"Um dia em fevereiro
Você me chamou de seu carnavalVocê saiu do quarto com a blusa aberta
E eu vi um pedaço do céuSentou no meu colo, bem no meu espaço
Mas do meu abraço você se soltou."🎨
São Paulo, 2013.
Era um dia ensolarado de fevereiro, onde o céu se estendia em um azul profundo sobre a praia tranquila. No mês do carnaval, período de alegria e festividades, também surgem romances memoráveis. Um desses momentos aconteceu durante o carnaval de 2013, quando dois jovens se apaixonaram profundamente.
Lee Minho, um artista boêmio com cabelos castanhos e soltos que dançavam ao vento, caminhava descalço pela areia macia, com um caderno de esboços em uma mão e um estojo de aquarelas na outra. Seus olhos, cor de avelã, absorviam a paisagem costeira enquanto ela buscava a perfeita fusão de cores e formas que capturasse a alma selvagem da natureza.
Han Jisung, um músico introspectivo com uma guitarra de madeira envelhecida, encontrou um refúgio sob a sombra fresca de uma palmeira solitária. Sentado com as pernas cruzadas na areia quente, os dedos ágeis percorriam as cordas da guitarra, criando melodias suaves que pareciam ecoar com a brisa marinha. Seus olhos escuros estavam fechados, imersos na harmonia que ele encontrava entre as notas.
Minho notou o músico distante, a música envolvendo-o como uma seda fina. Curioso e intrigado, ele se aproximou devagar, sentindo a areia quente entre os dedos dos pés. Cada passo era um pequeno avanço para uma jornada que ele não podia prever. Quando finalmente chegou perto o suficiente para ver os traços do rosto do músico sob o sol dourado, ele parou, encantado.
Os olhos dele se abriram para encontrar os do acastanhado, e um sorriso gentil brincou em seus lábios enquanto continuava a tocar, como se a música não fosse apenas para ele, mas para si também.
― Você é meu carnaval. ‒ Ele disse suavemente quando o outro finalmente se aproximou, as palavras sussurradas pelo vento que trazia o cheiro do mar.
Minho sorriu, um sorriso largo e luminoso que iluminou seu rosto como o sol que se põe no horizonte do oceano. Sentou-se ao lado do azulado na areia macia, sentindo a harmonia das ondas quebrando ao longe misturada com a melodia que ele criava. O caderno e as aquarelas foram colocados de lado enquanto ele se entregava ao momento, absorvendo cada nota musical que parecia contar histórias não ditas, despertando emoções que estavam adormecidas dentro dele há muito tempo.
À medida que o sol mergulhava lentamente no horizonte, eles se viram envolvidos em uma conversa que fluía como o próprio movimento das ondas. Compartilharam risos e segredos, revelaram sonhos e medos, e descobriram uma conexão que transcendia o tempo e o espaço. Sob o céu tingido de laranja e rosa do entardecer, sentiram-se como se estivessem em um mundo só deles, onde cada momento era precioso e eterno.
A noite chegou, e eles decidiram acender uma pequena fogueira à beira da água, cujas chamas dançantes iluminavam seus rostos com uma luz dourada e calorosa. Sentaram-se lado a lado, os ombros tocando-se suavemente, enquanto compartilhavam histórias de suas vidas, suas paixões e suas jornadas até aquele momento. A proximidade física era um reflexo de sua conexão emocional crescente, uma atração magnética que parecia guiá-los um em direção ao outro.
Finalmente, quando o fogo começou a diminuir e as estrelas pontilharam o céu noturno, o pintor estendeu a mão timidamente para segurar a do músico. Seus dedos se entrelaçaram, como se o toque fosse o elo que faltava para selar o destino que os uniu naquela tarde abençoada. O azulado descansou a cabeça em seu ombro, sentindo-se seguro e protegido, enquanto Minho o envolvia em seus braços com uma ternura que fazia seu coração cantar.
Mas como todas as histórias de amor, o tempo tinha seu próprio ritmo implacável. "São Paulo me afoga, meu amor", o mais velho murmurou suavemente, a tristeza infiltrando-se em sua voz enquanto olhava nos olhos do outro, buscando compreensão. Ele acariciou seu rosto com delicadeza, compreendendo que o destino muitas vezes exigia sacrifícios para tecer os fios da vida de maneira que nem sempre entendemos.
No fundo de seus corações, eles sabiam que aquele encontro fugaz poderia nunca se repetir da mesma maneira. No entanto, ambos sabiam que aquele dia de fevereiro seria para sempre lembrado como o momento em que se tornaram o carnaval um do outro — um breve, mas eterno, capítulo em suas vidas que continuaria a inspirar suas criações artísticas, a acalmar suas almas nos momentos de solidão, e a lembrá-los da beleza efêmera e do poder transformador do amor verdadeiro.
Nos dias que se seguiram, o garoto de cabelos castanhos voltou de São Paulo, mas a chama daquele encontro especial continuou a queimar dentro de seus corações. Lee Minho pintou telas que retratavam o pôr do sol em tons de laranja e rosa, tentando capturar a intensidade daquele céu que testemunhou o nascimento de seu amor. Han Jisung compôs músicas inspiradas naquela tarde mágica à beira-mar, capturando cada emoção e cada momento compartilhado.
Às vezes, eles se lembravam um do outro em silêncio, perguntando-se se o destino os uniria novamente. Enquanto isso, suas criações artísticas encontraram seus próprios caminhos pelo mundo, tocando os corações de outros que buscavam o significado profundo escondido nas cores de um quadro ou nas notas de uma melodia.
Anos se passaram, mas aquele dia de fevereiro permaneceu como um farol em suas vidas, guiando-os em momentos de incerteza e enchendo-os de esperança. Eles aprenderam que o amor verdadeiro pode transcender distâncias e tempos, pois suas almas estavam conectadas para sempre pelo vínculo eterno daquele carnaval único à beira-mar.
🐚
"Preciso ir embora
São Paulo me afoga, meu amorNo fundo, nenhum de nós vai saber
De tudo que nunca vai acontecerMas hoje eu sinto que nada mais será igual
Porque um dia em fevereiro, um dia em fevereiroUm dia em fevereiro eu fui seu carnaval."
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𝐂arnaval | 𝐌insung ✶
Fanfic✶ Um dia em fevereiro, breve e especial, Você me chamou de seu carnaval. Na suave luz do amanhecer, Um pedaço de céu pude ver. Sentou-se em meu colo, num espaço só nosso, Mas do meu abraço, você partiu, tão doido. "Preciso ir embora", você disse com...