ouço galos cantarem livremente. Ouço os pássaros também, mas o seu canto é suave, de um tom exatamente calmo e fino como uma lâmina. Parecem berrar ao céu de alegria.

  Ou medo...

  Definitivamente, faz um dia bonito.

  Estamos todos em silêncio agora. Os únicos sons que capturo são os dos animais que me acalmam e das músicas leves que se encaixam completamente em tudo ao nosso redor.

- Jack, cuidado!

Um impacto vem como um trovão abafado, sacudindo violentamente o carro. Sou jogado para frente enquanto sinto os vidros se estilhaçarem sobre o meu crânio. Tudo se torna um borrão caótico de luzes enquanto sentia cheiro de sangue e fogo misturado com um barulho ensurdecedor. O pânico toma conta de mim. Ouço vozes; as quais não sei identificar. Me sinto fraco, meu coração parece prestes a parar.
 
   E então não vejo mais nada.
   Não ouço nada e nem ninguém.


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