Surya
O sol mal havia começado a se levantar quando a comitiva de Rhysand começou a se preparar para partir.
A luz da manhã filtrava-se através das janelas do palácio, criando um jogo de sombras e luzes que dançava nas paredes dos corredores. A atmosfera estava carregada de uma expectativa nervosa, como se a própria cidade estivesse contendo a respiração.
Amren e Morrigan estavam a cavalo, seus corcéis pareciam tão majestosos quanto os próprios elfos. Os dois pareciam estar em perfeita sintonia com suas montarias, os cascos dos cavalos batendo suavemente no chão enquanto eles ajustavam suas montarias. Lucien, ao lado de Feyre, estava de pé próximo a uma carruagem elegante. Feyre, com Nyx em seus braços, sorriu para mim, um sorriso que não conseguia esconder a ansiedade.
Cassian e Nestha estavam no meio de uma troca de olhares que, ao que parecia, falava mais do que qualquer diálogo verbal poderia. O céu acima deles estava claro e sem nuvens, uma ironia reconfortante, dada a natureza do que estávamos prestes a enfrentar. Rhysand, com suas asas imensas estendidas atrás de si, preparava-se para voar à frente. A imponente presença dele era um contraste direto com a serenidade do início do dia.
Eu me mantive à distância, observando com um misto de ansiedade e curiosidade. O colar de rubi que Azriel me havia dado ainda estava pendurado ao redor do meu pescoço, brilhando discretamente à luz da manhã. Azriel, parado ao lado de Elain, estava visivelmente atento, seus olhos encontrando os meus por um breve momento antes de ele se voltar para Elain.
Elain pediu a Azriel para que a levasse voando, e ele, sem hesitar, assentiu. Suas sombras dançaram ao seu redor como se estivessem imbuídas de uma vida própria. Maxon se aproximou de mim, a sua presença inconfundível e assertiva:
— Vamos — ele disse, colocando uma mão firme em meu ombro.
Ele me conduziu até uma carruagem privativa, um veículo sutilmente ornamentado que contrastava com a grandiosidade do resto da comitiva. A carruagem estava luxuosamente decorada, mas seu interior era sóbrio, com estofados de veludo em tons escuros que absorviam a luz. Sentei-me em um canto, observando Maxon com um olhar atento. Sua expressão estava tensa, e seus olhos constantemente iam e vinham, fixando-se no colar de rubi que Azriel me dera:
— Há algo errado? — perguntei, tentando quebrar o silêncio que pairava entre nós.
Maxon desviou o olhar do colar e me encarou, a tensão evidente em suas feições:
— Não tive boas experiências na Corte dos Pesadelos — ele respondeu, a voz grave e carregada de um desconforto que não consegui ignorar.
A carruagem avançou lentamente, sua progressão parecendo interminável à medida que nos aproximávamos dos portões da Corte dos Pesadelos. A paisagem ao redor mudou de forma abrupta, da neve vibrante dos campos para a escuridão opressiva das florestas e, finalmente, para as ruínas sombrias que se erguiam à nossa frente.
Quando chegamos aos portões imensos e de ferro, meu coração acelerou. As portas se abriram lentamente, revelando um corredor escuro e sinuoso. O chão estava coberto por um tapete escuro que absorvia os sons dos nossos passos, criando uma sensação de desconforto.
Rhysand liderou o grupo, sua presença dominante e suas asas estendidas como se fossem uma extensão de sua própria aura. Ao entrar, percebi que a ausência de Keir no trono era estranha. O salão estava imerso em um silêncio quase absoluto, o tipo de silêncio que parecia carregar uma carga de expectativa e vigilância oculta.
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Corte de Luz e Sombras - Livro 1 - Fanfic ACOTAR
FanfictionApós anos sobrevivendo nos calabouços de Hybern, duas amigas conseguem escapar por um triz, retornando a Prythian. Lutando por seu lugar de direito na Corte Diurna e se estabelecendo dentro do círculo íntimo, Surya e Lyana tentam unir aliados para d...