CAPÍTULO TRÊS

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RODERIC

Eu grunho enquanto coloco a seta para dentro e puxo o ar para fora. A ponta da madeira tem uma substância púrpura pegajosa.Veneno de vampiro. Vem de uma flor rara que só cresce no Himalaia e é mortal para minha espécie.

A flecha que está plantada na parte de trás do meu ombro está queimando como lava enquanto o veneno penetra em minhas veias. Cada centímetro que viaja é pura agonia, mas não posso desistir.

Não agora que finalmente encontrei algo pelo qual valha a pena viver.Eu alcanço e pego a mão dela. A sensação de sua pele macia está me ajudando a lutar contra a dor.

—Você está bem? — ela pergunta, parecendo
preocupada.

Seus olhos azuis vão para a flecha saindo das minhas
costas e depois volta para mim.Outra flecha passa voando por mim e afunda no piso velho de madeira entre nós. É quando vejo o movimento no teto de
abobadado.

Eu luto contra a dor e lanço a flecha em minha mão de volta para ele.Ele é rápido e rola para fora do caminho uma fração de segundo antes de a flecha afundar na viga de carvalho grossa com um baque.

Meu braço inteiro está queimando quando pego a segunda flecha do chão e jogo nele enquanto ele pula de viga em viga. O veneno queimando em minhas veias e está deixando meu braço pesado e fazendo eu desviar do alvo.

A flecha passa voando por sua cabeça e afunda no teto.O caçador de recompensas foge pelo teto abobadado, correndo ao longo das vigas e balança em um lustre. Quando ele chega ao outro lado do salão de banquetes, ele pula no chão e desaparece por uma porta.

Ele provavelmente está esperando até que o veneno faça seu trabalho. Ele prefere me tirar do caminho do jeito mais fácil do que me enfrentar. Covarde.
Eu deveria puxar a flecha, mas minha única preocupação agora é ela. Ela está amarrada e está me matando vê-la assim.

— Coloque suas mãos para fora, — eu digo com a voz
trêmula.

O veneno está se movendo mais rápido do que eu pensava.Ela levanta as mãos e eu arranco a fita delas. Eu me movo para a corda enquanto ela esfrega os pulsos.

O pensamento de sua pele pura e inocente sendo manchada por aquele filho da puta me enche
de raiva. Eu começo a ficar nervoso e fico com a minha mandíbula cerrada, eu rasgo a corda grossa ao meio.

Minha garota afasta da viga e olha ao redor da
vasta sala. Está escuro com apenas a luz da lua entrando pelas janelas altas e eu sei que ela provavelmente não pode ver nada.Olhos de vampiro são feitos para a escuridão e posso ver tudo,mas estou apenas olhando para ela.

Ela está deslumbrante de perto e eu não consigo me concentrar em mais nada. Estou completamente apaixonado por ela. Nunca fui tão tentado em toda a minha vida. Não sei como sobrevivi todos esses anos sem ela. Parece impossível para mim agora que sei que ela existe.

— Onde vamos? — ela pergunta com sua voz acelerada em pânico.— O que nós faremos?

— Nós não vamos a lugar nenhum, — eu respondo.

Eu quero trancar todas as portas e janelas deste castelo e mantê-la presa comigo para sempre. Eu olho para a corda desfiada, sabendo que não há nada que eu não faça para mantê-la aqui. Vou amarrá-la
de volta se for preciso. Vou trancá-la na torre o dia todo só para ficar com ela a noite toda. Sou um monstro egoísta e sei que devo tê-la a todo custo.

—Mas ele vai voltar—, ela diz, olhando ao redor na escuridão.

—Espero que sim. Ele me deve a vida pelo que fez a você.

Isca do VampiroOnde histórias criam vida. Descubra agora