Who Cares

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Do topo do residencial mais alto de Seul, o ômega Han Jisung observava o movimento caótico da capital, agitada pelo último dia do ano. Diferente de sua vista, ele estava calmo como se não estivesse prestes a vivenciar um momento que mudaria totalmente o rumo de sua vida. Na mão direita carregava uma taça de cristal, que tinha suas iniciais bordadas em diamante, enquanto na esquerda uma piteira vintage envolvia um cigarro. Jisung desfrutava da droga e do álcool na tentativa de que ambas as substâncias o ajudassem a se preparar.

Pensava nos pais, na família, no seu futuro, no homem que amava. Em tudo o que precisou passar para chegar até aquele momento. Se sua mãe estivesse ali, ela provavelmente o colocaria no colo e daria um abraço apertado, dizendo que o amava independente de qual decisão ele tomasse. Ela sabia que Jisung era um rapaz de bom coração. Mesmo sendo o único filho ômega em uma família de homens e mulheres alfas, ele nunca se deu por vencido e sempre fez o que fosse necessário para garantir uma vida além daquilo que lhe ofereciam.

Han Jisung não nasceu para ser coadjuvante.

Quando a porta da varanda abriu, ele fechou os olhos e respirou fundo, colocando o resto do espumante para dentro em um só gole e tragando uma última vez seu cigarro. Os objetos foram esquecidos de lado quando os braços fortes o envolveram pela cintura. Mesmo com a fumaça que soltou pelo nariz, o cheiro amadeirado de sálvia do alfa predominou no ambiente.

Jisung usava um robe branco de seda, tão fino que o permitia sentir os músculos de Chan roçando em suas costas como se não usasse nada. O outro homem, de fato, não usava. Os lábios carnudos começaram a beijar seu pescoço, subindo pelos fios loiros e o ômega suspirou ainda de olhos fechados, curtindo as carícias do homem que não era seu.

- Finalmente! - Chan afirmou, embriagando-se com o aroma suave do xampu do menor. - Tanto tempo desejando você para mim...

Han soprou uma risada. Era irônico pensar que não amava Chan mesmo com ele investindo há tantos meses. Era ainda mais irônico pensar que estava ali, entregue a ele, sem amá-lo. E ambos sabiam desse fato. Ambos sabiam que era apenas uma noite. Mesmo com tanta coisa errada envolvida, estavam ali, dispostos a dar tudo de si.

Em apenas um movimento o ômega foi virado e teve os lábios atacados. O beijo era urgente e afobado, mas ele não recuou. Seus braços envolveram os ombros largos do rapaz mais velho, criando uma troca de calor tão intensa e imediata que arrancou suspiros de ambos. Suas peles se esfregando e as línguas se enroscando criavam uma atmosfera tão erótica que Jisung sentia que estava ficando inteiramente dormente. Ele chupava tudo o que podia, alternando entre os lábios e língua de Chan enquanto leves gemidos escapavam. O clima entre os dois esquentou num piscar de olhos.

O corpo menor foi erguido e instruído a prender-se como podia. Jisung usou suas pernas para envolver a cintura do alfa e teve as costas apoiadas contra o vidro da varanda, que não tinha nenhuma proteção. Não ousou olhar para trás ou para baixo, as luzes e o barulho da rua eram suficientes para fazer a adrenalina correr em seu sangue.

Além do que, o outro não dava tempo para seu raciocínio agir. Chan desfez o nó que prendia a peça de roupa e a deixou cair pelos ombros de Han, expondo seu tronco de proporções invejáveis. O aroma de chá branco do ômega ficou ainda mais forte por ser observado com tanto desejo, seus pelos se eriçaram assim como os mamilos endureceram. Beijos nada castos foram depositados por sua pele morena e cheirosa, fazendo com que Jisung mordesse sua boca e gemesse baixinho.

- Ah, Chan... - Por mais que o martírio por não corresponder aos sentimentos daquele homem fossem diários, não podia negar o quão delicioso ele era. - Isso! Me morde! - A provocação foi proposital. Chan entregaria toda a sua fortuna para colocar uma marca em Jisung e o faria sem pensar duas vezes. Porém, por mais que o mais velho soubesse que ele não se referia a nada além de mordidas características do sexo, não deixou de se sentir tentado. Apertou os dedos contra a bunda que segurava e suspirou.

Streetlight (Chansung)Onde histórias criam vida. Descubra agora