Estou em uma fase de incertezas, não sei se devo fazer isso, se devo falar aquilo. Então, prefiro ficar quieta.
Algumas pessoas falam que já sou grandinha, já outras ainda falam que sou criança. Mas...
Quem sou eu?
Por que essa fase é tão difícil? Por que não posso continuar sendo criança? Acordar cedo para assistir desenhos na TV com um copo de achocolatado e pão, dormir no sofá e acordar na cama como um passo de mágica, dormir no colo da mamãe, ir para a escola e brincar o dia inteiro até cansar.
A juventude não é uma fase tão ruim, mas é aí que começamos a olhar para os problemas da vida, ao invés de só me preocupar com o desenho que passava na TV bem na hora em que eu estava na escola.Quando eu era apenas uma criança, ficava imaginando como seria minha vida na adolescência, sair para brincar na rua quando eu quisesse sem pedir a mamãe, ir dormir na casa das minhas amigas, ficar acordada até tarde assistindo.
Tudo tão legal, não é? Pena que nada disso acontece. A realidade é que você tem que ficar em casa enquanto a mamãe trabalha, já que você já está grande demais para ficar na casa da vovó todas as vezes que a mamãe for trabalhar. Não estou reclamando do trabalho da mamãe, é que as vezes sinto muito a falta dela. Eu sei que já não sou mais criança, mas também preciso dela, mesmo não sendo.
A escola é um lugar que muitas vezes é aterrorizante, tantos olhares e comentários sobre coisas tão fúteis que chega a ser vergonhoso. Como alguém pode rir de um simples par de meias estampadas? São apenas meias aparecendo. E o cabelo? O que tem meu cabelo? Ele está atrapalhando a sua visão no quadro? Que pena, mas não é minha culpa ter o cabelo tão cheio. Isso também me revolta, às vezes, mas não por conta que ele atrapalha a minha visão no quadro, mas sim porque tenho que me preparar mentalmente todas as vezes que saio de casa para esse tipo de comentário. O que mais me revolta, é que a pessoa que se sente incomodada com isso não vem conversar comigo como uma pessoa civilizada e madura, ela grita para a sala inteira ouvir que tenho uma cabeça muito grande, ou então ficam falando para os amigos sobre o meu cabelo. Não é mais fácil vir até mim e conversar normalmente, sem nenhum alvoroço?Tudo passa, eu sei que passa. Mas as coisas boas da vida passam tão rápido que nem dá tempo de desfrutar.
Então, para quê se preocupar tanto com esses comentários fúteis? Ficar relembrando as coisas ruins do passado ao invés de viver o presente, para quê?
Se não vivermos agora, quando vamos viver? Se você sabe que tudo isso vai passar, por que continua se lamentando por coisas que já aconteceram?Eu sei que não é fácil mudar de uma hora para a outra, mas pelo menos tentar não vai lhe fazer mal!
Desfrute as coisas boas que a vida lhe proporcionar!
...
A hora está passando.
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Vivendo, mas não intensamente
Non-FictionUma vida um pouco turbulenta, um pouco calma, um pouco parada, as vezes movimentada, feliz e triste. Uma vida.