V. REVELANDO SEGREDOS

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Por mais incômodos que os vizinhos possam parecer, são eles os primeiros a darem notícias sobre nós e nossas ações como se vê em notícias fresquinhas. A partir do relato oral e depois pela papelada, pode-se levantar os segredos mais escondidos de nossas vidas e também de nossas mortes, mas somente os responsáveis sabem os segredos de como tudo aconteceu.


NOTÍCIAS FRESQUINHAS

Enquanto isso, na central, os comunicados sobre o achamento de Dólia começavam a se espalhar. Os procedimentos estavam em andamento para encontrar e identificar a menina, uma vez que ela fugiu para o espaço da Área de Lazer.

Era preciso entrar em contato com os responsáveis dela, porque aquela corrida de ônibus já mais que esticada e todos ali precisavam de um desfecho: achar a menina, seguir para os seus afazeres ou simplesmente saber o que era aquela história toda. A polícia estava mobilizada e pronta para agir assim que mais informações surgissem.

Conforme as investigações avançavam, descobriu-se que os pais de Dólia eram separados. Paralelamente, também a notícia do crime e a sua investigação corriam em sigilo.

Do caso, quem é Dólia, descobriu-se que o pai, Flávio, que havia sumido há algum tempo, mas que, às vezes, fazia umas visitas à família e que não havia formalizado uma nova família. A mãe, por sua vez, Débora, atualmente com um namorado, Raul, era frequentemente vista em situações embaraçosas por conta do rapaz.

E para o outro caso, o do incêndio, descobriu que se tratava de três corpos, sendo o de dois homens e de uma mulher. Não foi difícil para a polícia ligar os dois casos como sendo partes de um mesmo quebra cabeça.

Na coleta de informações com os vizinhos, a polícia já conseguiu identificar primariamente os corpos como sendo os da família de Dólia. Aqui e acolá, vizinhos/testemunhas cumpriram em dar as fichas corridas de cada um dos corpos ali encontrados.

O pai Flávio, encontrado na garagem: os vizinhos descreveram Flávio como alguém distante e ausente, já que ele havia desaparecido por um tempo e não dava notícias. Sua visita à família na noite anterior ao crime foi vista como um evento inesperado e gerou especulações entre os vizinhos sobre o motivo de seu retorno repentino. Alguns poderiam expressar surpresa e curiosidade sobre o que teria levado Flávio a reaparecer após tanto tempo de ausência, inclusive com participação no incêndio.

A mãe Débora, encontrada com uma concussão: Os vizinhos descrevem Débora como uma mulher batalhadora e determrdinada, sempre manteve uma postura forte diante dos desafios da vida. No entanto, eles notam que ela teve vários relacionamentos fracassados ao longo dos anos, o que desperta certa compaixão e preocupação entre os vizinhos. Sua relação atual com Raul também não passa despercebida, e os vizinhos observam a dinâmica conturbada e problemática desse relacionamento. O que se notou é que enquanto alguns vizinhos puderam expressar solidariedade e empatia por ela, outros a culparam por sua dependência emocional de homens maus e sem modos, ainda mais tendo uma menina em casa.

Raul, o namorado, encontrado com um corte profundo no peito: Os vizinhos descrevem Raul como um homem de atitude duvidosa e comportamento agressivo. Sua reputação na vizinhança não é das melhores, e ele é visto como alguém que gosta de extorquir e intimidar Débora. Sua atitude violenta e a forma como trata Débora geram preocupação e repúdio entre os vizinhos, que temem pela segurança dela e da menina. Alguns vizinhos relataram, inclusive, situações em que presenciaram Raul agindo de forma intimidadora, o que aumenta a desconfiança e a aversão em relação a ele.

Mas a investigação não pararam somente com os vizinhos. A central de polícia da cidade e os serviços de atendimento à criança se puseram em atenção e seguiram na busca de mais informações.

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