III

237 25 8
                                    

📍Festival de Rap - Rio de Janeiro
CAPÍTULO POR NALA VARGAS

— Tem certeza que tá de boa? — A Kloe me perguntou enquanto caminhávamos até o palco para assistir o show.

Eu percebi desde o primeiro momento que o Gustavo entrou no camarim, o olhar dele sobre a Kloe. E não precisa ser leiga pra saber que homem, quando tá afim, faz de tudo, inclusive chamou a gente pra subir aqui.

— Claro que tá, cara — sorri pra ela enquanto subia as escadas. — Não é como se eu nunca tivesse feito isso antes.

— Esqueci que tu era best do menino dos prédios — fiz careta — Mas qual foi da de vocês?

— Assunto pra outro momento.

E finalmente estávamos no palco. Já tinha quase meia hora que ele estava cantando.

— Quero ver quem conhece essa  — ele foi até a mesa do Koda, abrindo a garrafinha de água e tomando um gole.

Ele só não contava com minha presença ali. Como uma carga elétrica, nossos olhares se cruzaram, tornando o momento eletrizante. O beat da música começou e essa era desconhecida por mim, ou pelo menos eu pensava que sim.

— Ai, meu Deus — ele sorriu pra uma fã que gritava seu nome desesperadamente. — Quando ela chega... ahn-ahn

FLASHBACK

— Oi, já estou aqui — gravei um áudio para o Thiago —  Onde posso te encontrar?

— Vou pedir um segurança pra ir te buscar. — ele encaminhou outro áudio.

Já faz um pouco mais de seis meses que eu conheço o Thiago. Essa será a terceira vez que eu o vejo. Conheci ele na festa de lançamento de um EP do Lennon.

Nós nos aproximamos bastante durante esses meses e da última vez até fiquei na casa dele, mas foi bem rápido que já tinha perdido meu voo.

Eu nunca tive um interesse direto nele. Tanto é que nunca o tratei com maldade. A única coisa que era fato e eu não podia negar era o quanto ele é gostoso. Simplesmente um dos mais lindos da cena.

— Você que é a Nala? — um homem alto chegou até mim com uma blusa escrito "equipe Veigh". Eu só confirmei com a cabeça.  — Me acompanha.

Caminhei junto dele e não demorou nem minutos para chegarmos até o camarote e a atenção foi voltada pra mim.

— Oi pessoal — sorri acenando e caminhei até os meninos. — Fala meus amores — disse mais alto com o barulho da música.

— Fala, baianinha — o Ghard, o mais simpático, falou.

— Tá de boa? — ele confirmou.

— Aí Nala, satisfação te ver — o Koda falou  — Ghard, posso trocar uma palavrinha contigo, mano? — eles saíram.

Não sei por que, mas senti um frio na barriga por saber que só estava eu e ele naquele momento.

— Como ce tá, vidona? — ele me deu um abraço e um beijo na testa — sumiu, parça.

— Tô bem, nego. Trabalhando demais. — pausei — Tô tendo tempo nem pra mim, veinho.

— E tá fazendo o que por São Paulo?

— Trabalhando — eu revirei os olhos e nós gargalhamos — Aproveitei e vim te ver.

— Daora tu lembrar do teu amigo —  ele sorriu.

— Falando nisso, meu amigo tá todo no estilo — cheguei mais perto tirando seus cordões de dentro da blusa — Cheio de ouro.

— Os luxos que essa vida nos oferece — disse, envergonhado.

Ele não se destacava somente pela beleza, o modo de se vestir e sua performance nos palcos, mas sim pelo jeito de tratar todo mundo. O Thiago, desde o primeiro momento, sempre foi legal comigo, por isso que nos aproximamos tão rápido.

Hoje ele não irá fazer show, mas foi prestigiar o G.A que iria fazer seu primeiro show solo. Então os meninos estavam todos na grade quando anunciaram o nome dele.

Eu fiquei mais afastada, tentei procurar por ele mas não achei. Como não tinha extrema intimidade com os meninos, sentei no sofazinho que tinha ali.

— Levanta, parça — O Thiago falou e eu tirei minha atenção do celular — Veio pra cá pra ficar de canto?

— Você sumiu e eu não tenho intimidade com os meninos direito — fiz uma pausa — Tava com quem? — ele coçou a cabeça.

Típico de homem que estava aprontando e minha intuição diz que tem mulher na história.

— Fui pegar bebida pra gente, é gin mas fica suave que tá fraco. — mudou de assunto, peguei o copo da mão dele com cuidado por conta das unhas. — Ficou chave as unhas. - sorri.

— Você gostou? — levantei, ajeitando o vestido — O vestido tá bom? Tava um pouco insegura de vir.

— Mas é claro! Você tá maluca? — eu sorri em agradecimento e fomos caminhando até a grade para assistir o show do G.A.

— Esse perfume é teu? — ele perguntou já que estávamos próximos.

— Sim, La vie est belle — bebi um pouco com o olhar fixo no palco.

FLASHBACK OFF

— Perfume La Vie Est Belle — ele desviou o olhar do palco indo em direção ao meu - Mas eu só sinto o cheiro da maldade no ar e olhando esse seu corpo eu fico imaginando você na minha van nua.

— O que foi isso? — A Kloe perguntou.

Eu também não sei o que foi isso, essa música foi inspirada naquele dia? Qual a probabilidade disso ter acontecido, mas vindo de rapper a gente não espera nada.

— Não sei mas preciso ir — me virei sem esperar respostas.

Eu visivelmente fiquei desconcertada, não esperava esse olhar queimando sobre mim e muito menos que teria música inspirada naquele dia do show.

Mas além disso tudo, eu precisava descansar pra estar bem para trabalhar no outro dia, ou melhor daqui a pouco.

— Amiga — a Kloe gritou — Espera!

— Oi, nega — me virei — Preciso mesmo ir, amanhã eu trabalho.

— Sim. Mas a forma como você saiu não foi porque ia trabalhar — ela fez uma pausa — Vocês já tiveram alguma coisa?

— Nunca, mas essa música foi inspirada em um show que estava com ele em São Paulo. Não rolou nada mas o local tava pequeno aquele dia — sorri — Se é que me entende.

— Entendo, vai lá amiga. Tá tarde, amanhã a gente conversa.

– ✨️ –

Eita amores, o que foi isso?
Capítulo curtinho só pra finalizar esse momento do show, próximo capítulo promete muita tensão. O que acharam?

HORA ERRADA | VEIGHOnde histórias criam vida. Descubra agora