Capítulo 8 - Franccis

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   Continuamos conversando, enquanto ele preparava o almoço:

_Mas e você Nikki? Me conte sobre você -disse ele.

_O Franccis não te contou nada sobre mim? - Perguntei. 

_Não.

_Bom...o que quer saber? - Perguntei enquanto me sentava em um dos bancos e apoiei meus braços no balcão a minha frente.

_Como chegou nessa vida? - Perguntou ele.

   Não era tão doloroso falar da morte dos meus pais como antes, eu já havia superado e poupava os momentos ruins da minha mente. Eu contei pra ele, não escondi nada, disse o quão ruim foi a perda deles e o quão difícil foi tomar a decisão de que eu precisava começar a fazer programa, ele entendeu e disse que eu era uma pessoa muito forte e que merecia alguém que estivesse a minha altura...ele pareceu se referir ao Franccis.

_Pretende viver com o Franccis? - Perguntou ele.

_Bem...eu ainda não pensei muito no futuro, mas não posso exigir nada dele, eu só sou um amante - digo dando uma risada.

_Vai por mim Nikki, se não fosse a manipulação daquela mulher, ele já teria casado com você  - disse ele se virando e olhando pra mim.

   Eu corei na hora, imaginei eu caminhando até o altar, com um vestido lindo, um buque de girassol nas minhas mãos e o Franccis com um terno cinza e os olhos cheios de lágrimas olhando pra mim, seria um sonho...

_Você tem 18 anos não é? - Disse ele se virando e ficando de costas novamente.

_Sim - respondo.

_Como se sente namorando alguém com quase o dobro da sua idade? - Perguntou ele.

_Quando descobri fiquei assustado, mas com o tempo eu vou esquecendo essa diferença - respondo mexendo no meu cabelo.

_Compreendo, vi que você tem um cachorro, ele é de raça? - Perguntou ele olhando para Bruce deitado em um tapete fofinho.

_Ah sim, ele se chama Bruce, foi o último presente dos meus pais pra mim - respondi olhando pra Bruce e sorrindo.

   Quando Henrique terminou de preparar o almoço, nós nos sentamos e comemos enquanto discutíamos sobre a política do mundo todo, ele parecia entender bem e ser um ótimo crítico, ele me disse que por pouco não se tornou um vereador, questionei ele do por que aquilo não tinha dado certo, e ele disse que por um deslize dele, tudo desmoronou e ele perdeu as esperanças. Ele ficou sem chão e não sabia o que fazer pra sobreviver, na época o Franccis e ele eram amigos e ao ver o Henrique naquela situação, o Franccis ofereceu um trabalho na casa dele enquanto ele tentava encaixar o Henrique na empresa dele, se passaram anos e o Franccis nunca mais falou sobre esse cargo na empresa dele para o Henrique. Ouvindo aquilo, eu senti que poderia ajudar ele, sendo o dono da empresa, o Franccis pode fazer o que bem entender, então ele conseguiria sim colocar o Henrique lá dentro.

   Mais tarde, por volta de 00:30 o Franccis entrou e me viu dormindo no sofá com a televisão ligada, ele me pegou no colo e me levou até a cama, me cobriu e deu um beijo na minha testa. Eu acordei no outro dia abraçado nele e ele estava mexendo no meu cabelo, de uma forma relaxante que quase me fez voltar a dormir, esfreguei meus olhos e ele me deu bom dia com uma voz baixa, calma e rouca, ele ainda estava sonolento por isso se recusava a levantar da cama.

- 13 de abril - 10:45 da manhã -

_Não vai levantar mesmo? - Perguntei me espreguiçando já de pé.

_Não - disse ele colocando um travesseiro em cima do rosto.

_...como dormiu aqui? E a sua esposa? - Perguntei.

Paixão Á VendaOnde histórias criam vida. Descubra agora