O amor entre barreiras

Capítulo dois

Ao adentrar a residência de sua vizinha, Soraya reparou que grande parte de seus móveis ainda estava sem montar embalados com plásticos bolhas, além disso havia muitas caixas na sala mas logo voltou á realidade quando ouviu a voz de sua nova vizinha te chamando.

- Soraya, por favor me siga - disse indo em direção á cozinha - Acho que vai ser impossível sentarmos na sala para tomarmos um pouco de chá - deu uma risada tímida - Vamos ter que ficar por aqui mesmo - disse se referindo a cozinha -

- Não há problemas e também não quero atrapalhar - disse-lhe sincera - Sei que há muitas coisas para você organizar antes de seu esposo chegar, Senhora Tebet.. -

- Oh, não se preocupe com isso! - sorriu - Não tenho um esposo..

Ao dizer isso Soraya logo reparou na aliança em sua mão e pensou consigo mesma que sua vizinha era recém separada então.. - Me desculpe Senhora Tebet, não foi minha intenção deixa-lá magoada! - disse achando que a mulher a sua frente que mexia em varias caixas a procura de um bule de água havia ficado chateada com a menção ao seu ex marido.

- Oh, não tem do que se desculpar.. - disse mexendo nas caixas - Não tenho um esposo porque sou casada com uma mulher - virou-se para sua vizinha que tentava conter a cara de surpresa total - Achei o bule, aguarde só mais uns minutinhos e você vai provar o melhor chá de camomila da sua vida! - disse sincera -

- Com uma mulher? - perguntou ainda tentando digerir a informação - Mas como pode isso?

Incomodada com a fala de sua vizinha, Simone franziu o cenho já sabendo aonde aquilo iria chegar - Sim, com uma mulher.. Há algum incômodo nisso? - perguntou encarando bem o rosto de sua vizinha.

- Não, não há - disse um pouco nervosa - Só fiquei surpresa ao saber, não havia tido nenhum tipo de contato com uma pessoa assim.. - disse olhando a mulher a sua frente -

Incrédula com a fala de sua vizinha e já passando dos limites, ela pega a torta que a mesma havia feito para lhe entregar como um sinal de boas vindas e devolve á ela - Aqui sua torta Soraya, muito obrigada mas sou alérgica a frango e a pessoas desrespeituosas! - se dirirgiu ate a porta tendo uma mulher atoduarda á seguindo - Você não é bem vinda aqui, por favor se retire junto com o seu preconceito! - disse com voz rigida -

Atorduada e sem saber o que havia feito para receber tal tratamento, Soraya se dirige até a varanda casa mas antes que a mulher possa fechar a porta, ela se vira - Sinto muito se agi com falta de respeito, mas isso não é comum por aqui.. Somos pessoas de classe e cá entre nós não estamos acostumados com pessoas assim - disse se referindo á mulher - Me desculpe de coração, juro que não foi minha intenção.. Por mais que você tenha dito que não sou bem vinda aqui, te proponho um juntar lá em casa como forma de desculpas, pode lev

ar a sua mulher.. - disse realmente chateada e atorduada com toda aquela situação que suas palavras causaram-lhe.

Simone respirou fundo ao ouvir tais palavras e fechou a porta na cara de sua vizinha, estava extremamente furiosa e chateada com a situação que acontecerá há poucos minutos em sua casa, não conseguia engolir situações de preconceito explícitos de pessoas que só porque tinham dinheiro se achavam na condição de julgar as outras pessoas.. Não que Simone não tivesse dinheiro até porque sua família era dona de uma grande empresa de calçados e roupas, fora que ainda estavam muito bem inseridos no meio político, mas a mesma também não tinha culpa por se apaixonar e gostar de mulheres, era algo que nasceu com ela e sabia que a sociedade ainda tinha a mente muito fechada para tudo aquilo e quando se assumiu para seus pais, tinha ciência do risco que estava correndo por apenas amar uma mulher.

Soraya por sua vez, ainda estava atorduada na varanda da casa de Tebet sem entender como em poucos minutos tudo se virou, sua nova vizinha agora á odiava e nem mesmo sua torta havia aceitado. Sentindo-se culpada e chateada pela situação que acabará de acontecer, ela desceu os degraus da varanda de sua vizinha e caminhou rumo a sua casa, quando estava prestes a atravessar a rua, um carro preto estacionou na garagem da casa de Tebet e por impulso Soraya não pode deixar de olhar e viu que uma mulher morena, alta, de cabelos compridos havia descido do veículo, muito bem vestida por sinal o que indicava que tinha dinheiro assim como ela. Pode observar a mulher caminhando até a porta da casa, parecia que não tinha notado a sua presença ali, até que se virou para trás pois havia deixado algo dentro do carro e quando a morena voltou para o veículo, notou sua presença e veio lhe cumprimentar.