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Lee Minho

Acordo com um um barulho, ou melhor uma música, "Why’d You Only Call Me When You’re High?" estava tocando indicando que algum filho da puta me acordou do meu maldito mas tão esperado sono.

--Quem é?

--Eai cara, cadê você? já me ligaram umas 5 vezes pra saber de tu .

Gente?! Quem? Quando? Onde e porque?

--Hum?!

--Ah fala sério! Não me diga que você acordou agora?

Fico em silêncio e quase voltando a dormir.

--Porra, você é um lerdo do caralho mesmo. --ouço um pigarreio-- ACORDA LEE MINHOCA, É O CHANGBIN PORRA.

Ótimo agora sim eu acordei

-- Tô acordado tô acordado. Não precisava gritar como sempre.

--Ah não não, enfim você esqueceu que hoje tem o casamento do teu irmão?  A senhora Lee vai te matar se você não estiver aqui antes das quatro, ou seja,  LEVANTA E VAI SE ARRUMAR!

E como sempre ele desliga na minha cara.

Levanto e vou ao banheiro para tomar um banho e tentar fazer a lerdeza sair do corpo.

Toda vez que eu acordo é assim, e toda vez que Seo Changbin me liga também é assim! A animação dele não é brincadeira, assim como minha paciência também não, e hoje será um dos dias que terei que fazer um esforço a mais pra não explodir tão rápido.

Sabe, família é algo complicado, para alguns mais do que para outros. Algumas parecem ser as mais perfeitas possíveis, mas adivinha? Nem sempre é o que parece, tome a minha como exemplo.

Uma família com três filhos: um promotor de sucesso assim como o pai e uma modelo extremamente bonita e conhecida assim como a mãe. E o terceiro? Bom... o terceiro sou eu, um fracassado, um riquinho que não faz nada e vive de ressaca. Mas como eu já falei, nem sempre é o que parece.

Na mídia sou visto como um futuro empresário de sucesso, estudando cada vez mais para liderar o que um dia será meu.

Ah se eles soubessem a verdade. Talvez eu seria deserdado, mas fazer o que? Así es la vida, amigos.

...

Cá estou eu, com um terno que totalmente perfeito, feito especialmente a medida para mim, mas que não parece pois eu me sinto sufocado com todo aquele maldito pano. Talvez não seja o terno que faça isso...

A cerimônia de casamento foi totalmente normal, irritante e tediante. Fala sério cara! Sempre a mesma ordem, mesmos votos, mesmo grude, mesma música. Tudo a mesma merda de sempre.

E agora numa mesa com a família mais perfeita do mundo, tendo as mesmas conversas e clicando na mesma tecla.

-- Ah meu amor, e quando irá trazer sua namorada para conhecermos? Até seus irmãos que são mais novos já estão comprometidos!  -- Esta é minha avó que fala a mesma coisa desde que tenho 16 anos

--Verdade, como nosso primogênito pretende assumir totalmente a empresa sem uma família? Você sabe muito bem q-

--Que a nossa empresa prioriza a família em primeiro lugar, e que para isso também temos que ter a nossa. Sim vovô, eu sei muito bem, vocês tem falado isso desde que era pequeno.

--Olha só isso! Que menino mal educado! -- tia Hyejun exclama e logo sua irmã, minha própria mãe concorda com ela.

-- Como pode? Uma decepção, fiz tudo para criá-lo e é assim que se comporta, só pode ter o gene de seu pai -- diz soltando um suspiro pesaroso.

Apenas a olho com raiva e solto uma risada amarga.

Já deu! Faço de tudo para ser perfeito ao menos na frente da mídia, tento pagar de bom parente e até tento mostrar que aprendi algo desde cedo para ter todo esse drama à toa?

--Está vendo, ele tira sarro da própria m... aonde está indo?

Levanto-me, e já afrouxando a gravata  do terno, me preparo para ir embora.

--Eu sou o incômodo, e se é assim, não vejo algo que justifique que minha presença. Até mais. Digam aos noivos que desejo uma boa farça, digo, casamento.

Deixo todos atônito escutando alguns resmungos, sigo para a saída do grande salão, logo um homem aparece entregando-me as chaves do carro.

Dirijo para o mais longe possível, indo parar na boate de um amigo que abriu em menos de um ano, um tanto escondida, já estava para ir faz alguns meses, mas queria ir e me divertir , não me conter por causa da minha imagem. Costumo beber em casa para não dar trabalho e estragar a aparência que todos prezam, mas se não percebem meus esforços, darei motivos para isto.

Havia uma fila não tão grande, mas apenas mostro minha identidade e logo me deixam passar. Normalmente sentaria em alguma mesa mas estava sozinho então prefiro ficar no balcão

--Um copo de whisky por favor.-- digo sem olhar para a pessoa em minha frente, distraído com os dançarinos que estavam no palco.

Assim que uma dança acaba viro para a mesa, mas não vejo meu copo, subi meu olhar e vejo um homem lindo, olhos escuros, lábios que pareciam um biquinho e  bochechas cheias como de um esquilo, parecia distraído.

-- Ei, esquilo! Tô falando com você-- logo ele parece acordar de um transe e seu olhar se encontra ao meu--me vê um um copo de whisky, por favor.

-C-certo, é... é pra já.

Ele se agacha para baixo do balcão e percebo que está se balançando como um louco. Será que pensa que não posso vê-lo?

Assim que levantou, estava com o copo em mãos, virou-se e pegou a garrafa, colocando uma dose no mesmo.

--Obrigado.

--P-por nada

--Você é gago?

--Q-que?

--Eu perguntei se você é gago. Tem gagueira ou algo do tipo?

Em questão de segundos,pude ver seu rosto inteiro corar.

--N-Na, digo, não, eu não sou gago-- mesmo parecendo tímido, ajeitou sua postura como se estivesse levantando a guarda para algo.

--Humm, entendi. Pensei que fosse.

Olhei bem no fundo de seus olhos e ele pareceu notar pois engoliu em seco e logo virou para a prateleira de bebidas novamente. Murmurou algo inaudível, pois a música começou a tocar novamente, então foi para os fundos, me deixando sozinho, com os pensamentos naquela criatura curiosa.













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Talvez eu não saiba amar mas... E se eu souber?Onde histórias criam vida. Descubra agora