- prólogo

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  Quando Annabeth entrou na casa, o ar era gelado, o que havia deixado a garota mais nervosa do que já estava. Seus braços estavam arrepiados, e aquilo não tinha nada a ver com o rapaz que ela amava. Seus passos a levaram até onde seu namorado Luke Castellan estava, a expressão dele não era das melhores, tinha um semblante sério, tudo parecia triste ao redor dos dois.
 
  O som de algo se rasgando atingiu os ouvidos de Annabeth, e ela sabia que aquilo que havia rasgado era seu coração.
Partindo
Partindo
Partindo.

  Algumas horas antes daquele fatídico momento, Luke tinha enviado uma mensagem de texto para ela, pedindo que se encontrassem na casa dele. Ela sabia exatamente do que eles estavam prestes a conversar, algo estava prestes a acabar, e ela só desejava desaparecer.

  Annabeth sentiu uma pontada no coração ao observá-lo. Nenhum dos dois conseguia manter o contato visual e ambos não quebraram o silêncio, os dois já haviam entendido o que vinha a seguir.

  Seu olhar finalmente conseguiu parar nos olhos dele, ela respirou fundo.

  — Olá — a morena começou a dizer, talvez até tivesse gaguejado. Nunca havia tido um término antes, mas já teve seu coração partido mais de uma vez, e aquela seria a próxima.

  — Oi, Annie — Luke cumprimentou, direcionando seu olhar ao dela.

  — Por que me pediu para estar aqui? — perguntou por mais que soubesse a razão.

  — Bem... Eu acho que tanto eu como você estamos insatisfeitos com esse relacionamento, sempre fomos amigos e acho que acabamos confundindo nossos sentimentos — ele foi se explicando e Annabeth sentia cada vez mais seu interior rasgar.

  Ela queria gritar com ele, dizer que eles realmente se amaram, que ela não confundiu os sentimentos, mas ficou quieta, tentando controlar as lágrimas que ameaçavam aparecer.

  — Eu na verdade, queria sugerir para que sejamos somente amigos — continuou Castellan.

  — Por mim tudo bem — ela disse, como se estivesse tudo bem, mas não estava, seu namorado, agora ex namorado, estava fazendo tudo isso por um único motivo, e ela sabia bem que era Silena Beauregard.

  — Nossa, que bom, eu estava tão preocupado com a sua reação, fico feliz que não tenha se magoado — Luke falou, agora parecendo aliviado.

  — É claro que eu não estou magoada — mentiu, mais uma de suas mentiras daquele dia. Ela mentiu da mesma forma que Luke fez quando disse que a amava.

  — Então você não me amava, né? — ele perguntou.

Naquele instante, ela sabia que deveria haver uma profecia dizendo que ela nunca seria amada, que seu destino era aquele, dizer que não amava o garoto que ela sempre amou. Ela gostaria de olhar para o céu e se ajoelhar implorando que mudassem aquela profecia.

  Mesmo com a garganta apertada, mesmo com os olhos querendo se encher de lágrimas, a garota falou:

  — Não, eu não te amava.

  Ele assentiu com a cabeça, como se soubesse, mas como poderia saber de algo que claramente não se tratava da verdade?

  — Se me der licença, eu preciso ir embora.

  Seu estômago se revirou, em estado de alerta, avisando-a para sair daquela casa o mais rápido possível.

  — Sem problemas — disse enquanto caminhava até ela. Quando estavam perto o suficiente, ele lhe deu um abraço.

  Ao redor dos braços dele, ela pode lembrar que foi legendário aquilo que eles pensavam ser para sempre, foi momentâneo. E lá estava o garoto que disse que ela era o amor da vida dele, cerca de um milhão de vezes, lhe abraçando como se fosse o último abraço.

  Aquela era a perda da vida dela.

  Ela sentia como se aquilo tivesse acabado, e definitivamente tinha. Ela estava com o amado dela, em uma última troca de toque físico, morrendo por dentro. Como aquilo acabou tão rápido?

  Luke se afastou e Annabeth voltou para a realidade, se virando e indo embora. Agora livre do ambiente gelado e triste, seus olhos derramaram lágrimas, não por muito tempo, já que ela não queria se permitir sofrer.

  Depois de mais uma decepção, ela não iria permitir que aquela profecia brincasse com seus sentimentos, ela prometeria para si mesma nunca mais se apaixonar, daquela forma, tudo ficaria bem.

  Afinal, quem poderia fazer com que ela se apaixonasse outra vez?
 

✧ - the prophecy, percabeth auOnde histórias criam vida. Descubra agora