Quatro anos atrás.As ruas da cidade pequena onde eu moro pela madrugada geralmente são congeladas, é certo que às vezes o tempo fica abafado e com isso temos um clima frio mas ao mesmo tempo calorento. Mas hoje era um daqueles dias frios, pela tarde havia caído uma chuva e além do tempo estar frio as ruas também estavam alagadas.
Não era madrugada, era exatamente Nove e Dez da noite é, eu sei que não devia estar indo num horário desses para parada de ônibus mas acontece que sempre contava com a companhia de minha tia que por acaso acabou bebendo demais. Então me contentei somente com a minha companhia, eu era acostumada a andar por ali, as pessoas me conheciam, apesar de ser uma área em que havia concentração de tráfico ninguém sequer olhava pra você quando passava.
Era um bairro civilizado, havia boas pessoas ali. Mas acontece que hoje todo mundo resolveu se esconder em suas casas, as vizinhas fofoqueiras não estavam na porta, as crianças não estavam na rua e os traficantes não estavam pelo canto vendendo sua mercadoria. Estava tudo vazio e escuro, bem assustador.
Eu não estava com medo, ainda era cedo, e além do mais só tinha meu passe de ônibus e um celular velho comigo, o que me roubariam? Pelos meus cálculos em menos de dois minutos estaria na parada de ônibus e meus passos eram apressados, minhas mãos estavam metidas no bolso do meu moletom cor azul, meus cabelos soltos e a pulseira que minha mãe havia me dado brilhavam ao ser refletida pelas luzes dos postes do rua extensa. E como estava frio, eu não derramada uma só gota de suor.
Havia sido o aniversário de minha tia Vero, eu gostava de vim para casa dela, havia minha prima, meu tio que era uma graça e o cachorro Rex.
Gostava de conversar sobre moda e roupas com a minha prima Joe. E como era aniversário de minha tia, teve muita bebida ela até quis me acompanhar mas me recusei, o estado dela era péssimo. Minha prima poderia me trazer, ou até mesmo meu tio, mas eles estavam em situação pior: dormindo completamente embriagados.Não havia nenhum problema em ir sozinha, eu conhecia o caminho e andava rápido... talvez não tão rápidos.
Eu tinha vinte anos, era virgem e havia beijado somente uma vez na vida, sim, eu era a típica garota santa e conservadora mas eu também não me focava muito nisso, e sim no meu futuro. Queria poder dar uma vida melhor para minha mãe que me criou sozinha, é, meu pai lhe deu um pé na vinda após meu nascimento.
Eu nunca fui de reclamar da vida, ao contrário, todos os dias, após acordar eu agradecia à Deus pela dádiva de viver. Eu tinha uma família quase perfeita e unida, tinha ótimos amigos, o apoio da minha mãe e uma bolsa na faculdade.
Eu estava quase próximo a parada de ônibus quando uma viatura da Polícia Militar me abordou, era um homem, ele estava sozinho.
- Ta vindo de onde? - Ele quis saber com certa ignorância.
- Brooklyn, senhor. - digo firme com minhas palavras.
Não estava conseguindo o ver direito, mas sabia que estava sozinho. Eu congelei, mas sabia que estava limpa, sabia que não havia nada comigo. Ele então abriu a porta da viatura e saiu pegando um revólver e metendo na cintura. Ele era enorme e musculoso.
- Posso ver a sua bolsa? - ele ergueu sua mão, seu olhar era lascivo e me causava uma repulsa. Sem mais delongas entreguei minha bolsa pequena, ele a revirou e em seguida encarou com seus olhos que me davam medo. Por um instante sentir um frio na barriga imenso.
- Vira, vou te revistar.
O que... Ele não tem esse direito!
Eu era mulher ele homem, ele não podia tocar em mim.
- Eu... Não... Não pode... Eu...
- Está desacatando um oficial em não cumprir o pedido? Está com drogas ?
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Fênix
FanfictionFanfic que contém gatilhos! Interssexual, não gosta não leia. Boa leitura!!