CAPÍTULO UM

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Pacientemente dobro cada peça das minhas roupas e as coloco na mala, estou com três malas tamanho família em minha cama aberta. Tenho muita coisa para empacotar e meu tempo para coloca-las na mala está terminando. Não é com muito ânimo que faço esta tarefa, não quero ter de fazer isso tão cedo - talvez nunca - mas é mais que necessário.

Meu nome é Veronika, tenho 28 anos e resíduo atualmente em Toronto, no Canadá, vivo aqui desde os meus dezenove anos, quando consegui uma bolsa de estudos para cursar faculdade de administração. Foi bom enquanto durou viver todo esse tempo aqui, mas infelizmente voltaria para casa.

Mas não sozinha, minha amiga viria comigo, isto porque nossa empresa virtual teria um local próprio, que seria no Brasil.

No inicio quando tivemos a ideia de criar um site de vendas e não havia muitas expectativas que daria certo, mas olha que surpresa boa! Agora teríamos nossa empresa de verdade.

Betânia, minha amiga e parceira nos negócios, avaliou bem onde abriríamos nossa empresa, foram feitos muitos estudos e chegamos à conclusão que nosso maior número de clientes estavam no Brasil, não compensaria abrir aqui no Canadá e gastar muito com transportes e fretes para milhares de locais no Brasil.

Compensava mais, de lá enviarmos para os poucos clientes que tínhamos aqui. Enfim, agora estávamos com as malas quase prontas para voltarmos para casa, não moraria exatamente na casa dos meus pais, digo no apartamento que alugamos. Eu achei melhor assim, já vivi tempo demais independente, e voltar para as asas deles quebraria com meu orgulho.

– Betânia! – Grito minha amiga – Betânia...

– O que foi? – Ela aparece no quarto, enrolada em uma toalha com seus cabelos embaraçados.

– Vai pra onde? – Não acredito que ela iria sair às malas dela nem foram arrumadas.

– Vamos ter algumas bebidas do pessoal, você já está pronta?

– Betânia, você tem que arrumar suas malas, vamos voar para o Brasil amanhã!

– Vai dar tempo Vera, fique tranquila. – Adentra no quarto tirando a toalha do corpo. Nua abre o armário no canto do quarto e tira um vestido vermelho. Ela o veste e depois procura suas roupas íntimas.

– Porque você não colocou a calcinha e o sutiã primeiro? – Betânia tem cada mania esquisita.

– Porque suas roupas tem que estar tão bem dobradas assim? – Ataca levantando sua sobrancelha em questionamento.

Dou de ombros sabendo que insistir com Betânia é impossível, ela gostava das coisas do jeito dela, fazer o que bem entender e não gosta de dar explicações - como o porquê ela colocou o vestido primeiro.

– Vera, me empresta seu sapato, ele não machuca meus dedos. – Pede já os colocando nos pés, seria a combinação mais horrível para mim se eu usasse vestido e bota sem salto, mas em Betânia fica linda. – Já avisou para sua família que está voltando?

Ela me olha esperando minha resposta positiva, este é um assunto que quero evitar, ligar para meus pais e avisar sobre o meu retorno.

– Não, amanhã ligo para eles. – pego uma peça de roupa e a toalha da Betânia que está no chão. – Vou me arrumar.

– Você sabe que tem que avisar para eles né? – Grita vindo atrás de mim – Seus pais vão ficar felizes em saber que está voltando.

– Amanhã ligo para eles!

Visto calça jeans e uma blusa branca de babados, meus cabelos eu amarro em um rabo de cavalo deixando somente minha franja solta, passo levemente minha maquiagem e um par de brincos pequenos, estava pronta!

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⏰ Última atualização: Jul 20 ⏰

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