VI

241 20 8
                                    

CAPÍTULO POR NALA VARGAS

É uma incógnita, minha mente entra em colapso e a única coisa que habita nela são perguntas. Perguntas essas que são difíceis de escolher.

Não viver e no final se perguntar o que poderia ter acontecido ou viver e se arrepender?

Nessas horas o melhor a se fazer é ouvir alguma voz, eu queria um sinal mas como nem tudo são flores, vou ligar pra única pessoa que pode entender o que tá acontecendo e dar um conselho que preste.

— Oi vida — A Kloe falou do outro lado da linha — Nala?

— Amiga, eu tô nervosa com uma parada — suspirei — Veigh pra ser sincera.

— O que eu perdi? — ela gargalhou.

Eu expliquei toda a situação pra ela de como a gente se reencontrou mais cedo, desde a maquiagem até a carona.

— Nossa cara, que loucura foi teu dia hoje.

— Não para por aí, ele me chamou pra ir pra São Paulo com ele.

— VOCÊ VAI! — Ela gritou e tive que afastar o celular do ouvido — não vai?

— Por esse motivo eu te liguei. Cara, diferentemente do que você imagina nunca rolou nenhuma segunda intenção entre ambas as partes — dei uma pausa — sempre foi uma amizade de irmão, e do nada isso acabou.

— E você tá com medo de se entregar novamente a esse ciclo de amizade e se decepcionar?

Matou a charada.

— Exatamente amiga, o que faço?

— Melhor se arrepender do que passar vontade, vai por mim.

— Ajudou muito Kloe — fui sarcástica.

— Mas é verdade cara, o que você tem a perder? — fiquei em silêncio — Isso mesmo, você não tem nada. Vai, se ele te decepcionar você nunca mais vai olhar na cara dele.

— Tem certeza?

— Absoluta — ela disse empolgada.

— Tá bom meu amor, obrigada viu, conversar com você sempre expande o que rola dentro dessa cabecinha aqui. Amo você — disse me despedindo.

— Amo você preta, depois me conta como foi. — encerrei a chamada logo depois do "tchau" em uníssono.

A mente agora se encontra apenas se isso é realmente certo. Quando ele se afastou de mim, eu prometi para mim mesma que nunca mais iria passar por isso com nenhuma amizade, mas “nunca” é uma palavra muito forte e agora estou discando o número dele para voltar atrás com tudo o que eu disse.

Apesar de me fazer de sonsa, eu quero ir para São Paulo hoje, quero sentir o gostinho do passado. Estou com boas expectativas para hoje e, caso elas sejam quebradas, vou ter na consciência que eu tentei uma última vez.

— Thiago? — escutei sua respiração profunda do outro lado da linha. — Queria te dizer minha resposta sobre a pergunta que você fez mais cedo.

— Oi, Nala — ele fez um som como se estivesse rindo. — Passo para te buscar que horas?

— Opaí, véi, nem disse que vou — disse com indignação.

— Eu te conheço, linda. Você não ligaria para dizer um simples não.

— Que horas é o voo? — falei mudando de assunto.

Fazia tempo que ele não me chamava de “linda”. Com a proximidade, nós fomos nos dando apelidos carinhosos. Esse é o meu e o dele é “Tico”; inclusive, esse apelido ficou porque sempre vejo pelos stories dos meninos eles se referindo ao Thiago com esse apelido.

HORA ERRADA | VEIGHOnde histórias criam vida. Descubra agora