📍Festival de Rap - Rio de Janeiro
CAPÍTULO POR NALA VARGAS— Tem certeza que tá de boa? — A Kloe me perguntou enquanto caminhávamos até o palco para assistir o show.
Eu percebi desde o primeiro momento que o Gustavo entrou no camarim, o olhar dele sobre a Kloe. E não precisa ser leiga pra saber que homem, quando tá afim, faz de tudo, inclusive chamou a gente pra subir aqui.
— Claro que tá, cara — sorri pra ela enquanto subia as escadas. — Não é como se eu nunca tivesse feito isso antes.
— Esqueci que tu era best do menino dos prédios — fiz careta — Mas qual foi da de vocês?
— Assunto pra outro momento.
E finalmente estávamos no palco. Já tinha quase meia hora que ele estava cantando.
— Quero ver quem conhece essa — ele foi até a mesa do Koda, abrindo a garrafinha de água e tomando um gole.
Ele só não contava com minha presença ali. Como uma carga elétrica, nossos olhares se cruzaram, tornando o momento eletrizante. O beat da música começou e essa era desconhecida por mim, ou pelo menos eu pensava que sim.
— Ai, meu Deus — ele sorriu pra uma fã que gritava seu nome desesperadamente. — Quando ela chega... ahn-ahn
FLASHBACK
— Oi, já estou aqui — gravei um áudio para o Thiago — Onde posso te encontrar?
— Vou pedir um segurança pra ir te buscar. — ele encaminhou outro áudio.
Já faz um pouco mais de seis meses que eu conheço o Thiago. Essa será a terceira vez que eu o vejo. Conheci ele na festa de lançamento de um EP do Lennon.
Nós nos aproximamos bastante durante esses meses e da última vez até fiquei na casa dele, mas foi bem rápido que já tinha perdido meu voo.
Eu nunca tive um interesse direto nele. Tanto é que nunca o tratei com maldade. A única coisa que era fato e eu não podia negar era o quanto ele é gostoso. Simplesmente um dos mais lindos da cena.
— Você que é a Nala? — um homem alto chegou até mim com uma blusa escrito "equipe Veigh". Eu só confirmei com a cabeça. — Me acompanha.
Caminhei junto dele e não demorou nem minutos para chegarmos até o camarote e a atenção foi voltada pra mim.
— Oi pessoal — sorri acenando e caminhei até os meninos. — Fala meus amores — disse mais alto com o barulho da música.
— Fala, baianinha — o Ghard, o mais simpático, falou.
— Tá de boa? — ele confirmou.
— Aí Nala, satisfação te ver — o Koda falou — Ghard, posso trocar uma palavrinha contigo, mano? — eles saíram.
Não sei por que, mas senti um frio na barriga por saber que só estava eu e ele naquele momento.
— Como ce tá, vidona? — ele me deu um abraço e um beijo na testa — sumiu, parça.
— Tô bem, nego. Trabalhando demais. — pausei — Tô tendo tempo nem pra mim, veinho.
— E tá fazendo o que por São Paulo?
— Trabalhando — eu revirei os olhos e nós gargalhamos — Aproveitei e vim te ver.
— Daora tu lembrar do teu amigo — ele sorriu.
— Falando nisso, meu amigo tá todo no estilo — cheguei mais perto tirando seus cordões de dentro da blusa — Cheio de ouro.
— Os luxos que essa vida nos oferece — disse, envergonhado.
Ele não se destacava somente pela beleza, o modo de se vestir e sua performance nos palcos, mas sim pelo jeito de tratar todo mundo. O Thiago, desde o primeiro momento, sempre foi legal comigo, por isso que nos aproximamos tão rápido.
Hoje ele não irá fazer show, mas foi prestigiar o G.A que iria fazer seu primeiro show solo. Então os meninos estavam todos na grade quando anunciaram o nome dele.
Eu fiquei mais afastada, tentei procurar por ele mas não achei. Como não tinha extrema intimidade com os meninos, sentei no sofazinho que tinha ali.
— Levanta, parça — O Thiago falou e eu tirei minha atenção do celular — Veio pra cá pra ficar de canto?
— Você sumiu e eu não tenho intimidade com os meninos direito — fiz uma pausa — Tava com quem? — ele coçou a cabeça.
Típico de homem que estava aprontando e minha intuição diz que tem mulher na história.
— Fui pegar bebida pra gente, é gin mas fica suave que tá fraco. — mudou de assunto, peguei o copo da mão dele com cuidado por conta das unhas. — Ficou chave as unhas. - sorri.
— Você gostou? — levantei, ajeitando o vestido — O vestido tá bom? Tava um pouco insegura de vir.
— Mas é claro! Você tá maluca? — eu sorri em agradecimento e fomos caminhando até a grade para assistir o show do G.A.
— Esse perfume é teu? — ele perguntou já que estávamos próximos.
— Sim, La vie est belle — bebi um pouco com o olhar fixo no palco.
FLASHBACK OFF
— Perfume La Vie Est Belle — ele desviou o olhar do palco indo em direção ao meu - Mas eu só sinto o cheiro da maldade no ar e olhando esse seu corpo eu fico imaginando você na minha van nua.
— O que foi isso? — A Kloe perguntou.
Eu também não sei o que foi isso, essa música foi inspirada naquele dia? Qual a probabilidade disso ter acontecido, mas vindo de rapper a gente não espera nada.
— Não sei mas preciso ir — me virei sem esperar respostas.
Eu visivelmente fiquei desconcertada, não esperava esse olhar queimando sobre mim e muito menos que teria música inspirada naquele dia do show.
Mas além disso tudo, eu precisava descansar pra estar bem para trabalhar no outro dia, ou melhor daqui a pouco.
— Amiga — a Kloe gritou — Espera!
— Oi, nega — me virei — Preciso mesmo ir, amanhã eu trabalho.
— Sim. Mas a forma como você saiu não foi porque ia trabalhar — ela fez uma pausa — Vocês já tiveram alguma coisa?
— Nunca, mas essa música foi inspirada em um show que estava com ele em São Paulo. Não rolou nada mas o local tava pequeno aquele dia — sorri — Se é que me entende.
— Entendo, vai lá amiga. Tá tarde, amanhã a gente conversa.
– ✨️ –
Eita amores, o que foi isso?
Capítulo curtinho só pra finalizar esse momento do show, próximo capítulo promete muita tensão. O que acharam?
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HORA ERRADA | VEIGH
FanfictionEntre a batalha do ego e a redenção do coração, Veigh e Nala descobrem que a verdadeira força reside na vulnerabilidade.