Jean
Point of viewEu sabia exatamente o que Luis quis me dizer com aquilo que tinha me falado. Mas não quis acreditar então acabei ignorando e fingindo que nada tinha acontecido.
Passamos o resto daquele dia nos divertindo, a energia de passar o dia com meus amigos em um lugar incrível como aquele me consumiu, cheguei no hotel muito leve e feliz, aquela viagem estava sendo uma das melhores da minha vida.
Não aconteceu nada de estranho entre eu e Luis durante o dia, estávamos ocupados com nossa diversão naquele momento, mas o que poderia acontecer entre a gente naquela noite me perturbava. Era provável que ficaríamos constrangidos pelo diálogo que tínhamos tido naquela manhã.
Dito e feito. Caminhávamos em silêncio pelos corredores daquele enorme hotel. O silêncio de Luis se tornava ensurdecedor aos meus ouvidos naquele momento, eu só queria que alguma palavra sobressaísse de seus lábios, porém não foi o que aconteceu. Luis permaneceu em silêncio o resto do trajeto até nosso quarto.
Nossas mãos se tocavam vez ou outra, talvez por conta de nossa proximidade corporal, e isso só deixava o ar mais constrangedor entre nós.
Finalmente chegamos na porta de nosso quarto e Luis estende sua mão pedindo algo para mim, o olhei confuso pois não sabia o que ele estava pedindo
Ele entendeu meu olhar confuso e finalmente abriu a boca para falar algo
- o cartão - foram as únicas palavras que saíram de seus lábios
- ah sim - disse procurando o cartão um pouco atrapalhado, talvez pela vergonha que ainda me consumia
Entreguei o cartão do quarto nas mãos de Luis e ele abriu a porta. Entramos no quarto e me senti ainda mais sufocado, provavelmente pela claustrofobia de estar em um quarto pequeno e ainda sem ter tido um diálogo descente com meu amigo.
- vou dar uma caminhadinha lá fora, beleza? - eu disse simples, retirando meus tênis e calçando uma daquelales chinelos de hotel
- posso ir contigo ou tu quer ir sozinho? -
- tá de boa, vem comigo pô -
Saímos do quarto e fomos andando novamente pelos corredores silenciosos e frios do hotel. Enquanto andávamos eu ouvia Luis suspirar alto, quase como se quisesse me dizer algo apenas por aqueles suspiros, e se esse realmente era o objetivo dele ele conseguiu, eu interpretei aquele simples ato como uma maneira de dizer que ele estava morrendo por dentro com todo aquele silêncio
- Luis... - tentei me arriscar à falar algo mas nada saía de minha boca
- hum?.. - ele me olhou curioso
- nada - continuamos andando
Finalmente chegamos à parte externa do hotel, e tínhamos uma bela vista da rua, que era movimentada e cheia de luzes dos faróis dos carros. Fomos até a área da piscina e sentamos nas espreguiçadeiras que tinham ao redor da piscina
Eu estava decidido que eu iria iniciar o diálogo, por que o pouco que conheço sobre Luis, sei bem que ele não seria o primeiro à falar algo naquela situação.
- cara eu acho que vou morrer! - eu disse exagerado
- por que? -
- eu tenho que saber o que está acontecendo aqui -
- como assim? - se fez de desentendido
- cara você sabe... tudo isso... por que você tá tão calado? -
Ele me observou alguns segundos antes de falar outra coisa
- eu acho que eu já falei tudo que eu tinha pra te falar... - ele disse simples
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pelas ruas de tokio
Romancemeus olhos brilhavam mais que as luzes das ruas de tokio á noite quando eu via ele...