Em meu pensamento.

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Já estava me despedindo de meus amigos quando decidi ficar mais um pouco para conversar com Hallúh.
- E aí Liz,cansada? - Disse a mesma.
- Demais...nossa.
- Hey,e isso? - Disse Hallúh inclinando sua cabeça e com seu olhar fitado em um livro que eu segurava.
- É um livro,antigo e...ah,antigo,velho. - Respondi.
- Que é um livro eu sei,e que é antigo eu sei também... - Disse Hallúh com um ar de desprezo - Mas,o que é isso que está olhando,sabe,nessa página,reparei na sua concentração,tive que interromper.
- Obrigada " confidente ". - Disse. - É um tópico que me chamou a atenção, é sobre um...ahn...
- Mazys - Hallúh me interrompeu. - Já ouvi falar.
- É, pelo visto você perguntou sem motivo algum.
- Esquece. - Disse Hallúh indo em direção à varanda do AP. - Ah...olha que vista linda,Liz. - Foi abrindo os braços como se fosse abraçar o mundo.
- É, lindo demais...
- Vem cá. - Me chamou desviando o olhar para mim.Elevou uma de suas mãos fazendo um sinal de " chega mais ".
- E aí, você e aquele cara...ainda estão juntos? - Perguntei.
- Esse cara de quem você fala se chama Dylan e,é muito lindo.
- Mas estão ou não juntos?
- Sim,estamos.Nossa,estou tão feliz!Tipo,mega feliz!
- Adoraria conhece-lo.
- Um dia vou apresenta-lo. - Assim que Hallúh terminara de falar,desviei meu olhar para tal e notei que ela mantinha uma expressão diferente em seu rosto.
- O que aconteceu? - perguntei preocupada.
- Ahn...olha. - Disse a mesma dando uma olhadinha rápida para mim e inclinando a cabeça para o outro lado,em uma calçada." Nossa! " pensei ao olhar para baixo,uma fila enorme com várias pessoas.Só para constar: Hallúh morava em frente a um hospital.
- É muito triste ver a situação em que essas pessoas se encontram. - Falou Hallúh,com um ar meio deprimente e de fato preocupante.
- É verdade,se existisse algo para revolucionar a saúde de todos.
- Ter tem,mas...do jeito que o governo anda.
- Em uma das vezes em que eu e toda a minha família nos reuníamos na casa de minha avó,ela nos contava do quão deprimente era o modo em que o país era governado,ela disse que nossos antepassados sofriam com isso também. Cara,tempos bons tempos ruins. - Disse ainda com meus olhos fitados naquela fila enorme.
- É. - Foi apenas o que Hallúh respondeu e com isso,me virei lentamente para dar uma olhadinha no relógio e,como não havia relógio nenhum ali fora,fui entrando novamente no apartamento de Hallúh e,como já conhecia o mesmo acabou por ser questão de segundos para encontrar um relógio. Ali,no meio da sala,já estava tarde e apenas me despedi de Hallúh e fui embora para casa.No caminho,do metrô até a rua em que minha casa ficava,fiquei com um pensamento,um pensamento de dúvida: " Se houvesse uma maneira de ajudar aquelas pessoas. ".

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