𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐀 𝐑𝐀𝐈𝐕𝐀 𝐄 𝐎 𝐀𝐌𝐎𝐑

𝟏𝟑. Labirinto Mentiroso

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2.313 palavras

Alguns dias atrás...

Ao chegar em casa o ambiente exalava um ar de abandono e mistério, como se a casa guardasse mistérios sombrios, esperando silenciosamente para serem descobertos. A chuva do lado de fora parecia um lamento constante, ecoando a tristeza e a inquietação que permeavam cada canto daquela sala esquecida pelo tempo, eu passava tanto tempo fora, que ainda não tinha me familiarizado com o local, para mim ainda era insólito ficar sozinho.

A mesa da cozinha repleta de rodelas de pizza pela metade, lanches congelados em processo de desgelo na pia, e o micro-ondas com odor de macarrão com queijo e pepperoni, que mesmo sendo bom, me embrulhava o estômago por causa do cheiro.

Depois de ter lavado a louça e passado um pano na superfície do micro-ondas, porque não conseguir limpar por dentro, experimentei pela primeira vez na vida, preparar uma xícara de café, fazia um bom tempo que não consumia cafeína, e a sensação era quase como ter se livrado das drogas, e ter passado na televisão similar a aqueles documentários de casas de reabilitação.

O que ironicamente, me lembrou uma pessoa. Após com muito custo ter revirado aqueles armários vazios, encontrei uma xícara onde despejei o café, expresso e com pouco açúcar do jeito que eu gostava, posteriormente de meu impulso de higiene e limpeza, onde não aceitei habituar-se em meio aquela fuligem e desordem, senti meu celular vibrar no bolso da calça moletom que usava, o qual já era habitualmente meu pijama. Era meu pai. Pigarrei para que minha voz soasse pacífica, mesmo que tivesse ficado nervoso com a ligação surpresa, e atendi.