Capítulo 1

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"Vou remover minhas cicatrizes", Draco anuncia em uma tarde chuvosa de quarta-feira.

Seus dedos tremem na superfície quente da caneca de porcelana, os nós dos dedos ficam brancos enquanto ele a segura com força, tentando não se queimar ao sentir os olhos dos amigos sobre ele.

Pansy deixa cair sua colher de chá, e Blaise faz um som suave do fundo da garganta.

"Você está falando sério?" Theo deixa escapar, espalhando migalhas de biscoito por toda a mesa da cozinha de Draco e fazendo Pansy olhar para ele com desgosto.

"Sim," Draco responde, sua decisão se tornando mais forte enquanto ele olha para suas mãos e percebe a linha desfiada de uma cicatriz aparecendo por baixo do punho de suas vestes. Ela cruza uma das veias azuis em seu pulso e uma parte de Draco acha que ela quase parece bonita, de uma forma estranha. Mas ele é provavelmente a única pessoa na Terra que pensa assim. Ele puxa os punhos para baixo e limpa a garganta. "Acho que preciso me livrar delas para seguir em frente."

"Mas..." Pansy argumenta, inclinando a cabeça e alcançando a mão de Draco, esfregando o polegar suavemente sobre os nós dos dedos dele. "Vai ser um processo incrivelmente longo e doloroso, querido. Millie disse que quando ela se livrou das cicatrizes em seus braços, doeu como o inferno. E as dela eram pequenas de um feitiço. Tem certeza de que quer passar por isso com as suas?"

"Draco aguenta", Theo aponta, piscando para ele enquanto se serve de mais biscoitos. Às vezes, Draco se pergunta se Theo só vem visitá-lo pelos bolos e biscoitos que Draco assa.

"Você se tornou muito boa em lançar um Glamour no seu rosto," Pansy aponta, acenando com a mão para a pele de porcelana de Draco, desprovida de qualquer imperfeição evidente. "Eu poderia te ajudar com a maquiagem se você estiver preocupada com sua mágica falhando. Você sabe que tem aquela base nova que comprei em Paris que faz maravilhas em cicatrizes."

Draco balança a cabeça. Ele consegue esconder o dano no rosto, mas sua magia não é forte o suficiente para lançar um Glamour por todo o corpo, e maquiagem não fará milagres.

Draco levanta o olhar, olha para Blaise e o encontra encarando de volta, seus olhos escuros e intensos daquele jeito calculista que nunca deixa de causar arrepios na espinha de Draco.

Blaise não diz nada, mesmo depois de Theo ter devorado todos os biscoitos e Pansy ter passado uns bons vinte minutos falando sobre todos os produtos que Draco poderia usar para esconder suas cicatrizes.

É quando Pansy já está fora da porta e Theo desapareceu pelo Flu que Blaise se levanta e olha Draco diretamente nos olhos.

"Com quem você está tratando as suas cicatrizes?" ele pergunta, sua voz profunda, mas aveludada.

"O melhor curandeiro que existe", Draco responde com um pequeno encolher de ombros. "Estou na lista de espera há mais de seis meses."

"Deixe-me adivinhar", Blaise começa com uma sobrancelha levantada.

"Harry Potter," Draco responde, sentindo-se um pouco envergonhado sem razão, suas bochechas esquentando com o pensamento repentino de ter que tirar suas roupas na frente de Harry. Por inúmeras sessões.

"Pansy está certa; vai doer muito", Blaise diz despreocupadamente. Ele provavelmente sabe que Draco não é muito bom com dor, com sua propensão a surtar com o menor ferimento. Mas Draco está determinado dessa vez. Ele suportará a dor se isso significar que ele terá um novo corpo, um que as pessoas não acharão mais nojento.

"Eu sei", ele responde simplesmente, e Blaise parece considerar sua resposta por um momento antes de tirar um pequeno cartão do bolso esquerdo de suas vestes cor de vinho e entregá-lo a ele.

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⏰ Última atualização: Jul 22 ⏰

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