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TODOS OS PERSONAGENS SÃO MAIORES DE IDADE!!!

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Era por volta das dez da noite. O céu estava limpo, pontilhado por estrelas que brilhavam suavemente sobre a cidade de Seul. As ruas do bairro eram tranquilas, iluminadas por postes de luz que lançavam sombras longas sobre o asfalto. Entre as casas alinhadas ao longo da rua, havia uma que não era grande, mas também não era pequena. Sua fachada era simples, mas bem cuidada, refletindo uma vida comum e sem grandes luxos.

De repente, um grito estridente ecoou daquela casa, rompendo a quietude da noite. Os vizinhos, já exaustos de tantas outras noites interrompidas, sabiam imediatamente de onde vinha o som. Era mais uma vez a família problemática que morava ali, perturbando a paz do bairro. Todos se sentiram desconfortáveis, mas ninguém ousou se envolver.

Havia um motivo para isso: rumores circulavam que o líder daquela família tinha conexões com gente perigosa. Histórias sussurradas nos cantos das ruas falavam de dívidas, ameaças e negócios obscuros. Com isso, os vizinhos preferiam manter distância, temendo que qualquer intervenção pudesse trazer problemas para suas próprias portas. Então, embora inquietos e com medo, optaram por fechar suas janelas e tentar ignorar mais uma noite turbulenta.

- Seu imprestável! - a mulher berrou, sua voz carregada de fúria e desprezo, enquanto sua mão acertava o rosto do pequeno ômega com força. O impacto o derrubou no chão, sua face ardendo onde a mão dela havia batido.

Ele caiu com um gemido abafado, os olhos cheios de lágrimas de dor e humilhação. O chão frio da casa parecia mais acolhedor do que os olhares de reprovação que ele enfrentava todos os dias. Tentando se levantar, seus movimentos eram lentos e hesitantes, cada esforço acompanhado por uma dor crescente.

- Levante-se! - ordenou a mulher, o rosto contorcido de raiva. - Não vou permitir que um fraco como você continue me envergonhando!

O garoto tentou se erguer novamente, os braços trêmulos sob o peso da exaustão e do medo. Ele sabia que resistir ou tentar se defender só pioraria as coisas. Seu coração batia acelerado, ecoando a verdade cruel de sua existência: ali, naquela casa, ele era nada mais do que um alvo constante de abusos e humilhações vindo da própria família.

- M-me perdoe, m-mãe... - ele disse trêmulo, a voz fraca e embargada pela dor e pelo medo.

O ômega tentava se recompor, mas cada palavra que saía de sua boca parecia apenas aumentar a fúria de sua mãe. Ela o olhava com desdém.

- Desculpas? - ela cuspiu as palavras. - Você acha que desculpas são suficientes? Você é uma desgraça na minha vida, garoto! Além de ter me envergonhando na frente dos homens que o levariam ontem, ainda fez show de vítima? Que ótimo Hong Jisoo! Que ótimo!

Ela se virou, marchando em direção à sala, onde uma garrafa de licor estava sobre a mesa. Serviu-se de um copo cheio, ignorando o menino ainda no chão, tentando se levantar. Cada movimento dele era dolorosamente lento, mas ele sabia que precisava se levantar antes que ela voltasse. As lágrimas desciam pelo rosto, misturando-se com o sangue que escorria de um corte no lábio.

O ômega finalmente conseguiu ficar de pé, apoiando-se na parede para manter o equilíbrio. Seu corpo inteiro doía, mas ele sabia que precisava manter a calma e a compostura.

Como sempre manteve.

- Se ao menos você fosse um alfa como eu e o seu pai queríamos... - ela murmurou, a voz cheia de amargura, ao voltar para onde ele estava. - Mas não, eu tinha que herdar um ômega fraco!

Ouvindo essas palavras, o filho sentiu um misto de tristeza e desesperança. Ele sabia que, independentemente do que fizesse, nunca seria suficiente.

De repente, a porta da frente se abriu com um rangido, e a figura imponente do pai apareceu. O ambiente, que já estava tenso, tornou-se quase insuportável. O homem olhou para a cena diante dele com uma expressão irritada, seus olhos fixos na mãe e no menino machucado.

Entrelaços - jihan aboOnde histórias criam vida. Descubra agora