Cacos de vidro ressoam por todo o apartamento, os gritos me deixam com dor de cabeça e mesmo estando na escadaria do prédio, parece que a briga acontece em minha mente.
--EU JÁ FALEI QUE A CULPA É DAQUELE MOLEQUE INDESEJADO!
--Não fale assim, a culpa não é dele.
--É CLARO QUE É, NADA TERIA ACONTECIDO SE ELE NÃO ESTIVESSE AQUI, ELE NÃO DEVERIA TER NASCIDO!
-- NÃO DIGA ISSO QUANDO NÓS SABEMOS QUE O VERDADEIRO CULPADO É VOCÊ!
Um som estralado e mais outro, mais algumas coisas jogadas e eu decido que não ficaria ali de jeito nenhum.
Vou ao parquinho mesmo chovendo e sendo quase de madrugada, fico no escorregador até uma vozinha chorosa se dirigir a mim.
--Ei me ajuda, tá doendo.
Olho para baixo e vejo uma pessoinha agachada e encharcada no chão, mais que depressa deço e vou ao encontro dela.
Aparentemente tinha se machucado, talvez correndo mas quando me aproximei vi que não era só um machucadinho bobo de criança, era um corte grave em sua barriga.
Como uma criança ajudaria a outra? Mas nesse momento só me importei em tentar, mesmo sabendo que talvez piorasse a situação.
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Talvez eu não saiba amar mas... E se eu souber?
RomanceTodos nós temos nossos "talvez" e nossos "e se" mas e se ultrapassassemos todos eles? Talvez nossa vida fosse mais fácil, não é mesmo?