Capítulo 1 Nego, Neguinho, Negão

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família grande é assim, todos tem seus nomes, mas todos tem também suas formas de tratamento. E lá em casa era assim, entre nós irmãos, mainha me chamava de meu nego, meus irmãos mais velhos me chamavam de neguinho, já meus irmãos mais novos, me chamavam de negão. Todas estas formas de tratamento sempre foram carregadas de muito afeto e respeito. retratando minha família, vemos que o preconceito, nem sempre está relacionado com as palavras, mas a formas e intenções que são ditas.

Então vamos de poesia.

1-Miscigenação

Assim é o Brasil

As raças se misturaram

Mas não se ajuntaram

Do lado de cá

Favela, periferia,

Busão lotado

Nossa pele,

Nosso corpo,

Nosso cheiro,

Pura melanina.

Do outro lado

Praia, cinema

em cada esquina,

Não se pode misturar

Bahia e Rio Grande Sul

Baixada Fluminense e Zona Sul,

Tapume na linha vermelha

Só para nos esconder,

Segregação

Eles não querem fazer a fusão,

No olhar de quem chega no Brasil.

E querem falar de miscigenação

Onde?

Só se for no BRT lotado

Porque em Copacabana

A cor da pele é quem domina o espaço

Mas se o caso é de polícia

A cor da pele preferida,

é só ver nos noticiários

Então, vamos falar de miscigenação?








2-Realidade Urbana

Violência, pobreza, exclusão.

é tudo que eles veem

quando olham pra nós.

Mas nós que somos de dentro,

gerados na periferia,

que transforma a tristeza em alento,

Sabemos o que é prosseguir.

Cotidiano que só nasceu aqui sabe contar.

Quem crescer em comunidade,

teve que aprender a sonhar .

Realidade urbana,

Que os bacanas, não podem imaginar.

Menino, moleque, pé no chão.

Bicicleta, pneu furado, diversão.

o desafio dá lugar a superação,

do momento de deixar a brincadeira

e correr pra pegar o buzão.

Pois tá na hora da escola,

e a molecada precisa estudar

Porque os homens de fardas,

sim, NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora