Os fugitivos

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Emília se despediu de Richard e Agnes com um aceno de cabeça e seguiu em direção à imponente sede da Ordem dos Corvos. O prédio, dividido em três torres colossais, erguia-se no centro da cidade como um monumento à antiguidade. No topo de cada torre, uma estátua de corvo negra, esculpida em pedra, parecia observar Ravenna com olhos vigilantes. A construção, com seus tijolos escurecidos pelo tempo e janelas em arco que pareciam olhos semicerrados, existia há quase dois séculos, uma fortaleza de segredos e poder.

Próximo a um pequeno chafariz, cuja água congelada brilhava sob o sol pálido da manhã, dois soldados ajeitavam as celas de seus dragões. As bestas, uma de escamas cor de bronze que lembrava uma serpente com asas e outra de corpo robusto e couro acinzentado, tinham o tamanho de um elefante e não pareciam ter mais de cinquenta anos. Os soldados trabalhavam diligentemente, conferindo as correntes e ajeitando os arreios, próximos à estátua do Senhor Coronado, o lendário fundador da Ordem.

"Ei, vocês dois!"

Emília chamou, sua voz ecoando pelo pátio.

Os soldados viraram-se prontamente, fazendo uma continência impecável. Suas armaduras douradas ostentavam um corvo negro no peito, indicando que eram Corvos Juniores. Emília notou as diferenças entre eles: um era alto, com pele marrom escura e cabelos dreadlocks presos em um coque; o outro era mais baixo, com a pele um pouco mais clara.

"Sim, senhora!"

responderam em uníssono, suas vozes firmes e respeitosas.

Emília aproximou-se, acariciando suavemente o focinho do dragão bronze.

"Quais são seus nomes e por que não partiram com o resto do exército para a capital, já que estão com os dragões?"

perguntou, curiosa.

"Eu sou Nico, senhora!"

disse o mais alto.

"E eu sou Gabriel, senhora,"

acrescentou o mais baixo.

Juntos, explicaram:

"Estamos aguardando o Comandante Pereira. Ele deseja falar com a senhora em sua sala antes de partir!"

Emília assentiu.

"Muito bem, então voltem ao que estavam fazendo,"

disse, preparando-se para seguir seu caminho.

"Senhora,"

Nico chamou hesitante. Quando Emília se virou, ele continuou:

"Seu cabelo está com um pouco de neve."

Com um gesto gentil, passou a mão pelo cabelo dela, removendo os flocos restantes.

"Ah, obrigada,"

Emília respondeu com um leve sorriso, surpreendida pela atenção inesperada.

Gabriel observou a cena com desconforto visível.

"O que esse idiota pensa que está fazendo?"

pensou, puxando o irmão discretamente.

"Vamos, Nico, temos que alimentar os dragões,"

disse em voz baixa.

Nico resistiu.

"Pare de me puxar, seu idiota. Tenho uma pergunta para a general,"

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⏰ Última atualização: Jul 26 ⏰

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