Habits (VegasTay)

11

Capítulo Vegas
Habits

Vegas estava ferrado, e ele sabia disso.
Ele não deveria ter deixado o leilão.
Não deveria ter deixado seus desejos e vontades falarem mais alto, e ter entrado em um quarto com Tay.
Não deveria ter se deixado levar e ter ficado com o garoto que agora estava moreno.

TAY. ESTAVA. MORENO.

Vegas havia sentido seu corpo inteiro arrepiar ao ver o garoto com a nova cor de cabelo, com aquela mecha na frente.

Era claro para ele a forma que seu corpo reagia a Tay, mas ele não poderia ter deixado acontecer essa noite.

Seu pai havia lhe dado ordens. Ordens explícitas. Ele ainda podia ouvir a voz do mesmo em seu pensamento.

“Vá para o leilão, cause provocações em Kinn, e principalmente, descubra o quão sério ele está sobre AQUELE rapaz.”

Era Porsche.
Seu pai havia descoberto sobre Porsche. E não havia nada que Vegas pudesse fazer para tornar a situação menos ruim. (e sendo sincero, Vegas nem queria).

Assim que o moreno chegou no leilão, ele avistou sua mesa de costume. A mesa da sua família sempre fora a que ficava mais perto do bar, ali eles poderiam ter a visão de todo o local.

Vegas pensou em ir diretamente para a sua mesa, mas olhou para a mesa da família maior, encontrando seu primo sozinho. Sem Time, sem Tay.
Ele queria saber o porque do até então platinado não estar alí.

— Estanho ver você sem aqueles dois ao seu redor. Eles demoraram mas perceberam o quão perdedor você é? –
Kinn olhou para o primo e Vegas pôde perceber que o garoto estava com os pensamentos longe.

— Eles devem estar chegando. Time estava conversando com Tay e sua família lá fora. – as palavras pesaram um pouco no estômago de Vegas. Tay realmente voltaria para Time?

Antes que pudesse reagir, Vegas pode ver os dois garotos adentrar o salão. Time seguia Tay como um cachorrinho atrás do dono.
O mais velho estava lindo. Sua roupa, deslumbrante. Seu cabelo. Sua atitude. Vegas se sentia um vencedor por, ao menos, ter beijado aquele garoto uma vez.
A presença de Tay sempre tinha efeito sobre ele. Desejo, tesão, devoção.

Vegas não disse mais nada ao primo, apenas olhou novamente para Tay, e seu corpo, e então foi para sua mesa.
Ele observou em silêncio enquanto Tay se juntou à mesa de Kinn. Não pôde deixar de notar a tensão entre Tay e Time, e isso só aumentou sua curiosidade sobre a dinâmica entre eles.

À medida que o leilão prosseguia, Vegas não poderia deixar de rir de seu primo. Kinn checava Porsche a cada dois minutos, e isso era claro para todas as pessoas que o analisassem por no mínimo cinco minutos. Enquanto checava Kinn, Vegas não podia deixar de checar Tay. Era um pouco cômico seus olhares sempre se encontrarem quando Vegas olhava para a mesa do trio, e em como Tay desviava seu olhar, um pouco antes de suas bochechas o delatarem. E foi em uma de suas trocas de olhares que Tay acabou dando um lance em uma das peças de leilão, o que fez Vegas rir sozinho em sua mesa.
Ele achava que o garoto deixaria quieto, mas ficou surpreso quando o garoto continuou com os lances.

Cada lance dado por ele despertava um misto de admiração e preocupação em Vegas. Ele queria saber mais sobre Tay, queria entender o que o levava a agir daquela maneira tão determinada. E quando Tay finalmente venceu o leilão, ele não pôde deixar de sorrir ao ver a expressão de felicidade no rosto de Tay.

O clima ameno e a felicidade acabaram no momento em que trouxeram uma das peças principais da noite para o palco. Era um colar de diamante, e por um momento, Vegas imaginou Tay usando-o. Todos se veem interessados pela jóia, e logo o salão inteiro está falando e dando lances.
Quando a disputa pelo colar se intensifica, Vegas não se contém. Ele lança lances altos e desafia seus oponentes com um sorriso debochado. Ele não tem medo de jogar sujo se isso significar sair por cima.
Ele sabe que está competindo duramente contra Kinn (que está tentando ter a peça desesperadamente), mas ainda assim se diverte com a expressão das outras pessoas, quando ele rebate seus lances.