| 𝐀𝐓𝐋𝐀𝐍𝐓𝐈𝐒 |

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March 9th, 2017 - L.A, California.

* S/N P.O.V *

Permaneço em transe até escutar vários sons de buzina atrás de mim.

Acelero o carro e encosto na primeira vaga que apareceu em minha frente.

Vejo o carro de Johnny parando logo em frente ao meu.

De repente, tudo o que vivemos, aparece em minha cabeça.

Até o momento em que soube que estava gravida. Não havia contado ao Johnny ainda quando descobri que havia perdido o bebê.

Era muito nova pra lidar com isso, e então nos afastamos, e nunca mais nos vimos.

Escuto o barulho da porta sendo aberta e me deparo com ele.

Johnny Lawrence.

O amor da minha vida. O primeiro.

Ele vinha em minha direção com um semblante um tanto quanto chocado quanto eu.

Respiro fundo e tiro meu cinto, saindo do carro e dando de cara com ele.

Johnny- S/N, oi ~ele sorria.

Estava tão diferente. De barba, o estilo das roupas, o óculos de sol...ele por completo.

S/N- oi ~sorri ainda em transe

Johnny- quanto tempo. Você está...linda ~ele me abraça

Apenas retribuo o gesto e sinto tudo ao meu redor mudar.

Toda a tristeza que enfrentei nos últimos meses com a morte do Jackson, o peso de criar as crianças sozinha, tudo.

Johnny nunca se soltava do abraço primeiro, ele sempre esperava você soltar antes.

O solto e vejo seu olhar sob meu pescoço, provavelmente encarando o colar.

Johnny- então, como você está? Quer ir comer alguma coisa? Já que já estacionamos aqui ~ele ri.

S/N- é, na verdade você parou em lugar proibido ~aponto para a placa.

Johnny- não liga, nunca acontece nada.

Ele aponta para o restaurante à minha frente.

S/N- "Johnny Rockets" ~digo em voz alta.

Seguimos caminhando em silêncio até sentarmos em uma mesa e escolhermos nossos pedidos.

S/N- e então, me conta o que fez nesses anos todos ~digo tomando um gole de Pepsi.

Johnny- acho que não vai querer saber ~ele ri e percebo que não era uma risada boa.

S/N- sou toda ouvidos ~cruzo os braços em cima da mesa.

Johnny- depois que perdi o regional aquele ano, você sabe...foi ladeira abaixo.

Johnny- minha mãe faleceu algum tempo depois e Sid decidiu que não me daria mais dinheiro, nem um lugar para morar.

Johnny- nesse tempo eu engravidei uma menina e tive um filho. Ele não quer saber muito de mim e não o culpo, sempre fui um péssimo pai.

Johnny- moro em uma casa alugada, bebendo cerveja e ouvindo músicas antigas o dia todo.

Johnny- agora estou começando a dar aulas de karatê.

S/N- com o Cobra Kai?

Johnny- é, mas Daniel e eu estamos pensando em alguma coisa juntos.

S/N- deve ser aí que está a pegadinha, você e Daniel juntos.

Johnny- qual é, não sou mais o mimadinho que você conheceu.

S/N- definitivamente, não ~rio.

Johnny- e você? O que fez de bom?

S/N- eu fui trabalhar em Nova York, estudar também.

S/N- me casei, tive 2 filhos. Uma tem 16 anos e outro tem 6 meses.

Johnny- veio com seu marido?

S/N- na verdade, ele faleceu alguns meses atrás ~engulo a seco.

S/N- ele era bombeiro e...você pode imaginar.

Johnny apenas assente e pega em minha mão.

Aquele toque. Aquele maldito toque.

Johnny- me desculpe por ter terminado daquele jeito.

S/N- não foi só, culpa sua. Eu também errei.

-------------- QUEBRA DE TEMPO --------------

Depois de horas conversando com Johnny percebi que já era hora de ir.

Me levanto pagando a conta e o mesmo balança a cabeça em sinal de negação.

S/N- o que?

Johnny- não precisava ter pago, eu pagava.

S/N- não é nada, não se preocupe.

Saímos do local quando vejo um guincho levando o carro de Johnny embora.

O mesmo apenas pega um pedra e atira no caminhão que já estava longe demais para sofrer algum dano significativo.

S/N- eu não posso dizer que não avisei ~digo segurando a risada

Johnny- desde sempre você ri nas horas erradas ~ele ri junto a mim.

S/N- me passa seu número.

Johnny- eu meio que arremessei meu celular na praia esses dias, então...

S/N- ah, claro.

Pego um pedaço de papel na bolsa e anoto meu número entregando a ele.

S/N- se na nossa época fosse fácil assim, né? Não teria tido tanta graça.

Ele assente sorrindo.

S/N- bom te ver Johnny ~beijo sua bochecha e entro em meu carro dirigindo até a casa de Ali.

Ligo o rádio e choro em silêncio lembrando das coisas boas que passamos e infelizmente nunca vão voltar.

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(capítulos novos serão postados sempre de SEXTA-FEIRA às 15:00)

With Love,
Giulia

MERCY FOR YOU - A NEW HOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora