Chapter Twelve

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Então, já sei que minhas notas são a última coisa que vocês querem ler nesse momento. Ou seja, serei bem breve mesmo. 

Esse capítulo é maior do que o normal, por motivos de: 

- me empolguei legal;

- muke vai rolar solto;

- matei vocês com o item acima; 

hahahaha' 

Boa leitura. 


Luke POV

Não havia mais que duas pessoas andando na escuridão em que a avenida se encontrava. E, se tratando de uma rua bem movimentada, aquele era um sinal de que a noite não estava propensa à curtição, ainda que fosse final de semana.

O povo estava com medo.

Tinha razões para isso, pensei, sentindo o peso do guarda-chuva em minhas mãos. Havia uma, talvez duas, gotas de sangue escorrendo pela sua ponta seca, e não me senti à vontade com o fato. Alguém poderia me ver, e vê-las, ainda que isso não fosse interferir em absolutamente nada. A obra já estava lá, num dos restaurantes mais caros da cidade, esperando a manhã seguinte para ser encontrada.

Embora a tranquilidade de saber que não seria pego esta noite me confortasse, a anormalidade de não me encontrar em casa a essa altura da noite me fazia questionar se não estava perdendo a razão.

Essa era a rua de Michael, e eu sabia bem disso. Estava parado na calçada em frente ao seu apartamento, mais especificamente; os olhos fixos na portaria de seu prédio, iluminada apenas por uma fraca lâmpada. A luz precária do poste clareava apenas parte da minha figura, e me senti mais seguro ao saber disso.

Eles não vão te achar, não seja estúpido. Você não deixou pistas que não fossem propositais.

E se deixei pistas acidentais?

Não faria diferença, de toda forma. Não havia sido graças a esse conflito interno que o ônibus me deixara a dois pontos daqui. A ação de procurar Michael fora automática, sem hesitação. Eu queria vê-lo, mas estava incerto de se vê-lo apenas seria suficiente. Porque, dessa vez, eu queria tocá-lo.

E eu não costumava não conseguir o que queria.

O único problema era que tocá-lo incluiria a condição de perder o seu desafio. Eu teria de fazer o primeiro movimento.

Me vi atravessando a rua pouco tempo depois. Ainda sentia minhas mãos trêmulas, se acostumando à ausência da adrenalina pouco a pouco. Não era fácil para elas, o trabalho de se manterem firmes. Elas tinham de ser certeiras sempre, ou a vítima não morreria rápido o bastante. Poderia gritar, fugir, e erros não eram permitidos durante uma caçada.

Muito menos voltar de mãos vazias.

O porteiro saltou de susto em sua cabine ao ouvir minhas duas batidinhas no vidro da janela. A cena havia sido, de fato, divertida. Ele estava assistindo a um jogo de futebol, comendo salgadinhos industrializados de queijo. O cheddar fedia mesmo de longe, e estava espalhado porcamente por seus dedos gordos e curtos.

"P-Posso ajudar?" quis saber, e quase pude vê-lo se perguntando internamente se eu não seria um delinquente juvenil, ou uma alma penada de um.

"Quero subir. Apartamento 201. Pode interfonar."

"Já o vi aqui antes ..." o homem comentou, agora coçando a barbara como se para expressar sua curiosidade. "Veio ver o Sr. Clifford, não?"

HQiller ☂ [Muke Clemmings]Onde histórias criam vida. Descubra agora