N°- 6

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─━━━━━━⊱Minutos Depois⊰━━━━━━─

Assim que chegamos na casa da mulher, comecei a reparar no nosso ao redor e sorri.

A casa era pequena e de madeira, possuía uma cor azulada bem chamativa. Uma típica casa de uma senhora de idade viúva. Mas, por trás disso, se esconde uma mulher de trinta anos com um gosto..."adiantado"?

Comecei a olhar o terreno. Era cheio de arbustos e flores de diversas cores, dando só lugar uma leve sensação de paz e alegria.

Nisso, um gato laranja se aproximou de nós, o qual se esfregou com vontade nas minhas canelas antes de se aproximar de Katsuki e miar para ele.

- Sério?- Ele bufou e pegou o gato no colo.

Solto uma pequena risada ao ver o felino esfregar a cabeça no pescoço de Katsuki, que deu um pequeno sorriso e acariciou os pelos dele.

Aproveitando o momento fofo, peguei meu celular e apontei na direção deles, tirando fotos rápidas antes do loiro notar e franzir o cenho irritado.

- Pensei que você fosse pintora, não fotógrafa.- Disse ríspido.

- Bom, eu tenho muitos hobbies que você não conhece.- Sorri de canto.

Foi então que ouvi o barulho de uma leve palma, me fazendo voltar minha atenção para frente. Era a mulher que eu iria pintar, com sorriso gigante no rosto e estendendo os braços para pegar o gato.

Ela é exatamente como está na foto, mas mais bonita. Em detalhes, é ruiva dos olhos verdes, com várias sardinhas no rosto e óculos que deixavam seus olhos um pouco maiores do que deveriam.

Usava uma camisa de crochê marrom com uma camisa branca por baixo. Suas calças eram jeans largas, e nos seus pés usava uma pantufa escrita algo não identificado - parecia estar gasta pelo tempo.

- Pelo jeito já conheceram o Cerveja.- Ela falou.

Katsuki entregou o felino para ela antes de voltar para mim.

- Bom, meu nome é {Nome}, e esse é meu amigo, Katsuki. Ele é-

- Sou escritor de poemas.- Me interrompeu, e eu suspirei ao ver o orgulho estampado no seu rosto.

- Enfim, tudo bem para você se ele nos acompanhar?

- Claro.- Deu de ombros.- E aliás, meu nome é Miranda.

Acenamos com a cabeça para ela e lhe seguimos para dentro de sua casa.

- Sabe, eu gosto muito desse tipo de vida. Acho até engraçado, porque teve uma vez que as assistentes sociais vieram aqui em casa pensando que morava uma velhinha.- Gargalhou.- Foi tão engraçado quando elas me viram.

Ela começou a abrir a porta. Nesse pequeno tempo, olhei para Katsuki e não pude conter uma risada pela sua expressão de julgamento muito mal disfarçada.

O loiro me deu uma leve cotovelada, e a Miranda se virou com uma expressão confusa.

- O que houve?- Revisou o olhar entre nós.

- Nada, eu só estava rindo do que aconteceu com você.- Forço um pequeno riso.- Elas devem ter ficado bem sem graça.

- Ah, sim.- Ela riu comigo e deu um leve tapa no meu ombro.- Bom, entrem.

Entrei e olhei ao redor.

E...uau, esse local é incrivelmente admirável.

Na nossa frente, estava a sala de estar. Os sofás eram marrons com travesseiros de crochê coloridos; no centro, havia mesinha de madeira com uma louça de cerâmica bem refinada sobre ela.

- Podem sentar.- Miranda afirmou, e nos acomodamos em um dos sofás.- Irei esquentar o chá, volto logo.

Nisso, ela se dirigiu para um corredor, sumindo da nossa visão.

- Esse lugar parece ser pré histórico.- Resmungou Katsuki.

- Achei bem conceitual, quando eu ficar velhinha quero uma casa assim.

- Coitado do seu futuro marido.

- Por que coitado? Ele tem que se importar comigo e meus gostos, não com a casa.- Cruzei os braços.

- Pior ainda.- Sorriu divertido, e eu estalei a língua.

- Idiota.- Sorri também.

Nisso, Miranda voltou com o bule de chá. Ela sentou no sofá na nossa frente e encheu as xícaras para nós antes de nos entregar.

Sorri para ela como agradecimento e bebi um gole, em seguida soltando um suspiro de satisfação.

- Você tem pressa para começar a pintar?- Perguntou a mulher.

- Não.- Neguei.

- Que bom.- Assoprou a fumaça que pairava sobre a xícara.

- Então, se estiver confortável, gostaria de nos dizer quais sentimentos quer que eu transmita no quadro?

- Nossa.- Ela riu baixo.- Você é um pouco diferente dos artistas que conheci. Eles começariam pedindo quando e onde vamos começar. Gostei de você.

- Oh, obrigada.- Sorri tímida e olhei para Katsuki de canto.

Por coincidência, o loiro já estava olhando para mim com um pequeno sorriso de canto no rosto. Ele fez um "positivo" com a mão, indicando que estou indo bem.

Senti meu peito estufado de orgulho e olhei de volta para a mulher.

Hoje com certeza está sendo um dia bom.

"...Eu sou poeta..."Onde histórias criam vida. Descubra agora