Hétero?

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Pov. Meena

Dor—aguda e intensa—irradia das minhas maçãs do rosto, do meu queixo, das minhas costelas. Cada respiração é um lembrete dela, perfurando meu peito a cada inspiração. Meus músculos imploram por alívio, mas eu forço meus braços a permanecerem erguidos, protegendo meu rosto, meu tronco, enquanto soco após soco colide contra minhas defesas como ondas incessantes.

Estou sendo empurrada para trás, passo a passo, até que meus ombros batem no canto frio do ringue. A multidão é um rugido ensurdecedor, seus gritos vibrando no próprio ar, me engolindo por completo. Eu ouço meu treinador, distante mas desesperado, sua voz cortando o caos, me incentivando a reagir, a sobreviver. Mas os socos continuam, mais fortes e rápidos, e tudo o que posso fazer é resistir.

— Sai do canto! PORRA, SAI DO CANTO MEENA!! —

As palavras dele mal são registradas em meio à névoa de dor e adrenalina, mas eu espero, forçando-me a manter a calma por um segundo. Eu a vejo—minha adversária—seu corpo mudando de posição, preparando-se para o uppercut que pode acabar comigo. O tempo desacelera enquanto o braço dela se move, e com um instinto, eu giro para a direita, desviando por pouco do soco. O ar passa rápido pelo meu rosto, mas eu consigo sair do canto. Estou livre.

Agora é a minha chance. Eu me concentro, toda minha frustração e determinação surgindo enquanto eu desfiro uma rajada de socos. Meus punhos acertam seu queixo, suas costelas, seu rosto, onde quer que eu possa alcançar. Cada golpe a empurra para trás, cada impacto é uma pequena vitória. Eu vejo quando sua atenção muda, seus braços descendo para proteger o corpo, seu tronco agora seu escudo. Mas isso deixa seu rosto totalmente exposto.

Eu não hesito. Meu punho direito acerta o queixo dela, o impacto vibrando pelo meu braço. Eu sigo com um gancho de esquerda em sua bochecha, e então, com toda a força que ainda me resta, desço meu punho direito por baixo de seu queixo. A força a levanta do chão por um instante antes de ela se chocar contra as cordas e desabar no chão. Nocaute.

De repente, a mão do árbitro está no meu peito, me empurrando para trás. Eu deixo meus braços caírem, meus punhos pendendo frouxamente ao meu lado, minhas juntas dos dedos latejando da luta. O barulho da multidão diminui enquanto o árbitro se ajoelha ao lado dela, começando a contagem.

— 1... 2... 3... 4... 5... 6... 7... 8... 9... 10... e ela está FORA! —

O árbitro levanta as mãos no ar, declarando minha vitória, e a arena explode em gritos selvagens e eufóricos. Um sorriso se espalha pelo meu rosto, incontrolável, enquanto o peso do que acabou de acontecer me atinge. Eu realmente consegui.

Antes que eu possa processar completamente, o ringue é invadido—repórteres, câmeras, e, no meio do caos, meu treinador, que atravessa a multidão com lágrimas escorrendo pelo rosto.

— Você conseguiu! Eu não acredito! — ele grita, sua voz quebrando de alegria.

Mal o ouço em meio à excitação ensurdecedora. Tudo o que posso sentir é a onda de vitória, o cansaço e o fogo ardente no meu peito.

— Eu consegui! Eu venci! — Eu grito, minha voz falhando de alegria enquanto sou levantada pelos meus companheiros de equipe. Todos estão vestindo camisetas da mesma cor dos meus shorts, com meu nome, "Meena", estampado em letras grandes nas costas. O rugido da multidão aumenta enquanto a voz do locutor ecoa pelo microfone.

— Senhoras e senhores, temos a nossa nova e invicta campeã mundial! Recebam com aplausos Meena Rina Chatamonchai! —

O locutor se aproxima de mim, segurando o cinturão de campeã mundial com cuidado, e por um momento, o tempo desacelera. Eu estendo a mão, admirando o couro preto brilhante e as letras douradas reluzentes no centro.

Meenbabe One-shots BROnde histórias criam vida. Descubra agora