Sento-me na borda da cama, olhando para o quarto que conheço tão bem. As paredes estão cobertas de lembranças, fotos de um passado que parece tão distante agora.Cada imagem é uma recordação de momentos que, de alguma forma, se perderam no tempo.
"Eu costumava ser feliz," penso comigo mesma. "Havia dias em que acordava com um sorriso no rosto, ansiosa pelo que estava por vir."
então. Estava no último ano da faculdade, cheia de sonhos e planos. Meu maior desejo era me formar em medicina e ir para diferentes lugares ajudar quem precisa. Mas, aos poucos, depois de tantas aulas não realizadas, de tanto observar professores exaustos por uma profissão que eles mesmos— Nem todos — escolheram, fez com que a realidade pesasse sobre meus ombros.
Reconhecer que o mundo é uma merda e a classe baixa nunca terá seus sonhos realizados, me custou saúde mental e esperanças cultivadas por uma criança que não sabia o que a esperava no futuro.
Os olhos verdes se encontraram em uma prateleira onde incontáveis troféus e medalhas se exibiam no quarto para que todos que entrassem ali ficassem impressionados.
Sempre foi uma menina determinada, esforçada para aquilo que almejava. Desde pequena, era apaixonada por livros de ciências — Biologia —, verdadeiramente alguém que amava o corpo humano e tinha desejo por ajudar.
Seus pais, Mebuki Haruno e Kizashi Haruno, apesar de ter uma filha excepcional desde criança, e um prodígio da família por ingressar na faculdade assim que saiu do ensino médio público, nunca apoiaram a seguir seus sonhos.
As coisas mudaram ainda mais drasticamente quando Kizashi faleceu por um ataque cardíaco. Sakura tinha apenas 23 anos quando recebeu a notícia do falecimento durante a apresentação do TCC da faculdade de Medicina.
A perda de Kizashi fez com que Mebuki — sua mãe — entrasse em profunda depressão, fazendo com que Sakura interrompesse o seu futuro com a medicina para se dedicar exclusivamente à mãe.
Depois que o meu pai faleceu, eu me senti triste, óbvio. Mas, foi um sentimento estranho como se nunca tivesse ligado verdadeiramente pra ele.
Ele não me fazia falta
Ou talvez eu tivesse me convencido disso.
Mamãe nunca saia de casa e se negava a fazer terapia. Só reclamava o quanto a vida era injusta por ter levado meu pai, reclamava de dores mas se recusava em ir ao médico.
Acho que ela nunca quis se livrar disso ou tentar trazer paz para si mesma.
Talvez era divertido em encher a minha cabeça e me ver no fundo do poço. Aquilo a confortava.
Ela não poderia estar no inferno sozinha, precisava puxar alguém para ser atormentada junto.
"Lembra quando tudo parecia possível?" pergunto a mim mesma, olhando para uma foto antiga onde estou deitada na areia da praia em uma viagem de verão. "Agora, tudo parece tão... distante.”
Com os olhos pesados e corpo cansado levantou da cama indo em direção ao banheiro, um banho rápido e frio para acordar a mente.
Com tantas responsabilidades adquiridas, precisava manter a si própria e a mãe.
Sair de casa era sempre uma das piores partes do dia.O sol irradiava a cidade e Sakura caminhava lentamente pelas calçadas observando os jovens com idades inferiores a sua saindo com lindos sorrisos nos rostos.
Ouvia que as crianças resmungaram de alguma matéria, de professores chatos e até mesmo de pequenos romances.
Aquilo causava nostalgia.
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isto pode ser o fim de tudo
FanfictionSinopse **"Isto pode ser o fim de tudo"** é uma história intensa e emocional que começa com Sakura Haruno em seu ponto mais baixo, prestes a se jogar de um prédio. Em meio ao desespero, ela encontra Naruto, um jovem que se tornará seu grande amigo e...