(2) Universidade de Oxford

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Hoje é o dia, o dia em que vou mudar de cidade, e de vida também.

Acordei às seis da manhã para tomar banho e aquelas pessoas que gosta de tomar banhos longos, que dar atenção aos detalhes e que gosto de sentir mimada. Honestamente não consegui dormir muito, acordei de meia meia hora ansiosa pelo dia de hoje.

Costumo ser daquelas pessoas que demora imenso tempo a fazer as coisas, gosto de uma bela ronha matinal, mas hoje não... levantei-me em cartoon.

São demasiadas coisas da minha cabeça, demasiados receios incertezas que me esperam. Mesmo já tendo tudo arrumado e pronto para viagem sinto que deixo sempre algo para trás, não falo da família, falo de ligações, laços que me ligam esta terra.

Sinto-me desleixada hoje, tenho uma t-shirt branca e uma jardineira umas avançar as flores eu tenho o cabelo apanhado um coque, sinto-me demasiado descontraída fisicamente, e um tormento por dentro.

Sinto que todos me olham com esperança, nesta mesa grande um tom pequeno-almoço tenho todos os postos em mim. Eles querem que eu seja uma cartunista Formosa, querem ser valorizados honrados e acima de tudo que eu tenho uma boa vida. Mas por outro lado tem pena, receio que eu não me adapto e que o retorne à terra. Conhece-me bem, sabem que eu sou uma bomba relógio, que do momento para o outro posso desistir de tudo.

"- Então Roxy já sabes quem vai ser a tua colega de quarto?" - pergunta a minha tia Gertrudes, que é a pessoa mais coscuvilheira da família, sabe a vida de todos até do cunhado da filha da mulher Alzira, que é sua vizinha.

Gertrudes sendo Gertrudes... A típica tia que gosta de saber a vida de toda a gente, e não tem controle na sua. Gosta de opinar e não gosto que opinem. Gosta de protagonismo e atenção. Diria que a nível afinidade comigo está no ranking negativo, -100.

"- Ou o teu colega!?"- diz o Edward, que é o meu melhor amigo, com o maior sorriso malicioso nos lábios.

Edward... Edward, sempre o mesmo cromo do costume. O típico rapaz que não consegue ter controle nas palavras, que gosta de por veneno nas conversas para deixar-me constrangida perante as pessoas. Se fosse diferente, é que achava estranho é tão parecido com a irmã dele. A Anna é igual acho que é de família.

"— Não. E Edward, no Campus para onde vou os rapazes não dormem no mesmo quarto que as raparigas."- digo confrontando-o.

" — É pena sempre terias uma companhia máscula"- ele diz baixando a cabeça de modo a comer o seu iogurte, e engolir em seco.

"— Edward!"- a minha mãe diz espantada com a linguagem do meu melhor amigo. Apesar de ele ser dois anos mais novo que eu não deixa de ser um rapaz perverso.

"— O que foi mãe !? O Edward só estava com sentido de humor em altas!"- digo defendendo-o. Ele sorri para mim de lado.

"— Mary o que tens não dizes nada?"- diz a minha tia Oriana, que é a tia que eu mais gosto, não gosto de fazer distinções, mas eu consigo desabafar com ela os meus problemas. E a Mary é a minha prima de 15 anos, nós somos muito chegadas, somos como irmãs. Ela deve estar a sofrer com a minha ida para Oxford.

Ela não responde, levanta-se, vira as costas e vai em direção da cozinha.

"— Peço desculpa" - digo levantando-me da cadeira e indo atrás da minha prima.

"— Mary!"- digo quando a vejo encostada ao lava loiça a chorar. Abraço-a.

"— Porque é que vais embora?"- ela diz entre lágrimas.

"- A prima tem que estudar para ser uma Artista famosa, já viste que eu depois até podes ver os meus trabalhos expostos aqui pela cidade."- digo para ela se acalmar.

Laços Quebrados (PT)Onde histórias criam vida. Descubra agora