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Uma merda. Genya diria. Uma grande porcaria.A música tocava alto, o deixando tonto com um maldito ruído tocando como erro em seus ouvidos. Ele observou seus amigos dançarem de forma animada, apenas querendo ir embora daquele local.
Tudo bem ! Ficar em seu canto funcionaria. Se acalme, Genya...
Com um suspiro, ele pegou um ponche de groselha e ficou na mesa de aperitivos, pegando seu celular e movendo silenciosamente no mesmo – o que era quase irônico em uma festa com milhares de adolescentes e veteranos ridículos.
Ouvir passos se amontoando em um lugar específico, risadas e gritos, era algo normal para Genya. Mas quando ele ouviu um briga briga briga! Ele ligeiramente olhou para cima.
Inosuke. E algum veterano ridículo.
Foi só um empurrão que o cara deu nele, e Inosuke o retribuiu com um soco no nariz.
— Ai!.. — Genya sussurrou, isso deve ter doído. Quando olhou para o lado esquerdo, o adolescente arregalou os olhos e desligou o celular ao ver seu amigo Zenitsu e a namorada, Nezuko, simplesmente terminando.
— Acabou então, seu babaca! — Ela gritou, a voz chorosa que Genya odiava em meninas, enquanto corria para fora pelos fundos.
E aí viu Kanao chorando com o vestido manchado de ponche, Aoi triste por um fora, o professor começando a se irritar.
E fogo.
Seus olhos roxos se arregalaram ao ver os cartazes de decoração começando a queimar em fogo de forma rápida e quase impossível, se espalhou rápido ! Mas não tinha álcool em lugar algum desse colégio.
Genya colocou seu celular no bolso, e começou a seguir as pessoas nervosas, ele começou a ficar nervoso.
Estava tudo amontoado, começou a ser assustador. Por que tudo começou a dar errado?
Enquanto Genya seguia as instruções esperando as pessoas rápidas passarem, ele olhou ao redor incrédulo.
— Que merda.. — Ele sussurrou em choque, antes de seu olhar cair e até sentir uma presença.
Genya parou por um segundo, o encarando.
Aquela coisa o olhava fixamente.
Mesmo usando uma venda de penas, com um sorriso maldito, as asas tilintando de excitação.
Que merda?...
Ele olhava para Genya fixamente. Bem calmo em volta de todo aquele fogo.
As sobrancelhas de Genya se uniram, antes de seu professor o chamar.
— Vamos ! — O homem adulto falou, enquanto o menino simplesmente voltou para terra e saiu do ginásio.
Em poucos minutos, os bombeiros chegaram, Genya estava ao lado dos amigos, abraçado a um cobertor.
— Que droga foi aquela? — Inosuke perguntou cansado de tanto correr.
Zenitsu e Nezuko estavam distantes, os rostos tristes.
— Ahh.. — Tanjiro suspirou. — Isso estragou o nosso baile!
Genya não entrou no assunto.
Apenas encarando aquilo de novo.
Ali. Novamente ali, a poucos metros de distância.
Suas asas eram grandes, e ele olhava para Genya com um sorriso no rosto. Um maldito sorriso no rosto. Usando uma especialidade de chiton bem mais pequeno.
Ele o podia ver segurando o riso. Mas só ele via aquela porra! Só ele!
— Genya ! — Zenitsu disse pela décima vez, tirando o garoto de seus pensamentos.
— Que é, cara?! — Genya perguntou, um pouco irritado por seu nome ser chamado tantas vezes.
Seus amigos se entreolharam.
— A gente vai p'ra casa da Kanao. A Shinobu já 'tá vindo buscar. — Tanjiro respondeu por Zenitsu. Genya escutou e apenas suspirou, cansado.
Quando ele pegou seu celular e falou com seu irmão mais velho, Genya logo levantou o olhar mais uma vez. Encarando aquilo.
Que merda era aquela..
Isso só podia ser um tipo de brincadeira.
[...]
— Vocês se machucaram? É sério.. aquilo foi uma loucura. — Shinobu falou, enquanto Kanae, sua irmã mais velha, fazia alguns sanduíches para os adolescentes.
— Sim, e foi do nada.. — Kanao respondeu, enquanto tomava um pouco do café que havia sido feito.
— ... Parece que tudo começou a dar errado de repente, na verdade. — Tanjiro também falou, enquanto Zenitsu silenciosamente olhava para Nezuko do outro lado da mesa.
Genya respirava fundo, antes de desviar a atenção daquela conversa.
— Eu vou ao banheiro. — Ele rapidamente se levantou, atordoado enquanto ia até as escadas.
Quando ele chegou no banheiro, ele apenas trancou a porta, e quando se virou, tomou um susto.
Aquela porra de novo !
Mais perto, bem mais perto dele. Quando o sorriso no rosto daquele ser se formou, um trovão alto foi escutado, e um relâmpago visto pela janela.
Começou a chover.
As asas baixaram em suavidade, mas não havia nada de suave naquilo.
Seus cabelos eram mais longos que tudo, iam até o quadril. Um azul marinho assustador, combinado com o prato. Não parecia um anjo. Não.. nem pensar.
— ... — Uma risadinha leve soou.
Genya sentiu sua respiração ficar desregulada, e com raiva, ele agarrou o pescoço daquele ser.
— Porra, para de me seguir ! — Ele exclamou, sem falar muito alto.
O jovem com o pescoço apertado ainda não disse nada.
Genya engoliu em seco.
— Quem caralhos é você? E você que 'tá causando tudo isso, não é? — O moreno sussurrou, enquanto o Anjo ria, quase gargalhando.
Logo, o ser de roupas pálidas parou de rir, se recuperando.
— É tão engraçado para mim. — Zombou o anjo. — Amaldiçoar humanos como você.. é mais fácil que roubar doce de uma .. criancinha nojenta e maldita.
O Anjo riu, bem mais alto agora, enquanto os punhos de Genya tremiam segurando aquela bela garganta.
— Você é como uma delas. Fácil.. fácil e ridículo.. — Acrescentou aquele que era desconhecido, antes de aproximar a mão do pescoço de Genya, e tocar dois dedos.
Bam !
Uma marca se instaura trazendo dor e queimação, Genya empurrou aquela criatura com força, fazendo-o bater as costas na parede.
— Que porra é essa, irmão?! — Ele perguntou irritado, tocando em quase desespero. Genya olhou para o espelho e arregalou os olhos ao ver uma marca esquisita, como uma veia, mas era escura, bem escura e parecia pulsar.
— O que ?.. Você não ouviu o que eu disse? — Arisu respondeu com um semblante sorridente. O garoto vendado caminhou outra vez até Genya. — Eu amaldiçoei você. Não se preocupe, vai doer, mas é pra lembrar que eu ‘tô perto..
Genya cerrou o maxilar enquanto encarava aquela merda de criatura, antes de olhar para o seu reflexo novamente.
Esse foi o pior baile que Genya poderia participar.
O pior !
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O Caminho do Céu · GENMUI.
Hayran Kurgu𓇼 · A vida chata e estudantil de Genya durou seus 16 anos, mas quando ele foi no seu primeiro baile de ensino médio, ele viu algo que mudaria todo esse estoicismo eterno e ridículo. Mas foi tão problemático quanto se fosse algo ruim de verdade. ...