"- Ele é tão ridículo! - reclamei.
- Do que está falando, Harry? - perguntou Rony ao meu lado.
- Malfoy, é claro! Do que mais estaria falando? Aquele... argh! Ele é tão imbecil, com aqueles brincos e piercings ridículos!"
...
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Harry Pov
Eu congelei no lugar, me virando lentamente para o loiro, apenas para ver que ele ainda não me olhava, e arrisquei um olhar para onde Ronald e Hermione estavam, me dando conta que dali onde estávamos era possível ver a mesa dos meus amigos, e os amigos sonserinos dele também.
Talvez por isso Draco estivesse fingindo que estava ali apenas casualmente folheando livros, e eu fiquei curioso por ele querer manter discrição ao falar comigo, já que normalmente estávamos gritando um com o outro.
Mas por algum motivo, eu agradeci por isso.
Movi a mão tocando suavemente a borda de alguns livros, e quem olhasse de fora, diria que eu estava só procurando algum título.
– O que você quer, Malfoy? – perguntei baixinho, pegando também um livro qualquer, só para abri-lo e passar as páginas.
– O que exatamente você quer? Não sou cego. Percebo bem o jeito como fica me observando, Potter. No salão principal, nos corredores, na biblioteca… você simplesmente não consegue tirar os olhos de mim, como uma espécie de perseguidor maluco – constatou, e era surpreendente a forma como o sempre surtado Draco Malfoy estava moderado ao falar, mesmo que ainda houvesse o típico tom de deboche e provocação.
– Acho que o seu ego está grande demais, Malfoy. Já te disseram alguma vez que o universo não gira ao seu redor? – questionei, tentando demonstrar indiferença ao fingir analisar a contra-capa de um livro.
– Sabe o que eu acho? Que você está curioso – falou, e eu ergui os olhos para olhar para o loiro, arqueando uma sobrancelha, vendo ele fingir devolver um livro e pegar outro, deslizando os olhos muito rápido na minha direção e retomar para baixo.
Embora estivesse tentando manter a pose de impassível, alguma coisa na minha expressão devia ter delatado meu desagrado com a situação, porque Draco armou um sorrisinho divertido, e no instante seguinte pareceu notar que eu não responderia, porque continuou.
– Ultimamente você sempre fica me encarando com a cara amarrada, como se estivesse descontente com algo, como se… minha presença te incomodasse. Mas hoje, especialmente hoje, no dia que eu retorno com a aparência diferente, você parece querer me queimar vivo com o olhar. Não é somente incômodo, é como se você realmente sentisse raiva só de olhar. E isso só me deixa uma única explicação… que é o fato de que você está curioso – terminou de falar, ainda com a voz carregada de diversão e provocação, e minha reação foi apenas a de endurecer a expressão novamente, daquele mesmo jeito que ele estava dizendo.
Draco pareceu adivinhar que eu faria isso, porque deixou um olhar furtivo na minha direção de novo, dessa vez com um sorrisinho convencido, e eu só fechei ainda mais o cenho.
– Eu estou curioso sim. Estou extremamente curioso em como seria esfolar toda a sua cara – falei, e ele não pareceu capaz de controlar uma risadinha, baixa mas irritante.
