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Lyanna estava se esforçando para esconder os fios castanhos dentro do capuz e não perder Aemond de vista. Queria descobrir algo significativo sobre ele, algo que a daria vantagem para que ele A deixasse em paz.

Ela o seguia a quase 15 minutos, ele havia entrado na baixada das pulgas e ela passou a tomar mais cuidado. Aquele lugar não era confiável segundo o que ela havia escutado, as ruas eram cheias de sujeira e lama, a cada milímetro que andava ela sentia o cheiro de urina e terra molhada. Por um momento ela cogitou em dar meia volta e ir para o castelo novamente, mas agora já estava na metade do caminho e não iria desistir da oportunidade que os deuses lhe deram.

Lyanna olhava pelos cantos, era um lugar bem iluminado pelo menos. Gostou de ver algumas pessoas dançando e contando histórias para o povo dali, viu alguns lugares movimentados também, além claro dos bares duvidosos.

Aemond sabia que estava sendo seguido e suspeitava que seria alguém do castelo. Afinal, Lyanna não era um exemplo notório de discrição. Mas mesmo sabendo disso, não se importou muito e seguiu caminho para a casa dos prazeres; a favorita dele. Fechou a porta atrás de si e tirou o capuz revelando os belos fios platinados que chamavam atenção.

Ela estava um pouco distante mais havia memorizado a rua que ele havia virado, coincidentemente sendo uma espécie de rua sem saída com duas casas iluminadas e movimentadas no lado de fora, ela não tinha certeza se conseguiria entrar sem ser vista. Hesitou duas vezes antes de decidir ir até a porta e bater educadamente, mais ninguém abriu. Deviam estar ocupados fazendo coisas de pudor questionável, coisas que certamente Lyanna não tinha ideia de como aconteciam.

Bateu mais uma vez, e quando viu que ninguém estava escutando as batidas na madeira toda estragada da porta, empurrou a porta e entrou com tudo na casa. Lyanna se arrependeu amargamente quando viu o que acontecia naquela casa e entendeu porque tinha tanta movimentação. Ela não tinha certeza se Aemond havia entrado naquele lugar, ou havia entrado na casa em frente a esta, porém continuou seu caminho de cabeça abaixada entre as mulheres semi nuas e os homens bêbados até entrar em outro cômodo, onde viu algo ainda mais "estranho" - em seu ponto de vista- que ela poderia ver.

Muitas e muitas mulheres nuas, Lordes sentados conversando normalmente ou então nus, fazendo orgias.

Arregalou os olhos e sentiu sua pele alva esquentar e seu rosto ficar da cor de seu sangue.

"Porque eu inventei de seguir ele?"- pensou arrependida de estar ali, afinal ela nem tinha visto Aemond entrar na casa, foi uma grande perda de tempo e um grande perigo em se arriscar em ir naquele lugar. Ela já imaginava os boatos que circulariam pela fortaleza vermelha e chegariam nos ouvidos de seus irmãos, Rhaenyra e Alicent.

- Com licença, você trabalha aqui?- Lyanna perguntou a uma moça loira, de olhos azuis e de estatura média. Estava usando apenas suas roupas íntimas, antes de responder a pergunta, a loira passou o dedo indicador sob a bochecha de Lyanna.

- Para o que precisar, Lady.

- Por acaso viu um homem alto, pele clara, tem cabelos prateados e também usa um tapa olho? Eu estava com ele mais me perdi.

- Você quer dizer o príncipe Aemond? Posso te levar ao quarto dele mas receio que nesse momento ele esteja ocupado... A não ser que você queira se juntar a ele e a prostituta que está com ele. - Ah, prostituta.

- NEM MORTA!... quero dizer, não, muito obrigada eu apenas queria saber... tenha uma boa noite, eu acho.- Ela seguiu envergonhada em meio a multidão de homens e mulheres nus até chegar ao lado de fora da casa. Foi um caminho estranho.

Estava com medo de seguir sozinha pelos corredores da baixada das pulgas e acabar se perdendo ou ser atacada, ou até pior. Mas ela não tinha outra opção, ela jamais ficaria naquele lugar até amanhecer e se Meter na maior enrascada da sua vida.

Tinha algo pesado naqueles corredores, eram muito sujos, feriam e eram frios, com muito pouca iluminação. Ela escutava alguns ratos andarem e se encolhia quando ouvia vozes de pessoas se aproximando.

Ela estava caminhando pela embaixada das pulgas a quase 20 minutos e não conseguia achar a entrada certa para o castelo. Se amaldiçoou mentalmente por não ter memorizado o caminho de volta, ao invés disso ela focou nos passos apressados de Aemond. Se sentia irritada pela confusão do jantar daquela noite e decidiu que isso seria uma boa ideia.

De repente ela sentiu um calafrio percorrer por todo seu corpo e um aperto no coração, como se tivesse sendo avisada de que algo ruim poderia acontecer. Virou- se de repente para trás, achando que alguém estaria escondido pronto para ataca-la, mas não havia nada e nem ninguém atrás dela ali além de pessoas dormindo no chão ou então bichos circulando por ali. Voltou a seguir caminho para uma parte mais movimentada e de novo sentia que alguém a estava seguindo e se desesperou, podia ser alguém que tivesse a reconhecido ou poderia ser alguém muito pior, como Aemond por exemplo. E se apressando para alcança lá, correu sem pensar duas vezes, tentando não cair e segurar seu capuz ao mesmo tempo.

Ela estava ferrada.

Ou não.

Entrou em um corredor mais estreito, olhando para os lados para se certificar que não tinha ninguém a seguindo. Teve a ótima ideia de sentar no chão para caso a pessoa visse ela, pensasse que era apenas outra pessoa morrendo no chão podre e pedras sujas.

E viu uma silhueta conhecida entrar. Aemond e seu tapa olho, ela o reconheceu de longe, e era claro que ele estava a seguindo quem mais seria?

Aemond sabia que era ela ali, sentada no chão realmente pensando que ele não a reconheceria de longe. Ele estava a seguindo para assusta-la. Deixou o corredor e seguiu seu caminho para as ruas, se perguntando porque ela estaria naquele lugar, principalmente querendo saber porque ela o seguiu. Saberia disso com mais detalhes quando tivesse a oportunidade de a encontrar no castelo.

Assim que percebeu que ele havia ido embora, se levantou e andou para o lado oposto, ela estava quase se aproximando de uma roda de pessoas quando sentiu ser puxada para outro beco. Ela entrou em pânico quando sentiu que o capuz havia caído e seus cabelos estavam a mostra.

- Lady Lyanna?- Ela escutou a voz de sor erryk cargyll. Um membro da guarda real. Ela se sentiu aliviada por não ser Aemond quem a puxou.

- Sor erryk não conte a ninguém por favor eu imploro!- ele analisou a menina toda suja e por fim, puxou o capuz da menina de volta para esconder o cabelo dela.- Obrigada... ela sussurrou.

- O que faz aqui Minha Lady?

- Eu vim aqui por curiosidade, mais acabei me perdendo, por favor sor erryk guarde esse segredo comigo...- implorou ao guarda loiro de cabelos longos.

- Vem comigo.- ele A puxou pela cintura, a colocando na frente dele e então seguiu com ela por vários corredores diferentes antes de entrar na estrada que ela conhecia, perto do portão do castelo. Agradeceu ao guarda e ele a guiou para entrar em uma passagem secreta que a levaria para um corredor com entrada em diversos quartos do castelo, ela seguiu pedindo aos deuses que ninguém tivesse notado nada. Era para todos, com excessão dos guardas estarem dormindo.

Ao entrar no quarto ela jogou a capa longe, estava com nojo de si mesma. Tanta sujeira para nada, ela queria tomar um longo e inacabavel banho, queimar a capa e seu vestido e ter uma boa e longa noite de sono.

𝚃𝙷𝙴 𝙳𝚁𝙰𝙶𝙾𝙽 𝙰𝙽𝙳 𝚃𝙷𝙴 𝚆𝙾𝙻𝙵 Onde histórias criam vida. Descubra agora