𝐃𝐈𝐅𝐄𝐑𝐄𝐍𝐂𝐀𝐒

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Bill adentra em seu quarto, jogando a mochila longe e deitando em sua cama. Ele suspira, pousando as mãos no rosto delicadamente para não machucar seu olho roxo.

— EU NÃO VOLTO MAIS PRA LÁ! — Ouve os berros de seu irmão gêmeo do andar de baixo, e se remexe na cama, desconfortável.

— Tom, vocês precisam ter alguma educação! Precisam de escola, se querem ser estrelas no mundo da música. — Diz Joseph, cruzando os braços.

— A GENTE JÁ TEM TUDO O QUE PRECISA! — Tom berra, descontrolado.

— Primeiro, se acalme. Você está gritando. — Joseph avisa, sério.

Tom passa a mão em seus dreads, enquanto anda de um lado para o outro, bufando.

— Eu sei que é difícil, Tom, mas-

— NÃO! — Ele aponta o dedo, aproximando-se do homem. — Você não tem idéia de como é! Mal começamos e já são tantas responsabilidades, e ainda tem a droga da escola, onde não aprendemos nada à não ser que banheiros são um péssimo esconderijo! — Ele parou de gritar, mas seu tom ainda é elevado. Funga antes de continuar. — Eu não quero mais voltar pra lá, não quero mais ir pra merda nenhuma! Eu vou focar no meu trabalho, e eu não ligo se as notícias se espalharem! Deixe o mundo saber que eu larguei a escola, porque eu prefiro mil vezes estar trancafiado dentro de um estúdio, do que presenciar o que presenciei hoje! — Após terminar, fica ofegante e os olhos marejados.

— Tom, você precisa dos estudos, é essencial! E eu me importo com você, garoto..— Ele tenta amansar a fera, mas Tom está totalmente fora de controle.

— NÃO SE IMPORTA PORRA NENHUMA! Porque se importasse, não estaria fazendo essa merda! Deixaria eu fazer o que eu quiser! — Gesticulou, nervoso.

— Eu só quero cuidar de você...— Joseph se aproxima.

— PARA DE AGIR COMO SE FOSSE A PORRA DO MEU PAI! — Após o berro, o silêncio tomou conta da sala e da casa inteira. Bill ouvia de seu quarto e as garotas ouviam da cozinha.

Joseph piscou diversas vezes, ainda numa expressão meio indignada e chateada.

E então, Tom desabou e praticamente pulou nos braços de Joseph, o abraçando fortemente. O mais velho repetiu o ato, o abraçando com toda a força, deixando o garoto chorar e soluçar. Aí, ele havia percebido o quão Tom estava exausto.

— Me desculpa, Joseph. — Ele murmura, entre soluços. — Me desculpa.

— Tudo bem, garoto. — O mais velho afaga os dreads do menino, assentindo com a cabeça, compreendendo sua dor. — Não precisa fazer isso, não precisa. Vamos dar um jeito, vai ficar tudo bem.

[...]

Bill e Tom passaram o resto do dia no quarto. Ash e Mary, como se sentissem o que eles estão sentindo, obviamente ficam preocupadas e vão ver como eles estão o tempo todo. Bill mal responde e Tom nunca nem quer abrir a porta.

Ashley vai para parte de fora da casa e senta no balanço do jardim, frustrada. Ela suspira, enquanto passa as mãos por seus cachos dourados, tentando se acalmar.

— Dá um tempinho para eles. — Ouve a voz de Simone e vira a cabeça, vendo a mulher se sentar ao seu lado no balanço.

— Já dei uma hora e meia, e nada. — Ela diz, fingindo checar o relógio inexistente no pulso. Simone ri. — Por quê as pessoas o julgam tanto por serem diferentes?

A jovem faz uma pergunta que nem Simone sabe a resposta, o que leva a mulher a ficar pensativa.

— Sabe? Eu não tenho uma resposta para isso, mas.. — A mais velha murmura, fitando a grama. A sentir fazer cócegas em seus tornozelos, foi um sinal claro de que já passou da hora de cortar. — Tenho muito orgulho da sua mãe. — A mulher finalmente encara Ash com um sorriso nos lábios. — Ela criou você, a Mary-Kate e está criando a Rebecca do jeito certo. Sem ter medo, ou evitar o diferente só porquê não é padrão. Você já percebeu que Bill é diferente de nós, né? — Ashley assente e a mulher suspira. — Você vê problema nisso? — A Olsen nega com a cabeça e a Kaulitz sorri, orgulhosa. — Perfeito. Continue assim, garota, e leve essa educação para os seus futuros filhos, está bem?

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⏰ Última atualização: Jul 28 ⏰

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𝐎𝐂𝐄𝐀𝐍 𝐄𝐘𝐄𝐒 | 𝐓𝐎𝐌 𝐊𝐀𝐔𝐋𝐈𝐓𝐙Onde histórias criam vida. Descubra agora