Beliari - De caras com o amor

Capítulo 14

Rio de Janeiro

Priscila

Finalmente chego em frente do apartamento da Beatriz.

Tenho de me concentrar para não meter os pés pelas mãos com o porteiro e acabar estragando todo o plano.

Porteiro- Boa tarde. Em que posso ajudar?

Pri- Boa tarde. Meu nome é Luana. Venho ao encontro da Beatriz Guimarães Lobo. Eu acho que ela deixou o meu nome liberado.

Porteiro- Certo menina Luana. Pode subir.

Ainda bem que deu certo... Agora vem o mais difícil...

Enquanto o elevador vai subindo, fico pensando em qual vai ser a reação da Beatriz em me vem e isso me dá um frio na barriga. Não me colocar na rua já vai ser muito bom...

Beatriz

Abro a porta, já gritando pelo nome da Luana, mas na minha cara apenas surge uma expressão de surpresa. A Pri estava aqui bem diante dos meus olhos, o seu cheiro perfumava todo o ambiente, os olhos dela brilhavam mais que o normal. Ela não diz nada, apenas estende um buque de flores. Eu olho para as flores e em seguida encaro o seu olhar. Sem dizermos uma única palavra, puxo-a para um abraço apertado. Quem me dera poder viver neste abraço para sempre.

Priscila

Quando ouvi a voz da Beatriz do outro lado da porta, achei que ia cair redonda no chão. O nervosismo tomou conta de mim e assim que ela abriu a porta pude notar o quão confusa e surpresa ela estava. Olhei para os seus olhos cor de mel, que por sinal estavam mais claros que o normal. Não era capaz de soltar as palavras da minha boca e apenas estendi o buque de flores que havia trazido. Ela me puxou para o abraço mais apertado que algum dia eu senti e foi ali que eu percebi o quanto eu preciso dela para o resto da minha vida.

Ela fechou a porta e ficamos durante minutos abraçadas. Temos muito para dizer, mas acho que ambas temos medo de que algo estrague aquele momento.

Enquanto acaricio os cabelos dela, ela me encara

Bea- O que cê veio fazer? Porque não me avisou?

Pri- Eu quis fazer uma surpresa. Pedi ajuda a Luana, não fica brava com ela.

Bea- Hum... E a sua namorada sabe? – naquele momento eu gelei.

Pri- Beatriz eu não namoro. Eu não vou negar que já fiquei com aquela menina lá, mas nunca passou disso. Aliás faz tempo que eu não a vejo.

Bea- Cê está falando sério? – vejo o seu olhar doce ser invadido pelo medo.

Pri- Acha que se eu estivesse namorando te tinha enviado flores mais cedo? Acha que tinha apanhado o primeiro avião que consegui para o Rio, só para te vir ver?

Ela apenas me abraça e vejo os seus olhos se encherem de lágrimas.

Fica em silêncio durante algum tempo e a abraço mais forte sem me aperceber.

Bea- Vida, eu sinto muita vontade de dizer uma coisa, mas você não precisa de dizer de volta ta?

Pri- Diga mô

Bea- Eu te amo.

Beatriz

Ainda não acredito que a Pri está aqui bem diante dos meus olhos. Eu posso sentir o calor do seu corpo, o ritmo do seu coração em uníssono com o meu. Os seus braços me envolvem, deixando-me segura. Não precisamos de palavras neste momento. Os nossos olhares se encontram, e neste momento, todo o mundo desapareceu. Perco-me nos detalhes do seu rosto: os vincos ao redor dos olhos, o jeito como o seu lábio inferior treme quando sorri.

O perfume dela é a mistura mais doce que algum dia senti, inalo-o profundamente, como se quisesse absorver cada parte dele. Sinto que me abraça mais forte, como se temesse que eu fosse escapar, mas eu não quero ir a lado nenhum. Estar nos braços dela é o único lugar onde quero estar.

Sinto uma vontade enorme de dizer que a amo. É como se as palavras se estivessem acumulando em meu peito.

Olho nos olhos da Priscila:

Bea- Vida, eu sinto muita vontade de dizer uma coisa, mas você não precisa de dizer de volta ta?

Pri- Diga mô

Bea- Eu te amo.

Pri- Eu te amo mais meu amor.